33° Domingo do Tempo Comum – Ano B

Por Quininha

O cristianismo remete-nos a um tempo futuro, um tempo que transcende este tempo, que nós chamamos de tempo escatológico. Toda a pregação cristã, bem como a própria existência cristã está orientada para esse “futuro” que a nossa fé chama de “céu”, Nova Jerusalém, Reino de Deus. Com a Ressurreição de Jesus, o mundo e a história entraram em sua fase final, na plenitude dos tempos… Compreender isto implica compreender que os cristãos/ãs são pessoas do futuro. Significa que não apenas “esperamos” esse futuro, mas, principalmente, que o construímos. E o construímos, hoje. Significa, portanto, que este futuro, em certo sentido, depois de Cristo está pronto, nada substancialmente novo pode ser esperado, mas é também verdade que muito resta, ainda, por fazer… É o que chamamos do “já-ainda não” do Reino Deus!
A presença de Jesus no nosso meio instaurou o “já” do Reino de Deus entre nós: suas palavras, fortalecidas pelos seus atos e ações, fizeram com que vislumbrássemos a sua presença. No entanto, ainda há muito a ser feito, e, por isso, “ainda-não” temos o Reino de Deus totalmente no nosso meio.
Os sinais da parábola da figueira – cf. o Evangelho deste domingo – são para nos explicar isto. A presença do Reino de Deus, do “já” deste Reino, pode ser comprovada e vista nos gestos de solidariedade, na presença da justiça e da equidade, nas mesas fartas, no povo saudável, nas crianças felizes….
mas “ainda-não” vemos esses sinais na sua totalidade… ainda há muitas mesas sem pão, grande parte do povo doente, nossas crianças tristes sem perspectivas de futuro, abusadas sexualmente, violadas na sua infância…

Neste penúltimo domingo do tempo litúrgico – celebramos o V Dia Mundial dos Pobres – instituído pelo Papa Francisco. É um convite para refletirmos e agirmos concretamente no sentido que as leituras deste domingo nos propõem: mostrar os frutos da figueira! Significa que os cristãos/ãs estão produzindo os sinais de esperança que o mundo precisa para que acreditem “num outro mundo possível” que é o Reino Deus, que começa aqui, que começa hoje, que é construído pelos seguidores de Jesus e também por tantos que nem o conhecem…
Nas realidades terrenas podemos viver a esperança e a felicidade das realidades escatológicas que Jesus nos prometeu. E nesse dia, que está próximo, Jesus virá com grande poder, para nos reunir e celebrarmos juntos por toda a eternidade. Alegremo-nos! Amém, e amem. Bjs no coração.