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Reflexões da Palavra | 4º Domingo da Páscoa – Ano B

Leituras: At 4,8-12 – Sl 117 – 1Jo 3,1-2 – Jo 10,11-18

Por Quininha Fernandes Pinto, do Regional Leste 1.

Em tempos tão difíceis como os que estamos vivendo é muito bom saber que temos um Pastor Bom, que cuida de nós, que deu a sua vida por nós, que nos conhece e nós também o conhecemos. As leituras deste domingo nos remetem ao cuidado para com os falsos “pastores”, com aqueles que não se importam com o seu rebanho, fugindo aos ataques dos lobos, deixando-nos à mercê dos salteadores. O nosso Pastor nos protege, e procura pelas ovelhas que não são do seu redil, pois também estas, Jesus quer conduzir! É uma mensagem pascal, libertadora, de esperança: “é pelo nome de Jesus Cristo, de Nazaré – aquele que vos crucificastes e que Deus ressuscitou dos mortos…” com estas palavras, Pedro explica aos chefes do povo e anciãos, o sinal que havia feito ao curar um homem. A cura das nossas enfermidades – todas elas – é sinal de salvação. Jesus é a pedra angular, que havia sido rejeitada pelos construtores. Pedra angular, nas construções antigas, é a que liga duas paredes, faz remate a um arco, é a que entra com pressão e suporta toda a obra… A salvação que nos é oferecida em nome de Jesus é “pascal”, porque consiste numa passagem e numa superação: corrige o que está errado, completa o que é falho, transcende o que é justo. Nunca como agora a humanidade necessitou tanto da salvação oferecida por Jesus. Falsos pastores arvoram-se a conduzir o rebanho, os filhos de Deus. Sim, somos filhos, e como tal devemos ser tratados! Os filhos não podem ser tratados como coisas, como mercadoria, como objetos de troca. Os filhos não passam fome na casa do Pai que é a Mãe Terra, nossa casa comum. Os filhos de Deus não podem ter sua dignidade negociada e ignorada em nome do mercado e da economia. Os filhos de Deus – que são irmãos, não podem sujeitar-se a terem suas vidas ceifadas pelo descaso dos seus representantes políticos que pouco ou nada fazem para garantir os meios de sobrevivência digna e humana. Os filhos de Deus foram criados à imagem do Filho, Jesus, que nos garante a dignidade de pertencimento ao Projeto de amor para todos, sem distinção. Uma garantia validada e regada com seu sangue na cruz.

Por todos estes motivos, fiquemos atentos ao consumismo exacerbado, à escravidão midiática, aos falsos profetas, ao desejo incontrolável de ter “coisas”, esquecendo de ser “pessoas”… Não podemos aceitar menos que a Vida, e Vida em abundância; vida garantida pelo respeito ao meio ambiente, pelo acesso aos bens de consumo, ao trabalho, à educação, ao lazer, à moradia digna, ao diferente credo religioso, às diferenças da cor da pele, da identidade sexual e de gênero. Que saibamos ter percepção das nossas diferenças, dos nossos direitos e dos nossos deveres. Que a intimidade com este Jesus – nosso Bom Pastor – nos encoraje a desmascarar os falsos que se aproximam para nos enganar, seduzir e levar vantagens escusas. Que a união entre nós possa fortalecer a nossa luta e alimentar a nossa esperança.

Que seja assim. Beijos no coração.

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