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ANO NOVO: UMA OPORTUNIDE PARA QUE SEJAMOS RENOVADO(A)S.

“Eis que faço novo todas as coisas.” Apocalipse 21,5).

Por Antonio Salustiano Filho*

Eu e você somos, cada um(a), em nossa individualidade/singularidade, um dos maiores milagres da natureza. A síntese inteligente e consciente de tudo que ela é. Assim como a natureza não assimila as derrotas que lhe são impostas, emergindo sempre vitoriosa, dado seu poder incomensurável de regeneração, assim somos nós. Ou pelo menos deveríamos ser.

Como exemplar da espécie humana e dotado(a)s da sabedoria universal, que promoveu a vida nesses bilhões de anos dessa aventura cósmica e terrenal, somos destinado(a)s a superarmo-nos sempre, não assimilando as derrotas e nem os fracassos eventuais como condição definitiva da existência. Se por acaso cairmos, levantemo-nos da queda com mais coragem para prosseguir nossa trajetória rumo ao futuro. Se o acaso nos trouxer a derrota, dela retiremos uma lição para não fracassarmos outra vez.

O fracasso não poderá ser nosso arranjo circunstancial, nem existencial. Não estamos aqui para sermos seres humanos derrotados, mas vitoriosos. A disposição de cada um(a) e a coragem de cada exemplar da espécie humana são as virtudes motivadoras com as quais podemos enfrentar os limites impostos pelas adversidades da existência em cada ato empreendido nesse labutar cotidiano. Somos alimentados por essa esperança de vitória e motivados pelo desejo do vencedor[1] que habitam nossas entranhas e determinam nosso agir.

Não estamos submetidos a nenhuma situação de inferioridade e nem obedeçamos às forças destrutivas com as quais possamos nos deparar. Longe de nós a ambição que alimenta o espírito individualista e voraz que move a sociedade competitiva e consumista − responsável pela exclusão de milhões de seres humanos e a destruição da natureza. Havemos de vencer motivados pelo espírito de cooperação que orienta a vida tal como fora concebida pela Sabedoria nesses bilhões de anos dessa aventura do Universo.

A Inteligência Soberana que move o processo evolutivo do universo e contribuiu para a existência de cada ser humano conspira para que a espécie não se transforme numa tragédia ambulante. O que estamos destinados a ser − porque é da essência humana e da Vontade Superior que a tudo move − o seremos, pois, todas as possibilidades para que isso aconteça estão dentro e fora de nós, tramando para que assim seja.

Não importa quantas quedas já tombamos, nem as dificuldades do caminho. Doravante, nosso desejo, nossa vontade, a decisão e o empenho de cada um(a) para atingir ao que somos vocacionados, são cada vez mais fortes e orientam os nossos atos na busca do ser original, gravado nas profundezas de cada um(a) e na mente coletiva do universo. E, à medida que buscamos o que somos e estamos destinados a ser, lá na essência da alma, já o somos potencialmente em nosso corpo físico, mental, emocional e espiritual.

Não devemos ficar preso ao passado como escravo das experiências negativas que vivemos. As coisas negativas que nos aconteceram ficaram para perdidas e esquecidas no passados e não serão lembradas, pois curadas para sempre. As pessoas que nos feriram foram perdoadas, pois nossa capacidade de perdão é maior que a dor da ofensa recebida. As emoções que machucaram já não fazem parte da mente consciente e subconsciente de cada um(a).

Com o amor de Deus no coração e seus propósitos na mente, viveremos nossos dias (todos os dias) em perfeita harmonia com o Universo, manifestando esse amor incondicional a todas as criaturas. Os sentimentos destrutivos que alimentamos foram substituídos pela força desse amor que age dentro de cada um de nós. Somos orientados por essa força regenerativa e criadora; por isso, não somos mais os reflexos das coisas negativas que um dia experimentamos. Somente as coisas boas serão por nós lembradas e revividas de agora em diante.

Com esse amor de Deus na mente e no coração, potencializamos nosso entendimento sobre papel aqui; nosso desejo de transformar o mundo, nossa vontade se pôr na luta e, assim, aumentamos nossas ações e multiplicamos nosso feitos em prol da causa de Deus.

Assim, vivamos o tempo que se chama hoje sonhando outros sonhos, forjando novas utopias, reinventado o ser que somos, resgatando os amores ancestrais, arquétipos guardados no inconsciente coletivo do universo e nas profundezas de cada um(a) de nós. Sintonizados ao Espírito Criador seremos o resultado positivo de bilhões de anos dessa aventura cósmica.

FELIZ ANO NOVO! Que ao desejar essa felicidade [2]ao outro, eu a desejo antes a mim mesmo, pois se eu, você e outro captarmos essência do que somos e estamos destinado(a)s a ser, estaremos imbuídos(a)s das virtudes necessárias para a renovação de todas as coisas que nos farão felizes. Que em 2022 usemos a virtude da resiliência e superamos tudo o de que ruim houve em 2021. VAMOS LÁ!!!

 *ANTONIO SALUSTIANO FILHO, Advogado, ambientalista, membro das CEBs e dos movimentos sociais libertários.


[1] Vitória e vencedor aqui não têm a conotação que dá a sociedade capitalista a esses termos, ou seja, aquele que vence cuja vitória fez muitas vítimas, como numa guerra ou numa competição de vencedor e vencidos no jogo da ganha-perde do sistema. Falamos de vitória e vencedor no sentido do jogo do ganha-ganha, onde todos jogam tendo como motivação a cooperação

[2] Segundo a Enciclopédia Wikipedia: “A felicidade é um estado durável de plenitude, satisfação e equilíbrio físico e psíquico, em que o sofrimento e a inquietude são transformados em emoções ou sentimentos que vão desde o contentamento até a alegria intensa ou júbilo. A felicidade tem, ainda, o significado de bem-estar espiritual ou paz interior”. In; https://pt.wikipedia.org/wiki/Felicidade, acesso em 26/12/2021

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