Shadow

2º Domingo do Tempo Comum – Ano C

Por: Quininha Fernandes
Leituras: Is 6,1-5 – Sl 95 – 1Cor 12,4-11 – Jo 2,1-11

É muito bom perceber que Jesus tinha amigos e participava de eventos cotidianos como uma festa de casamento, pois isto o torna ainda mais acessível a nós. Mas Ele é também uma mistério cuja acessibilidade se percebe na mensagem das narrativas evangélicas. Neste domingo, as leituras nos remetem à mensagem da conhecida festa das Bodas de Caná, em que Jesus realiza o seu primeiro sinal. Maria, que o acompanhava juntamente com os discípulos, percebeu que o vinho tinha acabado e, como mulher sensível e prática, já providenciou uma solução, pois sabia da força que exalava da pessoa do Filho. E todo o resto nós conhecemos: ela disse a Jesus o que estava ocorrendo; Jesus responde com uma certa rispidez à sua mãe, mas pede aos que serviam o vinho que enchessem as talhas com água; a seguir ordenou que levassem ao mestre-sala para aprovar o vinho que seria servido… e, assim, está feita a grande transformação!


Esta passagem, de alto teor teológico e não histórico, trata de uma revelação da identidade de Jesus. Tudo começa numa festa de núpcias… Os profetas haviam descrito as relações entre a humanidade e Deus em termos de relação nupcial – cf. a 1a leitura. O povo de Israel – esposa escolhida – foi muitas vezes infiel e teve que ser purificado através de duras provas, como o exílio. Nestes momentos de abandono, o profeta anuncia a fidelidade de Deus, que ama apesar de tudo. Virá o momento em que Deus se unirá indissoluvelmente e para sempre à humanidade = imagem matrimonial. Esta união definitiva será Jesus. O episódio de Caná é visto no evangelho de João como o banquete nupcial da união definitiva do ser humano com Deus, a inauguração dos tempos messiânicos. O sinal de Caná – a transformação da água em vinho – revela o seu ser divino. A palavra que pode nortear esta reflexão talvez possa ser “transformação”. Jesus e seus ensinamentos transformam a nossa vida, o nosso mundo. Por isso Maria nos orienta ainda hoje: “fazei tudo o que Ele vos disser!”. E esta é a grande espiritualidade mariana, o que verdadeiramente agrada a Maria é seguir o seu Filho, seguir o seus ensinamentos, e praticar os atos que praticou. O papel de Maria é fundamental nesta perícope, em que não é considerada, nem chamada como mãe, mas como Mulher! É ela que “lembra” que é chegada “a hora” de Jesus. Na condição de Mulher, ela entra na obra da salvação, tomando a iniciativa. Esta é a mensagem teológica do Evangelho de hoje. Que Jesus e Maria nos ajudem a fazer as transformações difíceis, mas necessárias, na nossa vida, na nossa família, na nossa Igreja, em todas as realidades que necessitem do “vinho novo” que só Jesus oferece! Que seja assim! Amem e amém.

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