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CEBs-MT participam de seminário sobre Congresso do Povo Brasileiro

(Foto: Frente Brasil Popular/MT)

“A fé só tem valor se for pra fazer transformação social”. A afirmação é do engenheiro civil Wilson Luiz Riva, de 53 anos, integrante das Comunidades Eclesiais de Base (CEBs) da diocese de Rondonópolis-Guiratinga (Mato Grosso, Regional Oeste 2).

Ele foi uma das pessoas que participou em Cuiabá, capital do estado, do seminário preparatório para o Congresso do Povo Brasileiro. O evento ocorreu no sábado (21) na sede do Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público (Sintep). Lideranças de CEBs de várias regiões do estado participaram do seminário.

O evento também reuniu representantes de movimentos ligados aos direitos humanos, questão indígena, juventude, negritude e reforma agrária, de sindicatos e de partidos de esquerda.

Wilson, mais conhecido como “Gaucho”, lembrou que as CEBs atuam a partir da relação cotidiana entre fé e vida, e que a política é uma dimensão fundamental desta filosofia de trabalho pastoral.

 

O que é o Congresso do Povo?

“O Congresso do Povo é uma forma de resistência aos variados modelos de dominação que nós estamos sofrendo nos níveis local, regional e nacional. É uma forma do povo resistir de maneira mais acirrada e desenvolver um modelo de conscientização permanente”, explicou.

O Congresso do Povo é uma iniciativa da Frente Brasil Popular, que reúne mais de 80 entidades da sociedade civil. Objetiva mobilizar a população contra o golpe iniciado com a derrubada da presidenta Dilma em 2016 e propor um novo projeto de sociedade.

(Foto: Frente Brasil Popular)

Uma plataforma popular que leve em conta os direitos humanos, a justiça social, o respeito à natureza e aos povos originários, a valorização da diversidade cultural, a democratização da mídia, a reforma agrária, entre outros.

Afinal, não queremos viver num Brasil que está entre os dez mais desiguais do mundo. Não queremos um país em que 16 milhões de pessoas estão na miséria.

Esses dados fazem parte da cartilha distribuída durante o seminário em Cuiabá e têm como fontes a organização internacional Oxfam e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud).

 

Diálogo direto com o povo

A cartilha também foi um instrumento de formação quanto ao método para a constituição de comitês nos bairros, com o objetivo de mobilizar moradoras e moradores. O Congresso do Povo terá etapas municipais, estaduais e a nacional vai ocorrer em julho no Maracanã, Rio de Janeiro.

Em Rondonópolis ao menos três comitês começam a ser constituídos nos próximos dias, nas regiões do Jardim Atlântico/Vila Cardoso, Jardim Tropical e Vila Salmen/Parque Universitário.

 

“As CEBs vão participar do congresso, buscando  ser agente de transformação para garantir uma vida melhor para o povo”, disse “Gaúcho”

 

As chamadas para as reuniões serão feitas por carro de som. Nos encontros, a ideia do congresso será explicada, os participantes poderão apontar suas reivindicações e pensar em conjunto as formas de encaminhar ações.

Várias outras atividades vão ocorrer no estado para potencializar a ideia. Na região de Cáceres, no Alto Pantanal, por exemplo, haverá reuniões em acampamentos, assentamentos e diálogo com professores, estudantes e técnicos da Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat).

(Foto: Frente Brasil Popular/MT)

Em Tangará da Serra, Médio Norte, a tática inicial para apresentar o Congresso do Povo será a partir das feiras populares.

Em Barra do Garças, no Araguaia, a militância vai unir forças com o comitê Lula Livre, buscar parcerias com cidades vizinhas, como Pontal do Araguaia (MT) e Aragarças (GO), além de fazer reuniões em praças.

“A fé sem obras é morta. Por isso as CEBs, junto às inúmeras entidades sociais, vão participar do congresso, buscando sempre ser agente de transformação social para garantir uma vida melhor para o povo brasileiro”, finalizou “Gaúcho”.

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