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Carta do 11º Encontrão de CEBs de Crateús – 2017

11º Encontrão de CEBs reuni mais 730 animadores de Comunidades

“Nossos corações estão vibrando de alegria e, por isso, nos dirigimos a vocês, para partilhar um pouco do que foi o grande encontro de todas as CEBs de nossa Diocese”.

Essa é a introdução da carta redigida no caldeirão das forças vivas das lideranças de CEBs reunidas na cidade/diocese de Crateús. Acontecido nos dias 02 e 03 de setembro de 2017.

Com uma acolhida própria de saber formular um abraço e apertar uma mão, em um canto seja bem-vindo quem chega todos os romeiros cebianos foram recepcionadas nas dependências do Colégio Regina Pacis.

Após ser ofertado um café partilhado de dons frutuosos quê  a terra mãe favorece e os dons generosos das mãos que cultivaram e fizeram acontecer, realizou-se uma bonita caminhada até a Sé Catedral do Senhor do Bonfim.

Após chegada a Sé Catedral, aconteceu uma  celebração de abertura, apresentação das delegações e convidados. Dom Ailton Menegussi refletiu sobre a realidade da cidade e sua cultura expansiva em todos os recantos.

Uma carta construída durante os dois dias de encontro sistematiza toda memória das alegrias, reflexões, partilhas de experiência e o rejuvenescer de uma nova etapa da

caminhada das CEBs.

Confira na integra Carta do 11º Encontrão de CEBs de Crateús:

 

CARTA DO 11º ENCONTRÃO DAS CEBs DIOCESE DE CRATEÚS

Queridas irmãs e queridos irmãos,

Nossos corações

estão vibrando de alegria e, por isso, nos dirigimos a vocês, para partilhar um pouco do que foi o grande encontro d

 

e todas as CEBs de nossa Diocese.

A participação de 735 pessoas, vindas das 14 Paróquias e da Área Pastoral de Sucesso, além de pessoas amigas que

vieram de outros cantos, fortaleceu a nossa rede de comunidades e todos nós fica

mos revigorados e animados para tocar adiante a nossa Caminhada. Os encontros, desde o da Paróquia até o diocesano, foram momentos de estreitar os laços campo e cidade, de perceber melhor os desafios do mundo urbanizado e de indicar formas de superação, na direção de outro mundo possível, sinal e anúncio do Reino.

Relendo a parábola do bom Samaritano (Lc 10,25-37), vemos que ela ressoa forte, nos dias de hoje: somos nós o homem assaltado, roubado, ferido e jogado à beira da estrada. Mas como o samaritano, nós temos assumido a missão de curar e levantar quem e

stá caído, cuidando da vida ameaçada, solidarizando-nos com quem sofre, por não ter acesso à terra e à água, onde morar, trabalhar.

Estamos cientes de que (e por que) alguns se apoderaram de nossa história, de nossas raízes, de nossa língua, de nossas terras; roubaram nossos direitos, negaram nossa identidade, expulsaram-nos para as periferias das cidades e invadiram o campo; seduziram-nos para adotarmos um estilo de vida que nos nega e nos destrói, por dentro. O dragão que queria devorar o Menino do Apocalipse (Ap 12) é o mesmo que continua querendo devorar os pobres e as organizações populares, nos impedindo viver com dignidade. Temos nos esforçado, portanto, para crescer na consciência e na cidadania.

De outro lado, damo-nos conta que não conseguiram roubar de nós a comunidade, a nossa fé e a nossa esperança. Somos como a caatinga que perde a folhagem para resistir e guarda sementes, escondidas no chão, anos a fio, esperando o tempo bom para nascer.

Alegra-nos ver que são muitos os sinais de resistência e de superação:

– Anunciamos o evangelho da alegria, buscamos uma vida simples e, estamos, sempre, com o pé na estrada, ao encontro das pessoas excluídas de nossa sociedade;

– Alimentamos o sonho de um mundo novo (em nossas celebrações, festas…), de uma nova Política e de cidadãos comprometidos com a Política, para alcançar Liberdade, Justiça e a Igualdade;

– Ensaiamos, a partir do nosso lugar, um jeito novo de organizar a vida, de cuidar da criação de Deus e da saúde de todas as pessoas, de fazer a educação, de refazer a vida nas cidades, tornando-as mais humanas; reapropriamo-nos de tecnologias antigas e aprendemos a usar tecnologias modernas a nosso favor;

– Acreditamos na presença do Espírito em nosso meio a guiar-nos e, por isso, valorizamos e apoiamos as pessoas e iniciativas em favor da vida.

Temos consciência de que a missão continua e que ela é de todos/as; precisamos, portanto, continuar avançando na compreensão e superação dos desafios do mundo urbanizado. Confiemos no sopro do Espírito que nos move, na certeza de que o Amanhã vai chegar!

Crateús, 3 de setembro de 2017.

Enviado por Pe. Maurizio Cremaschi

 

       

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