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Cartaz do 23º Grito dos Excluídos. Por Direito e democracia a Luta é todo dia! Arte Francisco Daniel

Por Direito e democracia a Luta é todo dia!

Cartaz do 23º Grito dos Excluídos  Arte de Francisco Daniel

O movimento dos sem- terra não deve ficar alheio ao que faz o movimento indígena, nem o dos negros indiferente às lutas das mulheres. Quanto mais fortes os vínculos de solidariedade   mais rápido as sementes de transformação darão frutos. Frei Beto

O Grito dos Excluídos é um movimento nacional apoiado pela CNBB, envolvendo as pastorais sociais, mas que também vai além do ambiente eclesial: Movimentos Sociais, Sindicatos, escolas, igrejas e  Partidos políticos. Como se lê na página oficial do Movimento (www.gritodosescluídos.org), “a proposta do Grito surgiu no Brasil no ano de 1994 e o 1º Grito dos Excluídos foi realizado em setembro de 1995, com o objetivo de aprofundar o tema da Campanha da Fraternidade do mesmo ano, que tinha como lema ‘Eras tu, Senhor’, e responder aos desafios levantados na 2ª Semana Social Brasileira, cujo tema era ‘Brasil, alternativas e protagonistas’”. O movimento foi ganhando força e chegou, em 2017, a sua 23ª edição, com o tema Por direitos e democracia, a luta é todo dia!

“Acredita-se que direitos e democracia tem sido duas questões um tanto ameaçada nos últimos anos. As lutas populares no Brasil caminharam em direção da construção de direitos. E esses, por sua vez, estão ameaçados, e outros extintos, sobretudo com governo Temer. Vale lembrar que direitos sempre terão como inimigos o capital, e em tempos de maior agressividade do capital esse conflito com os direitos são sempre maiores. No entanto, apesar de não vencer o capital, tem sido a ferramenta mais apropriada nos últimos anos para defender um mundo justo, buscando garantir o cuidado da vida em primeiro lugar. A democracia foi uma das metodologias de organização construída nos últimos anos. Tão frágil ainda, quanto uma borboleta em transição entre casulo e o mundo externo.  Despertar a solidariedade de classe é fundamental nesse processo de democratização e defesa de direitos, como mecanismos de construção de um outro mundo possível.”  Jardel Lopes- PO

Uma das partes mais contundentes da encíclica do Papa Francisco sobre O cuidado da Casa Comum é dedicada à “desigualdade planetária” ( (nn.48-52). Vale citar suas palavras:

“Os excluídos são a maioria do planeta, milhares de milhões de pessoas. Hoje são mencionados nos debates políticos e econômicos internacionais, mas com frequência parece que os seus problemas se colocam como um apêndice, como uma questão que se acrescenta quase por obrigação ou perifericamente, quando não são considerados meros danos colaterais. Com efeito, na hora da implementação concreta permanecem frequentemente no último lugar…deve-se integrar a justiça nos debates sobre o meio ambiente, para ouvir tanto o grito da Terra como o grito dos pobres”(n.49)

 Em carta de apoio ao Grito dos Excluídos  no ano de 2016, o presidente da Comissão Episcopal Pastoral para o Serviço da Caridade, Justiça e Paz, Dom Guilherme Werlang   afirmou: “O Grito dos/as Excluídos/as não se limita ao sete de setembro. Vai além. Em preparação ao evento são promovidos debates, seminários, fóruns temáticos e conferências envolvendo entidades, instituições, movimentos e organizações da sociedade civil fortalecendo as legítimas reivindicações sociais e reforçando a presença solidária da Igreja junto aos mais vulneráveis, sintonizando-a aos seus anseios e possibilitando a construção de uma sociedade mais justa e solidária.”

“No dia 07 de setembro, data da independência, haverá mobilizações em todos os recantos do país para o Grito dos Excluídos ser ouvido pelos incluídos. Não é suficiente gritar. É preciso sobretudo agir, articulando a sociedade civil em movimentos sociais e criando conexões entre eles, pois o movimento sem-terra não deve  ficar alheio ao  que faz o movimento indígena, nem o dos negros indiferente às lutas das mulheres. Quanto mais forte os vínculos de solidariedade entre eles, tanto mais rápido as sementes de transformação haverão de dar frutos.” Afirma Frei Beto.

Importante destacar, que o objetivo da luta não é apenas o direito e a democracia, mas a construção de um mundo justo, onde a vida esteja em primeiro lugar. Para isso, temos utilizado do direito como ferramenta e a democracia como metodologia política. A luta é todo dia!

Agenda:

19 a 21 de maio – Encontro de Multiplicadores do Grito

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