O Lamento e o Grito.
O lamento mantém os olhos fixos sobre as ruínas de um edifício, de um projeto ou da história, seja esta pessoal ou coletiva. O grito procura entre os escombros algo que sirva de alicerce para recomeçar o movimento, escreve Alfredo J. Gonçalves. Assessor das Pastorais Sociais.
Eis o artigo.
O lamento chora as perdas da crise ou da tragédia, sopesando suas nefastas consequências. O grito enxuga as lágrimas, ergue a cabeça e põe-se novamente em marcha. O lamento costuma estacionar no saudosismo, insistindo sobre “como eram bons aqueles tempos”! O grito, feita a análise da caminhada e ciente de que a história não se repete, tira as lições dos avanços e recuos, apontando para horizontes alternativos. O lamento tem um tom sufocado e oprimido, não raro silencioso ou silenciado de quem, ferido e...