Por Roberto Malvezzi (Gogó)
O que era uma piada do Papa Francisco, agora virou profecia. Não pela cachaça, nem pela pouca oração, mas pelo tamanho da estupidez que tomou conta do Brasil.
O relatório do IPCC nos diz que já estamos mergulhados nas mudanças climáticas: secas, enchentes, ondas de calor, ondas de frio, furacões, tempestades, com o consequente impacto nas comunidades e países mais pobres e vulneráveis, com aumento de doenças, fome, sede e miséria. O que antes era esperado para o fim do século, depois para a metade do século, agora já se confirma e deve chegar ao ápice já em 2030.
O `Pantanal já perdeu 75% de suas águas desde 1985. Uma grande vitória do agronegócio brasileiro, com sua soja, seu milho, seu gado e todas as suas monoculturas.
No geral o Brasil perdeu 15% de suas águas doces em 30 anos. Vitória complementar dos devastadores da Amazônia e do Cerrado. A Mata Atlântica já tinha sido destruída. E Caatinga vai sendo destruída a conta gotas, assim como cada gota de chuva que cai sobre nós.
O desmatamento da Amazônia cresceu 51% em relação ao mesmo período anterior. Portanto, a política de devastação de Bolsonaro/Sales vai atingindo plenamente a sua meta, mas o processo já vinha desde a década de 70 do século passado com a ocupação da Amazônia nos padrões de desenvolvimento do Regime Civil-Militar.
Um deserto do tamanho da Inglaterra avança sobre o Semiárido Brasileiro. Resultado do desmatamento para a agricultura e pecuária extensivas. Cerca de 13% do território do Semiárido já estaria desertificado e a perspectiva é de ampliação desse processo de extinção da vida, segundo o mesmo IPCC (https://www.bbc.com/portuguese/brasil-58263344).
A maior seca dos últimos 91 anos se abate sobre a região Sudeste e os sulistas e sudestinos insistem em levar seu modelo de desenvolvimento para a Amazônia, para o Pantanal, para o Cerrado e para o Oeste Baiano.
Um Senhor de cabeça branca, vice-governador da Bahia, em um vídeo exalta uma empresa no Oeste Baiano por “suprimir a vegetação de 25 mil hectares” e implantar um projeto de irrigação no município de Barra, onde estão os Brejos, verdadeiros “oásis” em território brasileiro.
Hoje se fala em múltiplas inteligências, inclusive a emocional. Olhe para o presidente da República e dê uma nota de zero a dez para sua inteligência emocional, sem falar na capacidade de raciocínio.
Para completar, cinco ex-presidentes vão perguntar aos generais se eles estão querendo dar um golpe ditatorial no Brasil. É o avesso do avesso, do avesso, do avesso.
Parafraseando o Papa Francisco, o Brasil não tem salvação, é muita estupidez e pouca inteligência.
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