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Participantes do Grito enfrentam proibição da prefeitura e protestam nas ruas de Cáceres (MT)

Mordaças foram usadas para protestar contra prefeitura, que proibiu manifestantes de integrarem desfile cívico.

Com a participação de aproximadamente 300 pessoas, entre lideranças sindicais, coordenadores de movimentos sociais, pastorais da igreja católica, padres e a presença de um pastor de igreja evangélica, o 24° Grito d@s Excluíd@s aconteceu ontem (sexta-feira, 7) em Cáceres, na região do pantanal mato-grossense.

As atividades deste ano tiveram como tema “Vida em Primeiro Lugar” e lema “Desigualdade gera violência: basta de privilégios!”.

Trabalhadores rurais da região já assentados fizeram visita de solidariedade aos sem terra que estão em acampamento na luta por reforma agrária, pão e trabalho. E também participaram da manifestação católicos dos municípios de Nossa Senhora do Livramento (a cerda de 200 km de distância) e de Curvelândia (a 70 km, em média).

 

“Se é pra ir pra luta, eu vou”

Mesmo impedidos de integrar o desfile cívico por causa do autoritarismo da prefeitura, comandada por Francis Maris Cruz (PSDB), houve concentração de pessoas e manifestação silenciosa, fraterna e solidária. Os manifestante do Grito caminharam entre o povo com cartazes, panfletos, banners e faixas mostrando as injustiças sociais, o sofrimento e as dores do povo mais pobre e as péssimas condições das políticas públicas de emprego, saúde, educação e direitos do trabalho/previdenciário.

Manifestantes mostraram faixas durante desfile.

Foram denunciados casos de prisões injustas de índios e a situação de calamidade da comunidade quilombola Pita Canudo (a 50 km da área urbana de Cáceres). Também teve espaço no protesto a denúncia de violência contra a vida, o feminicídio e as brutalidades contra as mulheres. Ainda, a situação sofrida pela população negra pobre, os ataques contra os direitos dos oprimidos, as péssimas condições de vida de grupos sociais sem terra e empobrecidos em Cáceres e no Oeste de Mato Grosso.

 

Aos poucos, o Grito d@s Excluíd@s retoma sua importância e lugar nas manifestações públicas em Cáceres

 

Além disso, outros gritos ecoaram, como: a falta de políticas públicas para o abastecimento de água na zona rural; a Dívida Pública brasileira, que se alimenta das isenções fiscais junto aos ricos empresários e abandona na miséria os pobres.

Com o esforço de todas e todos, a manifestação ganhou visibilidade e reconhecimento social. Não houve violência e nem confronto, porque quem participou não entrou no jogo de ameaças da prefeitura.

Mensagens fortes deram o tom do Grito d@s Excluíd@s em Cáceres.

Assim, aos poucos, o Grito d@s Excluíd@s retoma sua importância e seu lugar nas manifestações públicas em Cáceres. O povo empobrecido, os sofredores e vítimas dessas  injustiças rompem o silêncio e constroem as lutas. Como dizia um cartaz usado no protesto: “Prefiro morrer na luta do que morrer de fome”.

Com apoio de setores sociais fraternos e solidários, em busca de cidadania, os empobrecidos começam a retomar os caminhos da rua na luta pela vida e dignidade humana.

Agronegócio foi associado ao excesso de veneno nas plantações.

Ao final da manifestação houve uma confraternização entre os diversos movimentos e as pastorais. A alimentação foi oferecida com recursos das comunidades em geral, por dirigentes pastorais e lideranças locais. Em especial, das paróquias São Luiz de Cáceres e Santíssima Trindade. O almoço foi feito por católicos das comunidades São Gonçalo, Sagrada Família e Nossa Senhora do Rosário.

Texto de Dimas Santana Souza Neves, professor universitário em Cáceres e membro de CEB na cidade e fotos da equipe do Grito d@s Excluíd@s em Cáceres

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1 Comment

  • Maria Luiza Neves Cruz

    Gilbran , que bênção , poder contar com uma informação que vem de uma pessoa não inserida nos vícios de mentira , fofoca , alienação que encontramos na maioria de notícias que lemos. Obrigada por nos oferecer serviço de qualidade e verdade. Te admiro como profissional. Você e a terna , Ana Paula. Obrigada

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