Leituras: Is 61,1-2a.10-11 – Sl: Lc 1 – 1Ts 5,16-24 – Jo 1,6-8.19-28

Por Quininha Fernandes Pinto, do Regional Leste 1.

Vigilância. Conversão. Alegria! Celebramos o domingo da alegria: Deus vem para alegria dos pobres. Nosso Deus que vem quer ser “pobre”; contesta as imagens que dele fazemos, e vem ao nosso encontro numa dimensão incomum para as religiões. Os pobres são os privilegiados do Reino; são mais disponíveis para o alegre anúncio da salvação; são os que não se apoiam em sua suficiência pessoal ou na segurança material; estão atentos à escuta da Palavra e são capazes de uma felicidade simples, desinteressada. O profeta Isaías anuncia uma mensagem de paz e libertação para os infelizes, contra os injustos opressores. É um poema, que descreve a alegria da comunidade que goza da salvação de Deus: “O espírito do Senhor está sobre mim… enviou-me para dar a boa-nova aos humildes, curar as feridas da alma, pregar a redenção para os cativos e a liberdade para os que estão presos…”.
O Evangelho de João apresenta a figura do Batista sem qualificativos ou precisões; ele sabe que não é importante. Não é o Messias, não é Elias, nem o profeta que todos esperam… Ele se vê como “a voz que grita no deserto” – “Preparai o caminho do Senhor”, e anuncia a vinda daquele do qual não é digno de desatar as suas sandálias. João Batista é enviado como “testemunha da luz”, capaz de despertar a fé de todos. Somos também chamados a ser testemunhas da luz. Como isso acontece?
  • não é necessário falar muito: nossa vida fala por nós!
  • não fala muito sobre Deus: sua vida é iluminada por Ele!
  • não é vaidoso: reconhece a sua pequenez diante do mistério que anuncia!
  • não julga, nem culpabiliza ninguém: é compassivo e misericordioso!
  • não ensina doutrinas religiosas: convida à conversão, à acreditar!
  • não condena: perdoa e ama!
  • não entrava a vida dos outros: abre caminhos, acerta as arestas!
A testemunha sabe que é fraca, pequena, limitada e frágil, não tem eco social, nem respaldo religioso, muitas vezes é incompreendida e injustiçada, mas segue e acredita confiante n’Aquele que anuncia.
Talvez vivamos um momento ímpar de desesperança e indefinição diante do futuro. As leituras deste domingo são fortes doses de esperança e de fé para que acreditemos em tempos melhores. Vamos nos alegrar pois o Senhor já vem! Ele vai nos revelar a face do Amor, já estampada no rosto dos pequenos, dos pobres, dos sofredores – como vimos há poucos dias em Mt 25 -; vai saciar a nossa sede e iluminar a nossa vida escura… alegremo-nos no Senhor! Ele não tarda a chegar.
Que seja assim. Beijos no coração.