“Pelas virtudes teologais nós sabemos que o dom da fé é sempre uma fé que crê, que ama e que espera. Podemos então vincular a fé que crê com a verdade e o conhecer, a fé que ama com o bom e o agir ético, e a fé que espera com a beleza e o gosto poético.”

No dia 03 de setembro  aconteceu   o I Encontro Diocesano de CEBs Folclore e Religiosidade Popular em Santo André SP.
As CEBs se encontram  no Parque Miami onde aconteceram várias apresentações de Folia de Reis, Bumba meu Boi, violeiros e violeiras de Mauá, Grupo do Divino, Quadrilha junina com Lampião e Maria Bonita,  Berranteiros com seus berrantes, comidas típicas e artesanatos.

O encerramento se deu  com uma missa sertaneja celebrada pelo padre Cícero da paróquia local Nossa Senhora de Guadalupe. O encontro trás uma reflexão profunda sobre os desafios que enfrentamos no mundo urbano.

“Como é a cultura – e religiosidade – do povo brasileiro e quais os caminhos para dar continuidade à inculturação da fé cristã em seu meio? 

No cotidiano do pobre, confundem-se a vida do corpo e a vida do grupo, o trabalho manual e as crenças religiosas. O que caracteriza a cultura popular é o fato de ser muito grupal, mas resguardar um espaço privatizado para a fé, de valorizar tanto materialismo como animismo, possuindo uma visão cíclica da existência que remonta à vida rural e interpreta tudo pelos ciclos da natureza. De forma que o homem pobre, no interior ou no subúrbio, conhece o uso da matéria, mexe com a terra ou com instrumentos mecânicos que são seu meio de sobrevivência. Por isso ele é realista, prático, sabe até onde pode agir, mas, ao mesmo tempo, recorre a uma força superior que se desdobra em entidades carregadas de energia (os santos e espíritos). Nossas comunidades cristãs devem se aproximar solidariamente dos pobres, descobrindo então essa sua fé, seu núcleo cultural de valores e sentidos, para aí mostrar a presença do Espírito de Deus, as “sementes do Verbo”, e depois ir catequizando o que vem de encontro ao mandamento cristão da fraternidade humana e da abertura mística para um Deus maior.” (Por Gilbraz Aragão)

 
A relação da fé cristã com a razão, a política e a cultura se compreende melhor se considerarmos tanto a metafísica da substancia dos antigos quanto a metafísica do sujeito dos modernos.  Pelas virtudes teologais nós sabemos que o dom da fé é sempre uma fé que crê, que ama e que espera. Podemos então vincular a fé que crê com a verdade e o conhecer, a fé que ama com o bom e o agir ético, e a fé que espera com a beleza e o gosto poético.

 O encontro foi tão animado e valioso que já ficou marcado o segundo encontro para a cidade de MAUÁ SP.

Por Nelsa Felix Regional Sul II