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CATORZINHO. Ecumenismo e diálogo inter-religioso

PLENÁRIA SOBRE ECUMENISMO E DIÁLOGO INTER-RELIGIOSO REFORÇARÁ A NECESSIDADE DO TRABALHO DAS CEBS COM A DIVERSIDADE

O ecumenismo, a pluralidade e o diálogo inter-religiosos serão tema de uma das cinco plenárias do Catorzinho, evento preparatório para o 14º Intereclesial das CEBs, a ser realizado nos dias 15 e 16 de julho. O Pe. Mauro Batista Pedrinelli, assessor da plenária em questão, destaca a unidade entre igrejas como uma preocupação fundamental a ser debatida, já que vivemos numa sociedade cada vez mais plural. “Em primeiro lugar, as comunidades são eclesiais, e enquanto Igreja, estão baseadas no Evangelho. É desejo de Jesus que todos sejam um”. A justificativa faz referência à oração de Jesus ao Pai: “Que todos sejam um, (…) para que o mundo creia que Tu Me enviaste”, que se encontra no Evangelho de João (Jo 17,21).

Ciente de que a promoção do cristianismo precisa passar pela prática da unidade, a Igreja Católica tem buscado, principalmente após o Concílio Vaticano II, abrir-se para o pluralismo. São as CEBs, contudo, que trabalham com a diversidade mais diretamente do que outras estruturas da Igreja (grupos, pastorais e movimentos). A discussão sobre o ecumenismo é importante no contexto das comunidades eclesiais de base porque, além de fortalecer a credibilidade da fé cristã, pode impulsionar o serviço comum à comunidade e à sociedade.

Refletir sobre os desafios do mundo urbano, tema central proposto para o Intereclesial, envolve a necessidade de que os grupos religiosos aprendam a conviver. Para o Pe. Mauro, quando há problemas que atingem a todos, todos devem ser responsáveis juntos para poderem solucioná-los. “Por exemplo, o problema do ônibus, o problema do asfalto, o problema da água, o problema da luz, o problema do emprego e tantos outros vão afetar a pessoa que é desta denominação religiosa, como também a daquela. Existem problemas urbanos, que são problemas tanto para os de uma igreja como os de outra”, explica o padre, que é pároco da Paróquia dos Sagrados Corações em Londrina. Ele lembra, ainda, que quando acontece como no nosso cenário político atual, em que bancadas religiosas se dividem ao invés de agir em prol da mesma nação da qual fazem parte, os problemas se alastram.

Em Londrina, existe um Movimento Ecumênico das Igrejas Cristãs e um Movimento Inter-religioso. Esses movimentos promovem celebrações, como por exemplo a semana de oração pela unidade dos cristãos e missas afros que reúnem junto aos católicos os candomblecistas. No entanto, o Pe. Mauro ressalva que, para além das celebrações, muito mais poderia ser feito: “ainda faltam muitas ações sociais que poderiam se dar por meio da participação conjunta”.

O líder da Igreja Católica, Papa Francisco, recentemente deu um exemplo antes inimaginável em termos de respeito a outras religiões. Francisco celebrou os 500 anos da reforma protestante. “Quem diria que um Papa celebraria essa cisão?”, observa o assessor da temática. “A figura do Papa Francisco teve muito mais incidência fora da Igreja do que nos âmbitos oficiais, infelizmente. A Igreja como oficialidade precisa ainda se converter para o trabalho do Papa Francisco”. Avançar no diálogo e nas ações no âmbito ecumênico e inter-religioso é, portanto, um dos objetivos do Intereclesial das CEBs.

 

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