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A Milão do cardeal Martini

Aloir Pacini, sJ (padre jesuíta e assessor das CEBs/arquidiocese Cuiabá-MT)

Confira relato sobre atividades complementares à programação oficial do Sínodo da Pan-Amazônia, que ocorre em Roma. São ações organizadas pela tenda “Amazônia: Nossa Casa Comum”. Acompanhe o relato do dia 14.

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Nesta manhã na Igreja Traspontina, em Roma, seo Honorato Lopes Trindade e dona Maria de Lourdes de Oliveira (povo indígena Sateré-Mawé) conduziram a oração. Relataram a história sagrada dos Sateré-Mawé, que está diretamente ligada ao surgimento do guaraná.

Depois do relato da origem do povo e do guaraná houve um momento de reconciliação e pedido de perdão e todos que estavam presentes beberam do guaraná servido em uma cuia. Segundo seo Honorato, este gesto de beber do guaraná da mesma cuia é um gesto de comunhão que aproxima os membros da comunidade para fazer o bem para a saúde.

 

Vasta programação

As Conferências Episcopais dos países que compõem a região Pan-Amazônica (Brasil, Peru, Venezuela, Equador, Bolívia, Colômbia, Guiana, Guiana Francesa e Suriname), as congregações religiosas e organizações ligadas à Igreja programaram diversas atividades em diferentes línguas. Celebrações, reuniões online de religiosos, painéis de especialistas, mostras fotográficas, apresentação de documentários, mesas-redondas etc. Todos esses eventos trazem densidade quanto a este acontecimento na história da humanidade (o Sínodo da Pan-Amazônia).

Como são mais de 100 eventos concomitantes com a programação oficial do Sínodo, não é possível participar em todos e nem todos acontecem em Roma. Hoje vamos para um lugar das lutas dos trabalhadores da Itália, que também estão se envolvendo no Sínodo da Pan-Amazônia e querem saber mais sobre o tema “Amazônia: novos caminhos para a Igreja e para uma ecologia integral”.

Na saída para Milão: Elza Xerente, Aloir, padre Emanuel (Camarões), Jeremias Mura, Ernestina Macuxi, Marline do Cimi, Hosana Puruborá em torno do chimarrão.

Na segunda-feira, 14 de outubro, na Câmara do Trabalho de Milão (Itália), uma delegação de líderes indígenas da Amazônia brasileira reuniu-se com os cidadãos milaneses para testemunhar a devastação ambiental que ocorre na região amazônica, o empobrecimento progressivo do bioma e o genocídio dos povos originais. A mobilização plural em defesa da Casa Comum, da qual a Amazônia representa o coração e o símbolo.

É necessário solicitar políticas nacionais e comunitárias que interrompam o desmatamento e a destruição extrativa – pois se trata de um bioma frágil –, protejam a biodiversidade e reconheçam o papel das comunidades indígenas, suas culturas e espiritualidades.

Às 15 horas, a delegação fez uma visita ao arcebispado, onde encontrou o padre Franco Agnesi, vigário-geral da diocese de Milão, pois o arcebispo Mario Delpini está em Chipre, para uma peregrinação. A mesa redonda às 18 horas teve Jeremias dos Santos, Muro do Amazonas; Ernestina Afonso de Souza, Macuxi de Roraima; e Aloir Pacini, da Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT).

Andrea di Stefano, da Valori.it, coordenou os trabalhos e falou também Roberta Turi (secretária-geral do Fiom de Milão), José Luiz del Roio (Comitê Internacional Lula Livre), Daniela Padoan (Associação Laudato Si’), Maurizio Fraboni (Acopiama Manaus – para proteger o Guaraná), Antonio Pacor (Collective FocusPuller).

O evento foi organizado pela Camera del Lavoro Milan, pela FIOM CGIL Milan, Focus Puller Collective, Associação Laudato Si’, CIMI – Conselho Indigenista Missionário Brasil (Cimi) e Acopiama, com a colaboração do Greenpeace Italia e Sextas-feiras para o Futuro Milão.

 

Equador

Depois do apelo do papa antes da bênção final na missa deste domingo (13) pelo fim da violência na Síria e no Equador, estamos em oração redobrada: “Que neste momento de imensas incertezas e sofrimento prevaleça a busca do diálogo!

A Conferência Episcopal Equatoriana e o Sistema de Naciones Unidas en Ecuador tiveram uma reunião para o diálogo na tarde do dia 13 em Quito para atender ao apelo do papa Francisco e conclamar a todos a fim de parar com a violência. Rezemos pelo Equador!

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