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Caravana do Ceará antecipa chegada; famílias já começam a acolher

Por Gibran Luis Lachowski

Com quase um dia de antecedência, metade da caravana do Ceará chegou ontem à tarde (segunda, 22) em Londrina (PR) para o 14º Intereclesial das CEBs. Cerca de 50 pessoas já foram acomodadas em residências de moradores onde estão localizadas as paróquias Nossa Senhora Aparecida/Quilômetro 9 e São Lourenço, na região sul da cidade. A outra parte da delegação chega hoje (terça, 23) até a parte da tarde.

A mudança de planos foi administrada pela equipe de articulação de Hospedagem de Famílias do Decanato Sul. A doméstica Lenice Aparecida da Rocha, de 48 anos, é chefe de uma das famílias que abriu as portas de sua casa para o povo do Ceará. Ela vai acolher a irmã Antonia Maria Alves de Souza, de 64 anos, que atua na Diocese de Itapipoca, Regional Nordeste 1. Ela viajou quatro dias de ônibus para chegar em Londrina.

O seminarista Francisco Levi de Oliveira Campos, de 25 anos, e o animador litúrgico Ismael Oliveira do Nascimento, de 21 anos, também foram acolhidos inicialmente, mas logo iriam para outro local. Ao todo, cerca de 1,8 mil famílias vão acolher participantes do Intereclesial.

“Eu estava muito ansiosa, e quando fiquei sabendo que a chegada tinha sido antecipada, vim correndo pra casa”, contou Lenice, mais conhecida como Nicinha. Logo fez uma refeição para as visitas “sem Sazon, mas com muito amor (risos)”. O arroz com feijão, porco assado, purê de batata e salada de repolho com cebola agradou em cheio o paladar dos nordestinos. E depois da refeição, como não poderia faltar, teve aquele cafezinho da hora. “Somos simples, mas o que importa é o carinho que a gente tem e a oportunidade de conhecer pessoas novas”.

Nicinha acorda às 6h30, pega o transporte coletivo para ir ao trabalho (de quatro a seis ônibus por dia), almoça no local do serviço e chega em casa às 17h. Ela participa de um grupo bíblico de reflexão, vai às missas e faz visitas às casas de doentes. “Agora que tô hospedando a irmã, vai mudar um pouco. Só vou acordar um pouquinho mais cedo e fazer o café pra ela”.

Antonia Maria, mais conhecida como Toinha, terá durante o dia a companhia da mãe de Nicinha. “Vamos ficar conversando, tomando um cafezinho, eu sabendo dela, ela sabendo de mim”, falou dona Alzira Maria dos Santos, de 71 anos. E à noite a família vai estar completa, com a presença de seu Luiz, esposo de Nicinha, que trabalha com serviços gerais.

Entre as informações que Toinha poderá compartilhar com a família acolhedora está o dia a dia da missionária, que percorre os municípios de Maranguape, Paramoti, Pentecostes e Canindé. ”É uma região muito seca e muitos têm que comprar água de carro pipa, mas quando chega perto da Semana Santa dá a cheia e vêm pescadores de todos os lugares vizinhos pra pegar peixes. É Deus atendendo o clamor dos pobres”, explica.

Mas que sorte!

A dona de casa Maria de Lourdes do Carmo Prestes Soares, de 53 anos, até alguns meses estava angustiada com a possibilidade de acolher uma pessoa em sua residência. Temia que  parte de sua casa não estivesse à altura da visita. “Minha casa é simples, mas bem construída. Só que a única coisa que me incomodava era o banheiro, bastante precário”.

Lourdes, como é chamada, chegou a pedir a Deus uma saída para sua angústia… e foi atendida. Ganhou um prêmio, conseguindo assim reformar o banheiro, comprar travesseiro, lençol, cortina e tudo o mais. “Não foi sorte. Foi Deus que atendeu minhas preces”, afirmou. Porém um imprevisto estava no meio do caminho. A moça do Ceará que ficaria na casa dela disse que houve um engano e que não viria. Lourdes desanimou, mas havia uma outra mudança de percurso, desta vez positiva.

Ao terminar a entrevista no fim da tarde desta segunda (22), ela recebeu a notícia de que uma das sete pessoas do Ceará que estava vindo de avião ficaria em sua casa. Um motivo a mais para intensificar a participação nas atividades do Intereclesial. “Certeza que vou participar do Dia da Palavra, na quinta-feira à noite, aqui na região”.

 

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