Quaresma é a preparação para a Páscoa, tempo de praticar a oração, o jejum e a caridade. É um tempo de conversão para viver plenamente o amor de Deus na vida de nossos irmãos, superando as diferenças em um mundo cheio de exclusão e mortes. Só poderemos vivenciar esse amor construindo pontes para o diálogo fraterno.
Não basta praticar os preceitos da esmola e jejum é necessário a prática da caridade. A caridade ė um ato de fé e essa pratica acontece na vida de comunidades. Devemos trazer para a rodas todas as pessoas: acolhendo, envolvendo, acompanhando e celebrando, através da oração que liga fé e vida. Devemos abrir nossos olhos para enxergar a realidade.
A caridade vai além de dar esmolas, para muitos, esse gesto é apenas um ato cristão e muitas das vezes um alivio de consciência. A caridade é uma ação concreta e encarnada na vida e isso aprendemos com o Mestre Jesus, través dos relatos dos evangelhos ė que buscamos a inspiração para a prática da caridade.
No belíssimo texto do evangelho de Lucas no capítulo 24, 13-35, temos a pedagogia de Jesus para viver a caridade de forma concreta:
APROXIMAR: Sem impor a presença, chegar perto.
ESCUTAR: ouvir os relatos dos acontecimentos, não apresentar fórmulas mágicas, apenas escutar.
CAMINHAR: é no caminho que a conversão acontece, respeitando o tempo de cada um.
PARTILHAR: muitas vezes pensamos que a caridade é só distribuir alimentos (cestas básicas). É preciso a prática do abraço carinhoso, do olhar cheio de ternura, da escuta amorosa.
Nestes tempos de Pandemia somos desafiados a viver a compaixão ao nos colocarmos no lugar dos outros e sentir sua dor, assim praticaremos de fato a caridade, que o apóstolo Paulo chama de amor e poderemos viver santamente a Páscoa da Ressurreição.
Por Maria Seleida dos Santos de Castro,
Articuladora das CEBs Centro Oeste