Shadow

Falar de Quilombo é falar em Resistência.

“Faz escuro mas eu canto, porque a manhã vai chegar. Vem ver comigo, companheiro, a cor do mundo mudar”. (Thiago de Mello)

O galo por essas bandas determina o acordar desses povos, enquanto uns fazem o café outros arreiam animais, é dia de fazer farinha, segunda-feira,  no sábado tem que estar pronta para a feira livre da cidade (Maiquinique/Ba) que fica a 16 quilometros. São conhecidos na cidade pelos seus produtos orgânicos, produção livre de agrotóxicos.

O derivado da mandioca tem um processo que exige muita paciência e muita dedicação. Paciência foi o que a comunidade do Tinga ou Mal Dormida, como muitos da comunidade preferem ser chamada, aprendeu à ter. Fiquei dois dias na comunidade, registrando hábitos, fotografando, acompanhando seus ritmos, seus trabalhos e a forma cultural exclusiva deste povo que luta há tempo para ser reconhecida como quilombo.

Pude sentir suas vontades, suas dores, seus anseios, suas lutas. Sentir o lado esquecido de uma sociedade que esqueceu sua história e suas raízes. Mas, eu vi também sorrisos, vi a esperanças cantar na voz de uma criança… Brasil, QUE FUTURO TEREMOS AGORA? Por que tu esqueces-te teu povo?

 

A luz aqui ainda é o candeeiro e velas, é o escuro da noite sem luz que na fé vê seus cantos, suas rezas e suas devoções… Tinga fica entre as cidades de Macarani e Maiquinique, dessa primeira, 22 quilômetros.

Eles não tem acesso a  algumas políticas de direitos que as comunidades quilombolas podem acessar, por conta de não ter reconhecimento, e o mais esperado no momento é a chegada da luz que é uma promessa antiga.

“Falar de quilombos é falar de resistência e por isso é importante marcar o papel das mulheres nesse processo que é histórico, mas também contemporâneo. Historicamente, esses territórios não eram espaços que tinham apenas referências masculinas em sua organização política, econômica e social. As mulheres sempre foram muito importantes para sua estruturação, desenvolvimento e luta. “Os quilombos eram uma forma de organização que já existiam em África, em que se fazia resistência ao sistema colonial que estava se alastrando por lá e que estava transmigrando as pessoas. Essa é a primeira base para a gente poder pensar qual a potência do quilombo”. (Cecilia Godoi)

As fotos aqui que apresento ao leitores de, As Cebs do Brasil e também ao site Meus Sertões, são atividades de trabalhos durante dia e a noite, de homens, mulheres e crianças, que tive toda uma preocupação de suas imagens, de forma especifica as fotos onde aparecem crianças. As fotos tive permissão e na concordância de todos/as na publicação.

Texto e fotos de Joabes Casaldáliga

 

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