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“Maria libertadora companheira da caminhada” CEBs da Arquidiocese de Manaus

“Esse momento nos anima, nos compromete, motiva e fortalece para darmos continuidade à missão de Maria nossa Mãe. Viva as CEBs do Regional Norte 1 Amazonas e Roraima”

Na tarde deste sábado (25/05) os articuladores das CEBs da Arquidiocese de Manaus realizaram um momento de espiritualidade assessorados pelo padre Alberto Panichella, chaveriano, com o tema “Maria libertadora companheira da caminhada”.

O objetivo do encontro foi refletir sobre o papel importantíssimo de Maria na missão de Jesus Cristo.

Durante a partilha foi pontuado as diversas situações que estamos vivenciando de desconstrução de direitos, da onda de intolerância em todos os aspectos principalmente nos espaços da igreja, e também  a inércia que vivenciamos em relação às lutas de classes.

Urge a necessidade de  um retorno as bases para uma reconstrução do significado do Evangelho no meio da sociedade. Muitas pistas foram apresentadas para a atuação libertadora em nossas comunidades, pastorais e grupos.

A leitura popular do cântico de Maria, (em LC 2, 46 ss) no encontro fraterno com Izabel, retoma o antigo cântico de Ana, mulher forte do primeiro testamento, mãe do profeta Samuel, (Sam 2, 1 ss).

Nos cânticos de Ana e de Maria, as mulheres de fé evidenciam os contrastes entre as classes dominantes e as classes populares: ricos e pobres, orgulhosos e humildes, ricas de filhos e estéreis, fartos, ( ímpios) e famintos, os sentados no poder e os príncipes, os poderosos e os oprimidos…Deus toma posição: indignado por essa situação que não é seu projeto, ele revira a mesa, rejeita os orgulhosos, e dá atenção aos que o temem-amam.

Derruba, empurra, caça os poderosos, ditadores, mandões, opressores e seus tronos-cargos-poderes-autoritarismos-corrupções e põe no lugar da organização da sociedade os pequenos, humildes, pobres, e explorados, excluídos. Deus aposta nos lascados da historia na bíblia e continua hoje. Os desnutridos, desempregados, comedores de migalhas, enche de comida, e bens, de sorriso, bênçãos, felicidade.

No magnificat, cântico de Maria, podemos distinguir três partes interligadas. Nos primeiros versículos Maria dá se como a humilhada, porque é adolescente, pobre, grávida e não casada, da periferia do império. E Deus olha para ela, a escolhe e a liberta, não porque ela seja melhor do que as outras, mas pela Misericórdia Dele.

As gerações irão chama-la de feliz, porque Deus a agraciou. Na segunda parte Maria mostra sua consciência social e esclarecimento ao cantar que Deus vai estabelecer através do Filho Jesus um mundo novo, uma nova sociedade jovem santa e fraterna. Na terceira parte Maria canta a fidelidade de Deus às Promessas de justiça e fartura na partilha e igualdade feitas aos pais e que passa para a igreja, chamada a ser popular e libertadora em nível mundial.

Alguém pode perguntar por que tudo isso muitas vezes não acontece… É que cabe a nós contribuir com Deus para a Realização do Reino da Justiça, do Amor e da Paz: se somos de Deus pelo batismo, somos chamados a ter o coração de DEUS e fazer o que Deus faz. Cabe a nós, com a graça de Deus iluminados com a perseverança de Nossa Senhora, companheira de caminhada, construir o poder democrático, igualitário, socializado, pela via popular e parlamentar.

O cântico de Maria é revolucionário e não violento, e aponta para uma alvorada de justiça divina que abre para o Reino definitivo. Que Maria nos ajude nessa tarefa e missão, clareando todo o povo que nos cerca!!!

O encontro finalizou com a comemoração do aniversário da coordenadora arquidiocesana Antônia Santos.

Patricia Cabral e Nete Souza.

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