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Reflexão da Palavra | 2º Domingo da Páscoa – Divina Misericórdia

Leituras: At 5,12-16 – Sl 117 – Cl 3,1-4 – Jo 20,1-9

Por: Quininha Fernandes Pinto
No primeiro dia depois do sábado, Jesus ressuscitado aparece aos apóstolos e lhes transmite seus poderes, fruto da sua vitória Pascal sobre a morte e o pecado. Seus discípulos nele reconhecem o Senhor, o Kyrios.
O grupo dos apóstolos é investido deste poder de libertação das enfermidades, dos “espíritos impuros”, sinal da libertação do pecado/mal. “Libertação” é um dos termos que mais polarizam e fascinam os jovens, em busca de um mundo desvinculado das inúmeras cadeias que ainda o oprimem. Mas de quem nos vem esta libertação? Bastará o esforço humano, sua luta apaixonada por maior liberdade, por respeito à dignidade, pela instauração da justiça? E em que nível é preciso agir para conseguir tais feitos?
São as estruturas que moldam o ser humano, dizem alguns. Mudemos as estruturas e o ser humano mudará, consequentemente. Lutemos por fazer com que caiam as estruturas injustas e anacrônicas da nossa sociedade. Certo é que as estruturas têm a sua importância na modelagem do ser humano, tornando-o livre ou escravo. Mas os seguidores de Jesus sabem que a raiz profunda do drama deve ser procurada no mais íntimo do humano, lá onde estão em jogo suas opções fundamentais entre o egoísmo e a doação. A primeira e mais radical libertação, pela qual são condicionadas todas as outras, é a libertação do mal/pecado que pode ser categorizado numa linguagem menos teológica como: ganância, poder, injustiça, soberba, inveja… com tantos rostos familiares como fome, corrupção, idolatria, desemprego, doenças, baixos salário e subempregos, discriminação… é um câncer que corrói os seres humanos no seu íntimo, que ataca a estrutura e a contextura da vida social, que envenena as relações e rompe a comunhão. Por isso, a “libertação” hoje tem um sentido profundo pois significa libertação da mais radical alienação que seduz a todos. Onde não há está libertação, vê-se que a destruição das estruturas injustas deu lugar muito frequentemente a outras estruturas que não souberam respeitar os seres humanos, os semelhantes.
O ressuscitado é a nossa garantia de libertação, é a nossa certeza, nossa possibilidade real de mudança! Ainda que, como Tomé, por vezes, tenhamos que ver/tocar para crer – tamanha é a nossa pequenez diante das estruturas do mal! – curvemo-nos diante d’Ele e digamos: “Meu Senhor é meu Deus!”. E, constatando a presença do ressuscitado entre nós, armemo-nos dos poderes que Ele nos passou e, em seu nome, trabalhemos pela mudança estrutural do nosso mundo começando por nós mesmos! A libertação tem início pelas nossas opções fundamentais. E pela resposta à pergunta colocada no domingo passado: Quem é o Senhor das nossas vidas? A que Senhor eu sirvo? Só Jesus é o Senhor!
Ele, a Divina Misericórdia, pode nos dar alento nas nossas fraquezas; socorro no nosso desespero; colo nas nossas dores; ânimo na nossa desesperança. Que possamos crer no poder salvífico da cruz e, assim, acreditar que tudo vai dar certo! Façamos a nossa parte! Que seja assim. Que assim seja.
Bjs 😘 no coração ❤️

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