O XXXII Curso de Verão terá como tema, Por uma cidade acolhedora somos todos migrantes.   

As migrações tornaram-se um dos fenômenos centrais do nosso mundo contemporâneo. Os migrantes são mais de 250 milhões, dos quais 22,5 milhões são refugiados. As cidades são seu principal destino e não mais o campo.

Muitos partem movidos pelo sonho de uma vida melhor. Outros, acuados por guerras, fogem em busca de um lugar, onde possam criar seus filhos em paz. Jovens saem em busca de trabalho estudo ou aventura. Outros ainda, tangidos pela fome, migram depois de perder tudo por secas, inundações e outras mudanças climáticas.

Dos quase 210 milhões de brasileiros, 180 vivem em cidades, para onde migraram eles, seus pais, avós ou bisavós. Nesse sentido, cabe o mote do curso: somos todos migrantes. E é preciso, como diz o Papa Francisco, “acolher, proteger, promover e integrar” essas pessoas, já que muitos países fecham suas fronteiras, erguem cercas, muros e varias outras barreiras para contê-las. A maioria é confinada em verdadeiros campos de concentração, encarcerada ou expulsa, por terem entrado sem os documentos exigidos. Nesse movimento migratório, padecem os mais vulneráveis: mulheres e crianças, idosos, pessoas com deficiência e enfermos.

O sentimento anti-imigrante entra também em nossos corações por propaganda contrária, por xenofobia, por medo de perder o próprio emprego ou por nos sentirmos ameaçados em nossa identidade, cultura ou religião.

As cidades, lugar de oportunidades e de rica diversidade cultural e religiosa, de movimentos sociais e políticos, também tornam extremas as desigualdades econômicas e sociais. Discriminam, isolam e empurram para a periferia os mais pobres e, entre eles, os migrantes. Tornam suas vidas precárias e sobrecarregadas pelas longas horas perdidas nos deslocamentos para o trabalho, escola, postos de saúde ou locais de lazer. A ausência dos equipamentos sociais mais elementares e os meios de transporte insuficientes e caros penalizam os que vivem longe das áreas centrais e são um dos obstáculos, junto com a falta de moradia e trabalho, para a construção de cidades mais humanas e acolhedoras.

Migrar é também uma aventura espiritual: Abraão parte para uma terra desconhecida, como se visse o invisível; no êxodo, um povo todo sacode a escravidão e ruma para uma terra de liberdade; a estrangeira Rute sai de Moab, para habitar no meio de um povo que não era o seu.

Na verdade, somos todos peregrinos e aqui não temos morada permanente, mas temos que ter bastante claro em nossos corações e compromisso, que somos convocados a transformar nossas cidades, em lugares, onde imperem amorosidade, igualdade, partilha, solidariedade e fraternidade.

INSCREVA-SE NO CURSO DE VERÃO 2019

Conteúdo e Assessoria

SECÃO I: MAPEANDO A REALIDADE

Migrantes: feridas e cicatrizes. Panorama nacional e internacional das migrações.
Alfredo Gonçalves – Padre carlista, Professor e assessor das Pastorais sociais.

Desigualdade territorial e social e mobilidade urbana.
Américo Sampaio – Sociólogo, gestor de projetos do Instituto Nossa São Paulo e membro da direção da Escola de Governo.

Migrantes e refugiados: proteção, acolhimento e integração na legislação.
Rosita Milesi – Pastoral dos Refugiados da CNBB.

SEÇÃO II – BIBLICO-TEOLÓGICA

Migrantes em terra estrangeira: do Êxodo a Rute, a moabita.
Odja Barros Santos – Pastora da Igreja Batista do Pinheiro em Maceió(AL), e assessora do CEBI.

SEÇÃO III – PASTORAL

Fraternidade e Políticas Públicas.
Campanha da Fraternidade 2019.

Círculos de Culturas*

Temas: Migrantes e Moradia, Saúde, Educação, Trabalho e emprego, Culturas, Lazer, Religiões, Povos indígenas na cidade, Discriminação,Violência, Direitos civis Laços familiares.

Integrarão os Círculos pessoas migrantes e Instituições que atuam diretamente nesta área: CGGDH- Centro Gaspar Garcia de Direitos Humanos, caritas – Centro de Acolhida a Refugiados, ACNUR – Comitê Executivo do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados, CEM – Centro de Estudos Migratórios, CIMI-Equipe de São Paulo SP, SPM – Serviço Pastoral dos Migrantes.

(*) Círculos de cultura

“O Círculo de cultura consiste em um espaço de diálogo entre aprender e ensinar, onde não se tem um objeto, mas que todos são sujeitos de trocas de novas hipóteses de leitura de mundo” (Paulo Freire, 1994).

No campo da formação no Curso de Verão, cujo modelo metodológico é o da Educação Popular, o Círculo de Cultura apresenta-se como uma ferramenta preciosa para o debate de forma participativa sobre os temas e toma em conta os saberes de todas as pessoas presentes.

Neste espaço serão apresentadas diferentes experiências de trabalho com migrantes, bem como seus relatos sobre como foram e são acolhidos/as na cidade.

Inscrições

As inscrições poderão ser feitas pelo correio, pelo site do CESEEP e por e-mail.

Valores:

Inscrição: R$ 210,00 até 15/12/18.

Após esta data: R$ 240,00.

Almoço: Para os interessados, o restaurante da PUC venderá tickets de almoço, pelo mesmo valor praticado para os estudantes.

Hospedagem: os participantes que residem fora de São Paulo e precisarem e hospedagem, serão acolhidos gratuitamente por famílias e comunidades comprometidas com o mutirão que, além do pouso, oferecem café da manhã e jantar.

Bolsa: A comunidade ou movimento que pagar 4 (quatro) inscrições, terá direito a uma quinta inscrição, gratuita.

 

Informações:

Telefone: (11) 3105-1680
E-mail: verao@ceseep.org.br
Site: www.ceseep.org.br

 

Curso de Verão

Popular, ecumênico e realizado em mutirão É organizado para um grande número de pessoas e, ao mesmo tempo, garante trabalho em pequenos grupos, dentro da proposta metodológica da Educação Popular que combina reflexão e criatividade, arte e celebração, além da convivência fraterna e compromisso transformador no retorno à prática nas pastorais e movimentos sociais.
Tem caráter nacional, mas é aberto à participação de pessoas de outros países que falem/entendam a língua portuguesa.
Destina-se a pessoas comprometidas com os trabalhos pastorais e comunitários e com os movimentos sociais e suas causas. Dedica especial atenção aos jovens, que iniciam a sua militância pastoral e social.

fonte: Ceseep