Carta às Comunidades nº 07Rondonópolis/MT, 15 de dezembro de 2020

Caríssimos/as, irmãos/ãs em Cristo Jesus, o Menino Deus nascido!

Chegamos ao tempo do Advento e Natal em meio à pandemia, que nos fez e nos faz viver experiências novas, desafios não previstos, criar e recriar a vida e a esperança. O que estamos aprendendo? Que desafios permanecem?

Neste tempo de medo, incertezas, isolamento e perdas, celebramos o Advento e o Natal. A liturgia deste tempo nos diz que “o povo que andava na escuridão (lugar do medo, da incerteza) viu uma grande luz; para os que habitavam as sombras da morte uma luz resplandeceu”. Em condições semelhantes a milhões de pobres e excluídos pelo mundo afora, Deus se encarnou em meio do povo de Nazaré e nasceu numa pousada, no lugar reservado aos animais, segundo Lucas, pois “não havia lugar para eles na hospedaria” (Lc 2,7), ou numa gruta de Belém, conforme Mateus.

O nascimento provocou quebra de paradigmas da sociedade vigente e gerou um novo jeito de vida comunitária e nova teia de relações sociais: pastores, considerados pessoas desqualificadas e impuras, foram transformados em mensageiros da paz: Não tenhais medo”; “eis que vos anuncio uma notícia que será alegria”; “hoje nasceu-vos o Salvador”. Palavras de vida e esperança. Todos podem ter coragem e alegria, porque a salvação de Deus irrompeu hoje no mundo.

A visita dos pastores quebrou o silêncio na casa de Maria e irrompeu num novo anúncio! Formaram comunidade com José e Maria. Leram os fatos, gestos, sinais e acontecimentos à luz do recém-nascido. “Um clarão brilhou no céu”. “Voltaram, glorificando e louvando a Deus por tudo o que haviam visto e ouvido”.

Viver o advento e o Natal em tempos de isolamento é irromper o silêncio dos que são silenciados e tornados invisíveis: os pobres, povos indígenas e quilombolas, desempregados, doentes, idosos, moradores de rua… Natal é graça, alegria, pequenez, paz, salvação, vida, aprendizado, acolhida, comunidade.

Vamos também nós a Belém: sair do nosso fechamento, cuidar uns dos outros, compartilhar a vida, com a mesma atitude dos pastores: prontidão para a missão, para a prática da justiça, para uma Igreja em saída, para ir ao encontro, para formar comunidade.

Noite feliz, eternidade feliz, vida feliz para todos e todas.

Secretariado para o 15º Intereclesial das CEBs.