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CEBs Articulação Continental: Encontro de assessores reúne 15 países da América Latina

Puebla reassumiu as CEBs: “As Comunidades Eclesiais de Base são expressão do amor preferencial da Igreja pelo povo simples; elas oferecem oportunidade concreta de participação na tarefa eclesial e no compromisso de transformar o mundo”(Puebla, 643; cf. 641)

Acontece na Guatemala,   o Encontro de assessores  da Articulação Continental das Comunidades Eclesiais de Base. Estão presentes 32 assessores e animadores de comunidades de 15 países: Brasil, Argentina, Paraguai, Chile, Bolívia, Colômbia, Equador, Haiti, Nicarágua, El Salvador, Panamá, Honduras, Guatemala, México e Estados Unidos.

O objetivo geral do encontro é concretizar o diagnóstico das Comunidades Eclesiais de Base no contexto atual e delinear algumas estratégias de saída.

Nesse primeiro dia foi feita análise da realidade e suas perspectivas na complexa conjuntura mundial  latinoamericana (sócio-política-econômica e  eclesial) para se ter maiores elementos dos desafios das CEBs.

Na análise de conjuntura se constatou que temos aprendido com esse processo que nos arruína, tendo como matriz uma espiritualidade que impulsiona à  uma organização,   visando  a mudança, uma emancipação frente ao neoliberalismo político e econômico. Pois, com os Estados Unidos no controle, toda a América Latina vira um mercado só: novos produtos e novas empresas. Isso resulta na globalização da economia com muitos componentes: reformas, terceirização, relação trabalho/consumo, migração é outros.

Isso tem criado um mal estar que resulta no  fortalecimento e criação de partidos  de extrema direita, somados ao mal estar da globalização, aos transgênico de empresas multinacionais e tantos outros malefícios.

Nasce um projeto alimentício: Somos o que comemos. De um lado temos uma ignorância política com abuso de poder, que ama a riqueza e reprime o povo.  Por outro lado, nasce uma organização popular com emancipação coletiva que não apoia nenhum partido e  com o protagonismo dos jovens e mulheres em defesa das causas locais.

Na análise eclesial afirmou-se  que o papa Francisco recupera a voz da Igreja para o mundo. Mas os poucos anos que lhe restam, só haverá  tempo de sobreviver;  pois, coexiste com  um movimento político de extrema direita que vai tomando força na Igreja.

Porém, há que clarear o projeto de Igreja dos pobres em aliança com o projeto político popular, considerando cinco elementos para trabalhar a Esperança:

1. Epistemologia da esperança para interpretar a realidade e não deixar de construí utopias;

2. Espiritualidade da esperança para discernir com quem caminhar é com quem fazer alianças;

3. Ética da esperança ao se tratar do cuidado que se deve ter com as pessoas e com a natureza;

4. Práxis da esperança para manter as resistências e organizações;

5. Geopolítica da esperança para garantir a organização das comunidades em territórios.

É importante que nos territórios se possa  garantir as articulações e a criação de escolas alternativas para a formação de lideranças. O encontro segue e o segundo dia será de reflexão sobre o funcionamento da articulação continental.

  O Serviço da Articulação Continental é um esforço de articular as CEBs do Continente de maneira que nos ajude a:

  • Recolher, sistematizar e compartilhar as experiências mais significativas das CEBs de todo o Continente.
  • Animar a rede de assessores e assessoras das CEBs e seu serviço.Incentivar uma melhor formação em todos os níveis das CEBs.
  • Promover a comunhão inter-eclesial.Receber e assumir as inquietudes mais comuns que surgem das CEBs.
  • Animar a atenção e abertura dos novos campos de missão: jovens, migrantes e aquele que na realidade pareça ser prioritário.
  • Compartilhar, em todo o continente ganhos, materiais, processos de formação, experiências, resultados dos processos nacionais e regionais que possam ajudar em nível nacional, regional e continental.Ser uma instância de diálogo com os diferentes espaços alter-mundistas globais

Que as CEBs do Brasil permaneça na resistência e irmanadas nessa ciranda da Patria Grande possamos cantar: Viva a Esperança! VIVA A ESPERANÇA!!

Pe. Vileci – Assessor das CEBs no Brasil

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