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Lideranças refletem sobre Políticas Públicas e Fraternidade em Cuiabá

A Campanha da Fraternidade 2019 – Fraternidade e Políticas Públicas – embalou uma manhã formativa na paróquia Sagrada Família, arquidiocese de Cuiabá (MT). Além do tema, se refletiu sobre o lema “Serás libertado pelo direito e pela justiça” (Is,1-27).  A atividade ocorreu no domingo, dia 17. Houve momentos de oração, animação, acolhida e estudos. Estiveram presentes lideranças de 11 comunidades da paróquia.

As reflexões da CF 2019 foram conduzidas por meio do método VER – JULGAR – AGIR. A assistente social e assessora da CEBs da Arquidiocese de Cuiabá, Antônia Marcel  conduziu o VER juntamente com a economista e membra do Conselho Administrativo e Econômico da Paróquia Sagrada Família, Agada Werner.

Antônia Marcel, mais conhecida como Toninha, explicou que “Políticas Públicas não são somente a ação do governo, mas envolvem diversos atores sociais para resolver algum problema”. E esse é o objetivo geral da Campanha da Fraternidade, ou seja: “Estimular a participação em políticas públicas à luz da Palavra de Deus e da Doutrina Social da Igreja”.

Já Agada mostrou como são pensadas as despesas e os orçamentos na área social, como educação, saúde, habitação, cultura e segurança. Ela falou que para pensar nessas áreas primeiro é preciso identificar o problema, e só ai buscar possíveis soluções com base num diagnóstico real.

Tudo isso leva em conta a participação efetiva da população, através das organizações da sociedade civil e movimentos sociais, das  audiências públicas, dos fóruns e reuniões populares, conselhos gestores ou de direito, entre outras ações.

O momento do JULGAR  ficou por conta da irmã salesiana Nazaré de Lima. Ela trouxe várias passagens bíblicas que fazem um apelo a um comportamento ético na vida que preze pela prática da justiça e da verdade. A irmã também lembrou da palavra do Papa Francisco: “Embora a justa ordem da sociedade e do Estado seja dever central da política, a Igreja não pode nem deve ficar à margem na luta pela justiça. ”

O AGIR foi conduzido pelo professor e membro da Comunidade Sagrada Família desde 1992, Reginaldo Barata. Ele destacou que devemos participar das tomadas de decisões da sociedade, justamente porque somos filhos e filhas de Deus.

“Portanto, essa campanha nos desafia a assumir essa ‘Igreja em Saída’, para que atuemos nos mais variados espaços públicos, ajudando na construção e fortalecimento de políticas públicas que defendam a vida, a justiça e o direito”, comentou. Reginaldo trouxe ainda o Documento 105 da CNBB, que encoraja e estimula os leigos e leigas a serem sal da terra e luz do mundo nos espaços políticos e coletivos de decisão. Uma das formas de participação ativa e atual é a defesa da Democracia.

 

FILA DO POVO

Em seguida houve espaço para observações e análises. Acompanhe algumas participações.

Fernando dos Santos – liderança jovem da paróquia Sagrada Família e dos movimentos sociais, que participa da Comunidade Santo Antônio, do bairro Pedregal – “Esse momento formativo é maravilhoso, principalmente para os jovens, pois nos traz a importância de estarmos presentes na política, porque isso faz parte do nosso dia a dia. E só assim podemos perceber nosso dever de cobrar e fiscalizar os representantes políticos para que cumpram seu papel como parlamentares.”

Lucia Maria da Silva – professora da rede estadual e animadora das comunidades – “Penso que todo esse momento é importantíssimo, para debater e aprofundar o conhecimento sobre as políticas públicas ou sobre as reformas Política e da Previdência.  Pois dessa forma poderemos contribuir mais na construção de ações que favoreçam a população.  Saber como a vida política está organizada e como ela se constrói na coletividade e com a participação do povo. Saber que quem elegemos para nos representar, deve levar nossas pautas para serem discutidas, analisadas e se tornarem políticas públicas.  É importante termos uma formação neste sentido. Que quem nos representa, representa o coletivo. Outra coisa que é importante também é os espaços que são disponibilizados para que isso aconteça.  Nós temos pouco hábito de pensar coletivamente e de construir ações que visem o bem comum. Por isso é importante uma formação neste sentido. Uma formação coletiva.”

Marli Cândida de Oliveira – coordenadora da Catequese  da Comunidade Sagrado Coração de Jesus – “Como cristãos leigos e leigas, buscamos conhecimento sobre as políticas públicas, e esse espaço e momento é muito importante. Precisamos conhecer melhor o sistema de governo, e somente juntos em comunidade, podemos assegurar esse conhecimento e buscar nossos direitos e cidadania, e ainda fortalecer nossas lutas por educação, saúde e segurança.”

O pároco Edison Mateus, ressaltou, ainda, a importância de estarmos inseridos nos Grupos de Reflexão para poder dialogar sobre esses temas. “Para podermos estar organizados em nossas comunidades, pois não podemos estar indiferentes aos sofrimentos dos nossos irmãos”.

Acompanhem as fotos da formação, no final desta matéria.

 

PROPOSTAS

Ao final houve propostas de ação com base em questões práticas.

  1. Em quais espaços podemos nos fazer presentes para incidir sobre as políticas públicas?
  • Na própria Comunidade Católica;
  • Nas Associações de Moradores;
  • Nas escolas dos bairros;
  • Nos centros comunitários;
  • Nos Conselhos Municipais (Saúde, Educação e outros);
  • Nos GRUPOS DE REFLEXÃO – é o local para se formar para a ação.
  1. Ter alguns cuidados e pensar sobre:
  • Cuidado com a linguagem para falar de política;
  • Cuidado com as mídias sociais, para usarmos a nosso favor, em favor da vida;
  • Pensar e investir na Pastoral da Comunicação, uma comunicação popular que dialogue com o povo e as comunidades.
  1. Sobre política e Reforma Política:
  • Entender melhor o que é a Reforma Política;
  • Formação sobre Política Administrativa;
  • Pensar se essa forma de política, baseada na democracia representativa, atende as demandas populares;
  • Saber como se forma a representatividade do Estado;
  • Precisamos conhecer melhor a política;
  • Garantir qualidade de tempo nas formações.

 

Texto: Rosenil Conceição,  Equipe de Comunicação das CEBs,

arquidiocese de Cuiabá (Regional Oeste 2)

Fotos: Trabalho em grupo de Reginaldo Barata, Samuel Costas e Rosa Werner

 

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