Por Nilton Mendonça – Comunica15
Quando “uma família se divide, enfraquece a força para a caminhada”, lamenta Zé Vicente.
Com 42 anos de carreira, e sendo notável referência musical dos movimentos sociais brasileiros, notadamente os católicos, o poeta, compositor e cantor cearense Zé Vicente, comentou, nessa terça-feira, 19/07, os preconceitos e perseguições internos, da própria Igreja, a movimentos e serviços, entre os quais as Comunidades Eclesiais de Base.
Em um dos intervalos das atividades do bioma Caatinga, nesta terça-feira, na comunidade Bom Pastor, ele comemorou sua participação no “encontro debutante” dos intereclesiais das CEBs.
Não existe, disse ele, melhor maneira de viver a missão que “em comunidade” e encarando o compromisso com a “causa dos oprimidos, pobres, doentes, crianças, idosos, de todos que vivem em situação de vulnerabilidade e qualquer tipo de discriminação pela fé, opção sexual ou outra”.
EM FAMÍLIA – Provocado pelo Comunica15, Zé Vicente lembrou que os preconceitos e perseguições sempre acompanharam, ao longo da história do Povo de Deus, os profetas e seguidores de Jesus; e se repetem, infelizmente, contra a espiritualidade das CEBs e de outras ações e serviços particulares dentro da Igreja Católica.
Apesar dessa regra da história, ponderou ele, essas “incompreensões” ferem e comprometem a caminhada ainda mais, quando vem de dentro do próprio corpo místico de Cristo: “Uma das formas que às vezes podem nos fazer sofrer mais, é quando os preconceitos são entre nós mesmos. Quando uma família se entende nas suas diferenças, e se aceita, tem a paz para enfrentar qualquer desafio de fora, mas quando essa família se divide, não é bom, porque enfraquece a força para sua caminhada”, apontou.
CONHECER – Zé Vicente pediu que todo católico que não entende as comunidades eclesiais de base, antes de criticar ou combater, procure conhecer e se informar. “Se você escutou às vezes uma fake news, uma mentira que se inventa sobre seus irmãos de fé das CEBs, vá conhecer a fundo, e certamente verá que não é o que você escuta, até porque a caridade da escuta, de conhecer a verdade é o caminho da nossa unidade; que a gente preze por ele, lute por ela”, pediu o poeta e cantor.
Zé Vicente também pregou uma Igreja “como o Papa Francisco defende, unida, compassiva, em saída e participativa”, e defendeu que, feliz quem conseguir perceber “os sinais do sopro do Espírito” que chama à união e ao diálogo das forças cristãs católicas contra a “polarização dos ódios e dos preconceitos”, que ameaçam a vida humana no planeta. ”Nós precisamos estar unidos em nome de Jesus, nosso metre, e da Trindade Santa, modelo de comunidade, para enfrentar os embates do mundo”.
