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Reflexão da Palavra | 7º Domingo do Tempo Comum – Ano C

Por: Quininha Fernandes Pinto

Leituras: 1Sm 26,2.7-9.12-13.22-23 – Sl 102 – 1Cor 15,45-49 – Lc 6,27-38

As leituras deste domingo, sobretudo o Evangelho, são questionadoras, instigantes, controversas e pontuais para o bom desempenho da fé cristã. São arrebatadoras, pois vão na contramão da nossa vivência diária, da cultura capitalista, do conceito de justiça que vivemos na nossa sociedade. Como se não bastasse a dureza apologética das bem-aventuranças do domingo passado, hoje Jesus nos solicita posturas extremamente difíceis, aparentemente impossíveis de serem vivenciadas pelas pessoas comuns, por nós… Na verdade o Evangelho nos convoca a amar como Deus nos amou; nos fala da necessidade de haver correspondência entre o que Deus fez e o que a humanidade deve fazer. E a possibilidade real disto acontecer se fez em Jesus; Ele é a expressão histórica concreta do ato de amor totalmente gratuito e universal com que Deus se dá à humanidade e na qual revela quem ele é. Portanto, nós cristãos(ãs) devemos amar como Deus nos amou, e simplesmente “porque” Ele nos amou assim, desse jeito, em Jesus Cristo.


A partir destes pressupostos – do seu agir – Jesus pode então apresentar princípios concretos, tendo em vista uma conformidade com o agir divino: “Sede misericordiosos como o vosso Pai é misericordioso”. Princípios que assustam pela sua exigência e radicalidade: amar os inimigos, fazer o bem a quem nos odeia, rezar pelos que nos caluniam, deixar que levem também a túnica aqueles que nos tomaram o manto, oferecer a outra face após ter sido esbofeteado, amar quem não nos ama, emprestar sem esperar pagamento… é muito difícil! Mas o esperado é este! De uma certa forma, Jesus está mostrando com alguns exemplos, o que é a vida nova, os sinais do Reino de Deus. Tudo o que Jesus diz neste discurso não constitui uma regulamentação completa para a vida dos discípulos, nem pretende sê-lo; é uma série de sintomas, sinais, exemplos do que acontece quando o Reino de Deus irrompe neste mundo ainda dominado pelo pecado e pela morte. Somos convidados a entrar numa nova lógica. A CF 2022 – Fraternidade e Educação – é uma proposta para que esta lógica não seja só um sonho. “É preciso reaprender a amar, a perdoar, a cuidar, a curar, a dialogar e a servir a todos. Educar é construir a verdadeira fraternidade alicerçada na justiça e na paz”. Isto será possível à medida em que Cristo, que nos liberta do egoísmo, for tudo em todos – 1 Cor 15,22 -. Que assim seja! Bjs no coração.

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