Por: Quininha Fernandes Pinto
Leituras: At 1,1-11 – Sl 46 – Ef 1,17-23 – Lc 24,46-53
Hoje, quando celebramos a festa da Ascensão do Senhor, somos encarregados da missão à qual ele, em sua glória, preside. A 1a leitura o evangelho, narram o sentimento dos apóstolos vividos nas últimas aparições de Jesus ressuscitado: como despedida provisória e como promessa. Jesus não voltará até a consumação do mundo, mas deixou nas mãos deles – e nas nossas – a missão de anunciar a salvação e o perdão dos pecados a todos que quisessem converter-se, ao mundo inteiro. Jesus prometeu-lhes o Espírito Santo, a força de Deus, que os ajudaria a cumprir esta missão.
Em todos os evangelhos, a Ascensão de Jesus aparece como o início da missão da Igreja. Igreja que somos nós… É comum nos depararmos com situações em que pessoas rezam, oram incessantemente para alcançarem uma graça, um benefício de Deus: o emprego para o filho, a aquisição de um bem de consumo necessário, a paz no seu casamento, a cura de uma doença, e devemos fazê-lo! O que não podemos esperar é que esses pedidos sejam alcançados sem a nossa colaboração!
A leitura do livro dos Atos dos Apóstolos é bem sugestiva! Após Jesus ter sido levado para junto do Pai, os discípulos continuavam olhando para o céu. Apareceram então dois homens e lhes disseram: “Homens da Galiléia, por que ficais aqui, parados, olhando para o céu?”.
A intuição de Lucas é fantástica! Ainda hoje somos tentamos a subir à “montanha”, armar nossa tenda e lá ficar longe dos desafios da “planície” – vimos isso na leitura da Transfiguração do Senhor, colocada aqui em paralelo, com a liturgia de hoje. Na montanha, nos encontramos com o Senhor, rezamos, celebramos e queremos ali permanecer. “Descer a planície” significa ir ao encontro dos irmãos, sair em missão, anunciar o que vimos e ouvimos do Senhor… É um trabalho árduo, que nos desinstala, nos desfia, mas é a missão a nós confiada. “Ide…”
Neste domingo que antecipa a festa de Pentecostes, pensemos no sentido deste “descer à planície”… Pensemos no sentido de sermos discípulos e missionários de Jesus, quando, muitas vezes, insistirmos em ficar “olhando para o céu”… Pensemos na missão que nos foi confiada e o que fazemos para que ela seja eficaz e frutuosa!
Descer à planície significa mais que um movimento espacial e geográfico, significa, sobretudo, descer do meu comodismo, da minha autossuficiência, do meu “status quo”, do meu conforto e da minha zona de conforto, abrir mão de privilégios e ir ao encontro dos que sofrem, dos marginalizados, dos pobres e doentes, dos excluídos, dos fracos e dos pequenos. Conseguiremos? Ele nos prometeu força e coragem, Ele disse que não nos deixaria sós, Ele nos prometeu o Espírito Santo! Coragem!
Bjs 😘 no coração ❤️