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Ícones do 14º Intereclesial das CEBs no Santuário de Aparecida- Decanato Leste

“Viemos como filhos e como discípulos para escutar e aprender o que hoje, 300 anos depois, este acontecimento continua nos dizendo”.

E foi assim que no dia 16 de setembro os Ícones do 14º Intereclesial das CEBs chegaram ao Santuário de Nossa Senhora Aparecida, na Vila Nova, Decanato Leste de Londrina.

Com desejo de escutar o que os conselhos dessa Mãe que se fez negra como os escravizados e escravizadas desse Brasil,  do qual fazemos parte da história e lutamos para que mudar a realidade, construindo uma sociedade mais justa, em que o Evangelho de Jesus de Nazaré seja a medida e a fraternidade  o modo de viver.

A Paróquia Santa Cruz, Decanato Leste, promoveu um bonita carreata, levando os Ícones até o Santuário. E  por onde passava os desafios no mundo urbano eram contemplados e consagrados. Emocionante caminhar da periferia  ao centro, os contrastes, as alegrias e as tristezas do caminho, ocupações, pessoas em situação de rua, indígenas Kaingangues mendigando nos sinaleiros, conjuntos habitacionais de moradia popular, grandes construções, shopping, terminal de ônibus, trabalhadores, policiais, garotos muito jovens na informalidade… tudo isso passando diante da Cruz de Madeira, e se somando a outros símbolos ali entalhados.

“Amar a cidade para ser CEBs na cidade”, essas de Manoel Godoy acompanharam essa caminhada! Deus habita a Cidade! As CEBs  e toda a Igreja tem a missão de reconhece-lo e acolher nos irmãos invisíveis dos grandes centros.

Momento emocionante chegar a Casa da Mãe Aparecida e ali entregar toda a caminhada já realizada pelas (Arq)Dioceses do Paraná e todo o esforço da Arquidiocese de Londrina e das CEBs do Brasil para a realização desse encontro.

O Intereclesial se aproxima! Nessa visita as CEBs do Brasil e o Secretáriado do 14ºIntereclesial rogamos a Nossa   Senhora Aparecida: Fica conosco companheira Aparecida, anima a nossa caminhada e pede ao teu filho que o Milagre se faça, como nas bodas de Caná! Ensina as comunidades a fazerem  o que Ele disser!!

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No dia 12 de outubro as 15 horas as CEBs da Arquidiocese de Londrina e o Secretariado do 14º Intereclesial estarão novamente no Santuário, celebrando os 300 do Encontro da Imagem da Padroeira do Brasil.

Por Leoni Alves Garcia- Comunicação do 14º Intereclesial das CEBs

Fotos: Wanderley Tolomi- Pascom

 

O Papa Francisco, em carta aos bispos da América Latina, diz que Aparecida é uma escola para aprender a seguir Jesus. E ele destaca três características.

(1) Os pescadores: são pessoas para encaram o dia a dia, enfrentando a incerteza do rio. Vivem com a insegurança de não saber qual seria o “ganho” do dia. Eles conhecem tanto a generosidade do rio, quanto a agressividade das águas nas enchentes. Acostumados a enfrentar os desafios da vida com teimosia, não deixam de lançar as redes. Esta imagem nos aproxima do centro da vida de tantos irmãos nossos. Pessoas que, desde cedo até a noite, saem para ganhar a vida, sem saber qual será o resultado. O que mais dói é ver que enfrentam a dureza gerada por um dos pecados mais graves do nosso Continente: a corrupção. Essa corrupção que arrasa com vidas, mergulhando-as na mais extrema pobreza. Corrupção que destrói populações inteiras, submetendo-as à precariedade. Como um câncer, vai corroendo a vida cotidiana de nosso povo. E aí estão tantos irmãos nossos que, de maneira admirável, saem para lutar contra este flagelo.

(2) A Mãe. Maria conhece bem a vida de seus filhos.  Está atenta e acompanha a vida deles. Maria “vai onde não  é esperada. No relato de Aparecida, nós a encontramos no meio do rio, cercada de lama. Aí, espera seus filhos, está no meio de suas lutas e buscas. Não tem medo de mergulhar com eles nas situações difíceis da história e, se necessário, sujar-se para renovar a esperança”. Maria aparece onde os pescadores lançam as redes, ali onde as pessoas tentam ganhar a vida. Como mãe, está junto delas.

(3) O encontro. As redes se encheram de uma presença que deu aos pescadores a certeza que eles não estavam sós em sua labuta. Era o encontro desses homens com Maria. Depois de limpar e restaurar a imagem, levaram-na a uma casa onde ela permaneceu um bom tempo. Nesse lar os pescadores da região iam ao encontro de Aparecida. “E essa presença se fez comunidade, Igreja. As redes não se encheram de peixes, se transformaram em comunidade”.

Em Aparecida, encontramos um povo forte e persistente. Consciente que suas redes, sua vida, está cheia da presença Maria, que o anima a não perder a esperança. Uma presença que se esconde no cotidiano, nesses silenciosos espaços nos quais o Espírito Santo continua sustentando nosso Continente. Tudo isto nos apresenta sua mensagem, que devemos acolher.

Para terminar, Francisco nos diz: “viemos como filhos e como discípulos para escutar e aprender o que hoje, 300 anos depois, este acontecimento continua nos dizendo. Aparecida não nos traz receitas, mas chaves, critérios, pequenas grandes certezas para iluminar”. E sobretudo, acender o desejo de voltar ao essencial da nossa fé. Amém!

Afonso Murad – Publicado na “Revista de Aparecida

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