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SECRETARIADO DAS CEBs LANÇA O CANCIONEIRO PARA 15º INTERECLESIAL

Como o povo de Deus outrora no exílio, nos perguntamos: como cantar em tempo de tantas opressões? Como nos reconhecer como povo guiado pela mão de Deus, quando a noite insiste em prevalecer? Como o poeta, insistimos em cantar porque “amanhã vai ser outro dia” e o fazemos porque nos alimentamos da Palavra de Deus que é pão-vivo presente entre nós. Nutrimo-nos da mesma fé que animou os profetas e profetisas de outrora e das horas últimas e, nos dispomos a unir a fé e a vida, por isso, cantamos, tocamos e dançamos.


Cantamos porque para nós Comunidades Eclesiais de Base, o canto é reza, é rito, é festa, é antecipação do Reino. Aprendemos com nossas mães que, “quem canta reza duas vezes”. Cantando celebramos o “Deus que fez por nós maravilhas” e “derruba os poderosos de seus tronos e eleva os humildes” (Lc 1,52). Encarnamos em nossas canções que a festa se faz com “pão em todas as mesas”.

Tocamos, com nossos pandeiros, atabaques, violas de cocho, flautas e violões, porque o ritmo marca nossos passos em cada luta enfrentada e a enfrentar. Tocamos porque teimosamente repercutimos os ritmos negados ou banidos que insistem em ecoar das aldeias, quilombos, favelas, igarapés, caatingas, pantanais, cidades e de tantos lugares onde o povo peleja. Por isso, cantamos e tocamos, porque, para nós, o canto é bandeira de luta, é identidade de um povo que, em sua diversidade, ousa “rezar a vida salmo a salmo e cantar a luta palmo a palmo”.

Dançamos por que acreditamos, como as mulheres da Bíblia, que o Deus da vida não abandona seu povo (Ex 15, 20-21). Dançamos por que a Divina Ruah que habita nossos corpos fez de nós “templos do Espírito de Deus”. Por isso, teimosamente ressuscitamos nossos corpos, membros do Ressuscitado, em cada liturgia, em cada eucaristia que nos desafia a fazer “comunhão de corpos” para que “todos e todas tenham vida e a tenham em abundância”.

Por isso, com os/as artistas da caminhada, nós, as milhares de comunidades espalhadas por todo continente, insistimos em cantar, tocar e dançar, porque, enquanto fazemos isso, esperançamos. “Viva a esperança!” nos lembra o profeta do
Araguaia. Reavivemos em nós a certeza de que Deus não se esquece do seu povo e de que, conosco “vai criar novo céu e nova terra” (Is 65,17).


Este Cancioneiro das Comunidades brota deste chão que rima sonho com fé, esperança com luta. Brota de um trabalho de consulta feito pela Equipe de Liturgia e Animação do 15º Intereclesial às coordenações regionais e aos/as artistas da caminhada. Por isso, integra à rica “tradição” de cantos bem conhecidos outros novos que foram compostos a partir do tema e do lema do 15º Intereclesial. São quase duas dezenas de novas composições de artistas e compositores/as dos diversos regionais que passam a integrar “o nosso jeito de ser igreja, o nosso jeito de viver a fé”.

Almejamos que este precioso tesouro, que não pertence apenas às CEBs, possa ser fonte de ânimo, de esperança, de fortalecimento da fé e da comunhão para todos/ as que dele fizerem uso onde quer que estejam.


Equipe de Liturgia e Animação do 15º Intereclesial

Integra este Cancioneiro a possibilidade de acessar os áudios dos cantos aqui apresentados. Isto poderá ser feito pelo página do Youtube CEBS do Brasil: https://www.youtube.com/playlist?list=PLL9zqnAe5JPzYr_Jz2FdPWZPQDriC7azF

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