Shadow

Nota e Carta Compromisso do I Congresso Missionário da Sub Região Pastoral 6 do NE III

No chão da nossa Vida cultura, agricultura, colheita, fertilidade/ A grande Pachamama “nossa terra Mãe” nos convida pra Missão/Anunciar a vida aos povos ameríndios desse chão/Cantando e celebrando a nossa fé/ E a nossa esperança no Senhor/ Que rumo a Missão nos enviou. (Hino do 1 Congresso Missionário Regional – Silvano Noberto)

Aconteceu no Centro Diocesano de Pastoral da Diocese de Itabuna, no período de 11 a 13 de agosto de 2017, o I Congresso Missionário da Região Pastoral 6, NE III – CNBB (Itabuna, Eunápolis, Ilhéus e Teixeira de Freitas), contando ainda com a participação de representantes da Região Pastoral 4 – Diocese de Jequié, sob a inspiração do tema: “A alegria do Evangelho numa Igreja em estado permanente de Missão” e do lema: “Como o Pai me enviou, também vos envio” (Jo 20,21). Tendo em vista o 4º Congresso Missionário Nacional (07-10/09/17) e o V Congresso Missionário Americano (CAM 5), em Santa Cruz de la Sierra- Bolívia (11 – 15/07/18). O Congresso missionário teve como objetivos: impulsionar as nossas Igrejas particulares para um dinamismo missionário de saída e caminhar juntos, no testemunho da alegria do Evangelho, da comunhão e participação, no profetismo e no compromisso com “as alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos homens e mulheres de hoje, sobretudo dos pobres e de todos aqueles que sofrem” (GS 1); promover a integração das forças missionárias; incentivar a cooperação intereclesial e a missão ad gentes e celebrar a caminhada missionária na região pastoral 6. Participaram aproximadamente 150 representantes de 27 municípios do sul e extremo sul da Bahia.

Estiveram presentes discípulos (as) missionários (as) leigos (as), presbíteros, diáconos, agentes de pastorais, religiosos (as) e seminaristas e os bispos diocesanos: Dom Carlos Alberto (bispo anfitrião da Diocese de Itabuna) Dom José Edson Oliveira (bispo de Eunápolis e presidente da sub-região 6) e Dom Mauro Montagnoli (bispo de Ilhéus).

Os temas de aprofundamento e motivadores do congresso foram abordados de forma magnifica e com muita profundidade pelos conferencistas: o padre José Raimundo Galvão (Musico, Biblista, Professor na UFSE de latim/português), abordou na conferência de abertura o tema: “A espiritualidade missionária para uma Igreja “em saída”, a partir dos documentos Evangelii Gaudium, Doc. de Aparecida, Misericordia Vultus e Misericordia et Misera. Já no segundo dia continuou a reflexão como mesmo tema mas destacando a “mística missionária” – apresentado os seis passos para fortalecer esta mística: (DÁ-ME DE BEBER, CONHECENDO O DOM DE DEUS, QUEM BEBER DA ÁGUA, A REVELAÇÃO: EU SOU, O ANÚNCIO e o sexto passo: NÓS MESMOS OUVIMOS E SABEMOS) as reflexões do Pe. José Raimundo foram sendo intercaladas com as musicas de sua autoria que ajudavam os participantes a mergulharem de forma mais profundas nas reflexões. Ainda no segundo dia Adenilza Rosario, da Arquidiocese de Salvador e vice coordenadora regional na Bahia da Infância e Adolescência Missionária – IAM apresentou os “Desafios e Perspectivas da IAM”, dentre os desafios Adenilza destacou: Crianças sem infância, trabalho infantil, famílias desestruturadas, drogas e prostituição, e a incredulidade dos padres). Apesar destes desafios a IAM no Brasil está presente e caminhando em todos os estados.

O tema: “Iniciação à Vida Cristã: Itinerário para formar discípulos Missionários” foi abordado pela Irª Luciene – Irmã Catequista Franciscana e assessora do Regional NE 3 da dimensão bíblico-catequética.  Irmã Luciene apresentou o Documento 107 da coleção azul da CNBB, aprovado pela 55ª Assembleia Geral da CNBB.  Já no primeiro capítulo o texto apresenta o itinerário a partir do “ícone bíblico” representado pelo encontro de Jesus com a Samaritana retratado no capítulo quatro do Evangelho de São João. Em seis passos o documento apresenta os processos de iniciação ao discipulado de Jesus. Nas conclusões do documento se destaca que é necessário assumirmos ações concretas para proporcionarmos de forma eficiente a Iniciação à Vida Cristã, como um eixo unificador, uma bússola que direciona os esforços de toda a Igreja no Brasil, em sua tarefa de renovação pastoral para maior fidelidade à missão que o Senhor nos confiou (248 – Doc 107, CNBB)

Na parte da tarde do congresso todos foram presenteados com duas experiências “Ad Gentes” muito ricas, a primeira testemunhada pelo Padre Burquinense (Burkina Faso), Moussa Serge Traore, da Congregação dos Padres Missionários da África e coordenador do COMIDI de Salvador. Ele abordou o tema: “Identidade e compromisso missionário na perspectiva Ad Gentes”. O Pe. Serge de forma muito cativante e recheando a sua reflexão com testemunhos muito forte da sua experiência Ad Gentes por varias partes do mundo em meio a culturas e religiosas completamente adversas ao cristianismo, sempre se manteve fiel ao seu Mestre Jesus. Sempre respeitando as culturas locais no processo de uma enculturação autêntica do Evangelho. A reflexão do Pe. Serge foi seguida da explanação do Pe. Badacer Ramos Neto, da diocese de Itabuna, mas hoje a serviço das Pontifícias Obras Missionárias – POM, na animação da Juventude Missionária. Antes de abordar seu tema: “Identidade e Missão da JM numa Igreja em “em saída”, o Pe. Badacer falou um pouco da sua experiência Ad Gentes na diocese de Nampula, em Moçambique na África, quando ficou na pequena vila de Moma, de predominância mulçumana, o que tornou sua experiência ainda mais desafiadora. Em seguida Pe. Badacer trabalhou todo o histórico do surgimento da JM, suas finalidades, metodologias, sobre os perfis do Jovem Missionário. Distribuiu muitos materiais para dar visibilidade a estas ações das Pontifícias Obras Missionária.

Após todas estas riquíssimas reflexões os participantes do Congresso se reuniram em trabalho de grupos para partilhar desafios, perspectivas e propostas a partir da realidade de cada um. A partir de questionamentos feitos pelas assessorias. Os resultados dos grupos estão contemplados na Carta compromisso do Congresso.

No domingo o Pe. José Raimundo abordou o tema: “Maria, Mãe e Discípula do Missionário do Pai”, presenteado a todos com uma reflexão lindíssima e real de Maria, como mulher, mãe, presença e, sobretudo como Aquela que tão rapidamente sobre compreender e assumir a Missão, e com apenas três letras “SIM” transformou a sua vida e a vida do mundo inteiro.

A partir das profundas reflexões, das partilhas, das angustias e esperanças os congressistas construíram uma Carta Compromisso para que todos pudessem ter conhecimento do momento especialíssimos que todos tiveram a oportunidade de vivenciar nos três dias do Congresso, mas, sobretudo para reafirmarem que o Congresso foi apenas uma das etapas para a Missão que todos se comprometeram com a continuidade e fortalecimento da caminhada missionária, ao aprovarem a Carta Compromisso também deram o seu SIM.

O Congresso encerrou-se com a solene Celebração Eucarística da Pascoa Semanal, presidida por Dom Carlos Alberto, bispo da Diocese anfitriã de Itabuna, e a imposição da cruz missionária a todos os participantes, símbolo do compromisso de todos (as) com a causa do Cristo Ressuscitado numa Igreja missionária sempre em saída e fiel ao seu Senhor.

 Por Haroldo Heleno

     

Carta Compromisso do I Congresso Missionário 

                        Sub Região Pastoral 6 do NE III   

“Vai, e não tenhas medo: Será teu segredo viver de mim. Aonde quer que fores Eu vou contigo até o fim”.

      (Pe. José Raimundo Galvão)

Nós, discípulos(as) missionários(as) leigos(as), bispos, presbíteros, diáconos, religiosos(as) e seminaristas da Região Pastoral 6, NE III – CNBB (Itabuna, Eunápolis, Ilhéus e Teixeira de Freitas) e, da Região Pastoral 4 – Diocese de Jequié, reunimo-nos nos dias 11 a 13 de agosto de 2017, no Centro Diocesano de Pastoral, para a realização do I Congresso Missionário, sob a inspiração do tema: “A alegria do Evangelho numa Igreja em estado permanente de Missão” e do lema: “Como o Pai me enviou, também vos envio” (Jo 20,21). Tendo em vista o 4º Congresso Missionário Nacional (07-10/09/17) e o V Congresso Missionário Americano (CAM 5), em Santa Cruz de la Sierra- Bolívia (11 – 15/07/18), o nosso I Congresso missionário assumiu como objetivos: impulsionar as nossas Igrejas particulares para um dinamismo missionário de saída e caminhar juntos, no testemunho da alegria do Evangelho, da comunhão e participação, no profetismo e no compromisso com “as alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos homens e mulheres de hoje, sobretudo dos pobres e de todos aqueles que sofrem” (GS 1); promover a integração das forças missionárias; incentivar a cooperação intereclesial e a missão ad gentes e celebrar a caminhada missionária na região pastoral 6.

O Congresso foi para todos um momento rico e profundo de reflexão e testemunhos, onde sentimos, a todo instante, a presença de Deus, o sopro do Espirito Santo e as mãos carinhosas da Mãe do Missionário do Pai. Foi ainda possível perceber a situação de desesperança e a falta de perspectiva de vida na realidade sócio-político e econômica nas nossas Dioceses. Tal realidade exige posicionamentos em defesa da Vida. É nesse contexto que o Papa Francisco nos convida a uma nova etapa evangelizadora marcada pela verdadeira alegria do Evangelho.

A Igreja é chamada, portanto, a viver em constante “saída” com o seu Senhor, que “sabe ir à frente, sabe tomar iniciativa sem medo, ir ao encontro, procurar os afastados e chegar às encruzilhadas dos caminhos para convidar os excluídos” (EG 24). Dizer Igreja é dizer missão: “a Igreja nasce da missão e existe para a missão: existe para os outros e precisa ir a todos” (DGAE 2011, 76).

Na celebração de abertura do Congresso, Dom José Edson, Bispo diocesano de Eunápolis e presidente da Sub Região 6, insistia na urgência de reencontrar a verdadeira essência da Igreja: a missão. Ser uma Igreja em saída, na mesma dinâmica do êxodo.

A partir do lema motivador Como o Pai me enviou também eu vos envio”, concluímos pela urgência de uma evangelização animada pela Palavra de Deus numa Igreja de portas abertas. Caminhando em direção às periferias geográficas e existenciais. (EG 46.48). A partir das provocações feitas pelo Padre José Raimundo Galvão, um dos assessores do Congresso, é necessário habituar-se ao jeito de Deus que nos surpreende e encanta, na inquietação e perplexidade. Repetindo o Papa Francisco, “temos que Evangelizar por atração (quando eu for levantado… atrairei todos a mim) e não por proselitismo”. Já que o Mestre Jesus não se impõe, mas se propõe, doando-se por inteiro.

Iluminados pelo Evangelho e procurando responder aos apelos do Mestre: “Como o Pai me enviou também vos envio” (Jo 20,21) comprometemo-nos, como discípulos(as) missionários(as) desta grande região pastoral de aproximadamente 2 milhões de habitantes, em uma extensão geográfica de 61.366 km2 no sul e extremo sul da Bahia. Os testemunhos Ad gentes apresentados foram grandes motivadores da missão, alertando para urgência de processos formativos que fortaleçam e encorajem no compromisso pelas mudanças das estruturas caducas que geram injustiças e agridem o Projeto de Deus tanto na sociedade quanto no interior da própria Igreja.

Que Nossa Senhora Aparecida nos ilumine e fortaleça nesta caminhada.

   Itabuna 13 de agosto de 2017

   Fotos Pascom Diocese de Itabuna                                        

                     

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.