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CEBs: agir de forma que realmente haja transformação e que seja garantida vida plena para todos e todas

“Sai da tua terra e vai, onde te mostrarei”. (Gn 12, 1)

Nas terras sagradas da Diocese de Rondonopolis-Guiratinga, a Ampliada Nacional das Comunidades Eclesiais de Base (CEBs) se reuniu, entre os dias 24 a 29 de janeiro para participar do Seminário de Formação e Reunião da equipe de coordenação. Aqui, um singelo relato de parte do nosso seminário.

As CEBs sempre buscam estar atenta à realidade em que o povo vive. Suas dificuldades, angústias, tristezas, alegrias, conquistas, esperanças, sonhos. Esse olhar tem por objetivo ter elementos para sua ação, ou seja, agir de forma que realmente haja transformação e que seja garantida vida plena para todos e todas.

Sendo assim, iniciamos o Seminário com o olhar da conjuntura social e eclesial, especialmente da realidade do Brasil. Tivemos a assessoria de pe. Jean Marie Van Damme, pe. Manoel José de Godoy e irmã Tea Frigerio.

Infelizmente constatamos uma grande precariedade nas relações do mundo do trabalho onde o desemprego e subemprego tem crescido assustadoramente. Mais de 50%, não tem carteira assinada. Sem falar da grande desigualdade social que se configura o Brasil, conforme relatório da Oxfam (oxfam.org.br).

Temos acompanhado o crescimento de ações autoritárias, atos terroristas e polarização da sociedade, bem como as fake News que têm impactado nas relações da sociedade e de agentes de pastorais de nossas comunidades. Essa polarização parece vai criando um cisma silencioso.

Diante disso, nos perguntamos: que projeto as CEBs querem defender para a sociedade? Qual o texto bíblico que fundamenta nossa caminhada? Pensemos, tanto comunitária como pessoalmente.

O verbo SAIR é o fio condutor que nos motiva. A Sagrada Escritura é como uma colcha de retalhos e o fio que costura é o verbo SAIR. É Deus que sai e vem para libertar o seu povo. O Verbo se fez carne e habitou entre nós. Jesus é movimento, vai de uma margem à outra, sai de sua terra motivado pela realidade. Paulo também sai do seu ser profundamente judeu e assume o projeto de Jesus e forma comunidades. Enfim, precisamos ser ação, sair, mas sair como, para onde, para que?

Jesus sai de sua terra e vai para as periferias, para a margem. Jesus é marco de mudança na história da humanidade de forma inovadora e transformadora. O apóstolo Paulo também provocou na periferia das cidades a criação de pequenas comunidades com homens e mulheres que experimentaram a proposta e uma nova sociedade. Ambos atuam para a mudança de mentalidade. Aqui, exemplos para onde ir e o que fazer: mudança de mentalidade, onde não haja hierarquia, somos todos irmãos e irmãs. É preciso ter coragem para deixas as seguranças. É preciso descolonizar. O novo não vai surgir se não desapegarmos.

Com essas provocações e reflexões, as CEBs continuam esperançantes e esperançadas, pois o Mestre Jesus nos chama e nos envia a sair para as periferias e formar comunidades, para contribuir com a mudança de paradigmas, onde a sociedade seja, de fato, promotora de vida plena para todos e todas.

Salete Bagolin Bez

Regional Sul 2 – Paraná

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