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Reflexão da Palavra | 2º Domingo do Tempo Comum – Ano A

Leituras: Is 49,3.5-6 – Sl 39 – 1Cor 1,1-3 – Jo 1,29-34

Por: Quininha Fernandes Pinto

As primeiras comunidades cristãs preocuparam-se em diferenciar bem o batismo de João que submergia as pessoas nas águas do Jordão e o batismo de Jesus que comunicava o Seu Espírito para limpar, renovar e transformar o coração dos seus seguidores. Sem esse Espírito de Jesus, a Igreja apaga-se e extingue-se. Segundo a reflexão do teólogo José Pagola “Só o Espírito de Jesus pode colocar mais verdade no cristianismo atual. Só o Seu Espírito nos pode conduzir a recuperar a nossa verdadeira identidade, abandonando caminhos que nos desviam uma e outra vez do Evangelho. Só esse Espírito nos pode dar luz e força para empreender a renovação que necessita hoje a Igreja.”

O Papa Francisco sabe muito bem que o maior obstáculo para colocar em marcha uma nova etapa evangelizadora é a mediocridade espiritual. Diz Pagola de forma enfática! Nosso papa deseja alentar com todas as suas forças uma etapa “mais ardente, alegre, generosa, audaz, cheia de amor até ao fim, e de vida contagiosa”. Mas tudo será insuficiente, “se não arde nos corações o fogo do Espírito”.

Esta advertência deve-se sobretudo à embriaguez do progresso que tornou, por muito tempo, o ser humano cego aos avanços tecnológicos, aos apelos consumistas da pós-Modernidade, ao desejo insaciável de obter bens materiais… chegou a pensar que poderia obter a salvação pelas suas próprias ações meritórias!

Mas percebe-se hoje que o mundo se apresenta ainda cheio de problemas não resolvidos. Soluciona-se alguns, outros surgem… Os seres humanos começam a perceber que o progresso técnico é fundamentalmente ambíguo, isto é, aberto tanto ao bem como ao mal, tanto à salvação como a perdição humanas. Isto porquê o progresso não é para todos: uns dele usufruem; outros, por causa dele, morrem. A dura experiência de duas guerras mundiais, os campos de concentração, as terríveis devastações da primeira bomba atômica, o desequilíbrio produzido na ecologia, a devastação das nossas florestas, a poluição atmosférica, a própria experiência brasileira de corrupção e falência da ética por parte dos nossos políticos são situações que levam muitos futurólogos a propor uma “salvação” construída por mãos humanas.

A imagem do “Cordeiro de Deus” proposta hoje pelo evangelho – cf. Jo 1,29-34 – lembra duas imagens distintas que convergem com a leitura do profeta Isaías – cf. Is 49,3.5-6: a imagem do Servo de Javé que aparece como cordeiro levado ao matadouro, como ovelha muda diante de seus tosquiadores e a imagem do cordeiro do sacrifício Pascal!

Reconhecendo em Jesus o Servo de Javé, a comunidade primitiva e nós também hoje, exprimimos a nossa fé em Jesus, o Cristo libertador de todo o pecado do mundo, nosso Salvador! Claro está que diante do mal existente em nosso meio devemos nos empenhar e trabalhar como se tudo dependesse de nós; mas devemos estar convictos que tudo depende d’Ele, da Sua graça. Rezemos, portanto, como o Sl 39: “Eis que venho, Senhor, com prazer faço a vossa vontade! Amém!

 Bjs 😘no coração ❤️

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