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“RETRATOS DA METRÓPOLE” – NOVO LIVRO DO PE. ALFREDINHO

Alfredo José Gonçalves, mais conhecido como Pe. Alfredinho, sacerdote da Congregação dos Missionários de São Carlos (Scalabrinianos), atua como vigário na Igreja N. Sra. da Paz e na “Missão Paz”, na baixada do Glicério, bairro Liberdade, na Arquidiocese de São Paulo e exerce o cargo de vice-presidente do Serviço Pastoral dos Migrantes, além de assessorar encontros ligados às Pastorais Sociais, movimentos populares e comunidades eclesiais de base (CEBs) acaba de lançar seu novo livro: “Retratos da Metrópole”.

Os textos reunidos nesta coletânea são díspares quanto ao tempo, ao espaço e às circunstâncias sociohistóricas que os fizeram vir à luz. Díspares também em seus variados enfoques, visões e intuições. Há neles, porém, um fio condutor que os mantêm relativamente alinhavados; uma espécie de varal onde podem ser pendurados um a um, como peças de roupa a secar, ganhando assim uma certa significação. Não um sentido linear, lógico e preciso, entenda-se, mas uma concepção de mundo cheia de contrastes e contradições, cujas raízes se encontram mergulhadas no contexto urbano dos nossos dias.

Esse varal, esse fio condutor nutre-se da seiva que a metrópole destila para aqueles e aquelas que nela vivem, se movem e se tropeçam cotidianamente. Trata-se do modo ímpar de habitar a cidade: centro, com suas ruas e praças, regiões intermediárias, porões e periferias. A cidade é um organismo vivo que, diariamente e como qualquer outro
ser vivente, incorpora nutrientes novos e rejeita resíduos necrosados do tecido social. O seu metabolismo é dinâmico, implacável e contínuo. Em semelhante processo de metamorfose, vivo e permanente, esse gigantesco organismo engole, mastiga e digere coisas, pessoas e relações, recolhendo delas aquilo que a faz rejuvenescer-se e expelindo os rejeitos. A grande cidade respira, transpira e suspira como todo a planta, o animal ou o ser humano. Tudo que vive, mexe e se move exala perfume e mau cheiro em seus porões. Disse alguém que “veneno e remédio costumam provir da mesma fonte”; o que em geral os diferencia é a dose.

(Posfácio – Metrópole como organismo vivo, p. 805)

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