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Primeirear a Igreja “em saída” a partir da “kenosis eclesial”

Por André Luiz Bordignon, teólogo

Arte: https://agustindelatorre.com/

Introdução

Primeirear (1) novos caminhos à luz do Evangelho é a práxis teológica da Igreja “em saída”, que se abaixa para encontrá-los. Essa proposta de tese colabora academicamente e pastoralmente com fundamentos teológicos necessários para responder aos sinais dos tempos, nesta época de mudança. Trata-se de pensar os fundamentos do Concílio Vaticano II aplicados e ampliados pelo Papa Francisco, mediante o conceito da “kenosis eclesial” elaborado pelo teólogo Hans Urs von Balthasar.

As implicações conciliares presentes na proposta do papa Francisco e na teologia de von Balthasar permitem compreender, avançar e aplicar a dinâmica irreversível do Concílio Vaticano II. O primeirear no coração da Evangelii Gaudium define kenoticamente a proposta do ser eclesial, mostrando a necessidade de abertura ao outro. Essa proposta ajuda a fundamentar os modelos evangélicos das pequenas comunidades, envolvendo a Igreja na vida cotidiana e humana. Ela implicará pensar as questões de fronteiras, periféricas, humanas e da Casa Comum através da sinodalidade, frutificando novas formas de convivência comunitária.

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Esse caminho teológico possibilitará redescobrir e criar novos processos renovadores da Igreja, no seu ser e atuar hoje. A Igreja saindo das suas muralhas para realizar o lava-pés missionariamente, testemunhando convicta a sua eclesiogênese misericordiosa. O método teológico “em saída” primeireado kenoticamente contribuirá e ampliará uma proposta de Igreja nova e não uma nova Igreja, ou seja, sem medo pensar, criar, questionar, rever e abrir-se ao novo do Espírito Santo.

  1. Pensar a “kenosis eclesial” como práxis da Igreja “em saída”

A Igreja com a sua presença atual no mundo necessita primeirear em direção ao encontro da humanidade. Esse movimento exige o abaixamento, despojamento e o descer as periferias reais e existenciais, permitindo o compromisso evangélico na vida pública. A expressão Igreja “em saída” está além de um slogan papal, doutrinal, pastoral ou teológico (2), pois é sim uma teologia e práxis madura para uma Igreja mais próxima, evangélica e missionária. Essa proposta primeireadora do Papa Francisco propõe a prática da “kenosis eclesial” presente na teologia de von Balthasar, possibilitando uma atuação credível da Igreja no mundo.

 A transformação eclesial exige comunidades abertas aos processos primeireadores e prontas a se abaixarem diante das questões plurais, que marcam esse tempo de mudança de época. O abaixar-se eclesial é o caminhar sem medos e apegos, fazendo a Igreja “em saída” encarnada na realidade através do testemunho de ser servidora da Trindade. Dessa maneira, a lógica eclesial irá se configurar através da misericórdia pastoral (3), do Evangelho (4) e da integração (5) que possibilita avançar com respostas comprometidas e criativas. Esse abaixar-se pela iniciativa de ir ao encontro das periferias reais e existenciais promoverá a ousadia do Evangelho, renovando a instituição.

Dessa maneira, a kenosis eclesial possibilita a renovação das estruturas, muitas vezes marcadas pelo rigorismo, imposição e intransigência (6). E para esses novos passos eclesiais se propõe a proximidade kenótica e não institucional, pois “o Deus próximo do seu povo, proximidade que atinge o ponto máximo na encarnação. É o Deus que sai ao encontro do seu povo” (7). A Igreja deve seguir esse movimento de aproximação, mantendo as suas portas abertas (8) para que aconteçam as suas desinstalações. Trata-se da saída de si mesma para essa iniciativa pericorética trinitária de envolver-se, acompanhar, frutificar e festejar sua proximidade com todas as pessoas:

Se a Igreja nasceu católica, quer dizer que nasceu “em saída”, que nasceu missionária. Se os apóstolos tivessem permanecido ali no cenáculo, sem sair para levar o Evangelho, a Igreja seria somente a Igreja daquele povo, daquela cidade, daquele cenáculo. Mas todos saíram para o mundo, desde o momento em que desceu sobre eles o Espírito Santo. E por isso a Igreja nasceu “em saída”, isso é missionária (9).

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Esse movimento kenótico de sair de si mesma coloca-a em direção as periferias reais e existenciais da dor humana, do sofrimento, da injustiça, da ignorância, da miséria e da desumanização. A sua maternidade a faz sair para callejar e exercer a pastoral com cuidado, levando-a superar os obstáculos da mesquinhez, do desânimo, ativismo-tarefeiro, pessimismo, isolamento, mundanismo espiritual, clericalismo e do ser um museu (10). A Igreja que sai a primeirear sabe que esses desafios deverão ser superados, e não perde a alegria, a audácia e o protagonismo missionário. Assim a proposta é anunciar o Evangelho em todas as ocasiões, sem demora, sem repugnâncias e sem medo, aceitando as liberdades do Espírito Santo sem previsões e esquemas.

Então estará com as portas abertas e as conseqüências pastorais serão respostas lúcidas e testemunhais, impulsionando o “aggiornamento- primeireador” capaz capaz de criar processos novos e misericordiosos (11). O movimento de “kenosis eclesial” dará a Igreja à certeza da realização do lava-pés (Jo 13,5) na sua pastoral, e será o motivo da sua presença e credibilidade no mundo. Essa maneira de proceder é promover uma nova forma para a Igreja e não uma nova Igreja.

Primeirear novos caminhos tornará o paradigma da Igreja “em saída” um caminho concreto e real, fazendo-a desprendida e esvaziada de si mesma para um compromisso profético e transformador. Pensar a Igreja que sai à primeirear será abaixar-se e fazer a “pastoral de orelha”, que escuta e participa da vida das pessoas, sem superioridade ou resposta pronta, e sim preparada para caminhar junto. Esse é o escopo teológico e pastoral, indo além da passividade sacramental dos fieis para o protagonismo batismal na evangelização.

É necessário repensar o estilo e a estrutura missionária das nossas comunidades, para renovar a Igreja e promover a convivência da sociedade. As suas características serão a sensibilidade pastoral, a capacidade de escuta, a compaixão diante do sofrimento, o diálogo frente ao confronto e a criatividade diante do comodismo. A conversão pessoal, pastoral e missionária levará a construção de um plano pastoral missionário que crie proximidade na realidade. Esse caminho de conversão contínuo evitará cair no abismo administrativo e de controladoria, possibilitando prosseguir os caminhos abertos pelo Concílio Vaticano II.

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Segundo o Papa Francisco, a Igreja “em saída” tem uma direção concreta nas urgências humanas, que pedem nova agenda e atitudes eclesiais. Nessa proposta, somos encorajados a sair kenoticamente para buscar novos caminhos eclesiais, demonstrando a vivacidade de alargar, dar espaço e acesso a todos. Assim se configuram novas mudanças através de encontro descentralizadores do poder, diálogos inter-religiosos, ecumenismos e a atenção aos mais pobres e vulneráveis.

“A proximidade é um dos modelos pastorais para a Igreja de hoje” (12), que nos propõe primeirear como força revolucionária do Evangelho, principalmente, onde a vida está mais ferida. A teologia “em saída” mostra-se aberta as necessidades humanas e de se abaixar até elas, buscando caminhos pastorais atuais e vindouros. Assim, criar processos de aproximação com a “kenosis eclesial” será interpelar e pensar com uma eclesiologia aberta as questões que ferem a vida humana. A originalidade da teologia “em saída” está em prosseguir o caminho da Trindade atuando no mundo, saindo das estagnações eclesiásticas para realizar processos necessários e inovadores.

É possível pensar a kenosis da Igreja? (13) Essa pergunta feita na teologia de von Balthasar começa a ter respostas teológicas, pastorais e missionárias com os processos realizados pela proposta da Igreja “em saída” do Papa Francisco. O princípio teológico da kenosis possibilita a Igreja constantemente ser dinâmica nos seus processos evangelizadores, expressando à Igreja o seu abaixamento diante das realidades, da mesma forma que aconteceu no evento Cristo:

O Novo Testamento no uso do verbo kenosis nos oferece várias possibilidades. (…) Este despojamento, humilhação, esvaziamento, que é um pré-natal, antes da sua “entrada no mundo”, permanece única no seu gênero e imitável para a Igreja (e os seus membros), pois a Igreja segundo o Novo Testamento deve ser considerada como esse fruto salvífico (14).

Dessa forma, trata-se de aplicar a kenosis (mesmo no seu sentido aplicado as Pessoas da Trindade) para a Igreja e se compreender como servidora e criativa do pensamento de Deus, ou seja, livremente disposta a se despojar, se abaixar e se inclinar. Esse paradigma kenótico propõe à Igreja o seu abaixamento diante das realidades, da mesma forma que aconteceu no evento Cristo. Por isso, nenhuma criatura pode se abaixar como na forma Dei, contudo, sua essência é ser serva e participante da obra da Criação, ou seja, “realizando a kenosis in senso impróprio”(15). A resolução do ato kenótico de Deus, de se abandonar nas realidades estruturais do pecado, como  solidário com os que sofrem, nos possibilita pensar onde acontece a kenosis in senso impróprio. Dessa maneira, a Igreja “em saída” cria novos processos ao acompanhar a kenosis do Cristo com os crucificados da história, convocando a Igreja a estar nesses locais de sofrimento a serviço da kenosis divina (16).

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Contudo, o processo contínuo na vida e pastoral da Igreja necessita através do Espírito Santo repensar continuamente a possibilidade de qual forma institucional possibilita encurtar as distâncias com a realidade (17). Esse processo renovador das estruturas é o movimento dinâmico da kenosis em sair para “procurar os afastados e chegar às encruzilhadas dos caminhos para convidar os excluídos” (18). Exemplo da pastoral dessa eclesiologia é quando o povo da rua está a beira da margem de um viaduto, e se abaixa para conviver com esses irmãos e irmãs, contudo, questionando sobre as causas da fome e da aporofobia que os afetam. Assim acontece o livre se abaixar, se envolver e se doar eclesial para a práxis da misericórdia, pois “a Igreja tem de se inclinar sobre todas as feridas da humanidade e atuar para que ninguém possa ser descartado” (19).

A capacidade de a Igreja interpelar o mundo estará em vivenciar a proposta kenótica da Trindade, visando ser mais evangélica e pensando a catolicidade original de ser pequeno rebanho espalhado e atuando no mundo com seu protagonismo de base (20). O princípio teológico da kenosis leva a Igreja com suas comunidades espalhadas a se configurar na teopráxis missionária, visando incluir e não se fechar narcisicamente, isoladamente e enferma. Essa proposta eclesiológica desafia a realizar uma inserção no mundo, assumindo os seus sofrimentos, dores e limitações, assim como Deus foi capaz. Nessa perspectiva o Papa Francisco busca sair em direção a essas questões de solidariedade humana, oferecendo a figura do poliedro como expressão de encontro das fragilidades (21). Este será o desafio: prosseguir motivando o processo da proximidade da Igreja através do seu despojamento e renúncia da sua posição de instituição milenar.

A Igreja “em saída” cria processos kenóticos, colocando-se concretamente com a estratégia da preferência e da solidariedade transformadora da vida e dos sofrimentos dos últimos. Esses processos acontecem compreendendo o mundo concreto e sofrido das vítimas das estruturas do pecado, possibilitando superar as estruturas eclesiásticas e alienantes da fé. A sua presença será sempre vis-a-vis (22) como prática pastoral responsável e com a presença madura do laicato, que para isso será necessário deixar os ativismos pastorais e as sacramentalizações. Dessa maneira, a “kenosis eclesial” conduzirá a comunidade viva e atuante às questões horizontais, sendo o seu envolvimento como o do seu Senhor.

Eclesialmente, a estrutura kenótica se abre ao sentire cum Spiritus Sancti, proporcionando experiências conscientes e abertas para seguir, retornar, avançar, testemunhar e decidir nas realidades necessitadas de transformação e missão. Assim, a “kenosis eclesial” é a razão de a Igreja ser católica, continuando a sua mensagem aberta ao mundo, ao mesmo tempo em que anuncia e se doa. A pastoral da Igreja “em saída” irá primeirear ao se abaixar como opção missionária capaz de transformar as realidades, fazendo que o seu costume, estilo, horário, linguagem e estrutura se tornem um canal privilegiado na evangelização, abrindo novos caminhos de missão e diálogo (23).

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2. O modus operandi da Igreja do avental para se abaixar

O primeirear da Igreja é a abertura ao sopro e frescor primaveril do Evangelho, propondo a Igreja com as suas comunidades missionárias em direção aos afastados e abaixando-se para encontrar. Assim, assume a mentalidade kenótica do lava-pés (Jo 13) e do samaritano (Lc 10,25-36) através dos processos renovadores. O neologismo bergogliano que provém da cultura porteña impulsiona o método teológico pastoral da Igreja “em saída”, para o seu modus operandi da proximidade eclesial. Esse modus operandi primeireador é construído e realizado a partir da base, para avançar a missionariedade da Igreja. Tomar a iniciativa como provocação da eclesiologia da comunidade missionária “em saída” consiste em vestir o avental para se envolver, acompanhar, frutificar e festejar cada passo, transformando o rebanho de pastoreado para protagonismo pastoreador.

A Igreja-comunidade frutificará a mensagem evangélica com abertura ao novo e as surpresas de Deus, transmitindo o Evangelho como serviço kenótico. Dessa maneira, tomando a iniciativa, eliminará o medo de ir ao encontro dos mais distantes e descartados, pois sempre se envolverá nas questões que afligem. Esse impulso missionário a fará mais alegre e vibrante, sem a preocupação das obsessões de se organizar. Viver esse modus operandi possibilita a abertura do horizonte de novas primaveras diante das escolhas aos desafios encontrados. Esse será uma construção contínua com as páginas do Evangelho como propostas para as realidades e ações humanas, através da abertura sem medo de encontrar e dialogar com as alternativas, propondo decisões que englobem todos.

O itinerário dos passos primeireadores de se envolver, acompanhar, frutificar e festejar pode nos possibilitar diversos e amplos horizontes, que culminam na vivência do amor universal. Será a coragem de primeirear incluindo a todos e todas com suas histórias e percursos no seu processo de humanização, como propõe o Papa Francisco : “Na Igreja há espaço para todos. E quando não houver, por favor, façamos que haja, mesmo para quem erra, para quem cai, para quem sente dificuldade. Todos, todos, todos.” (24) . A capacidade de aprender a superar as divergências acontecidas, buscando a disposição do diálogo facilitador para a reconciliação, sem ideologismos. 

Outra disposição para se prosseguir nesse itinerário primeireador estará em compreender que a proposta é comunitária, sendo necessário dialogar sempre para a superação dos conflitos, e não de ignorá-los, quando surgem. As relações transparentes sempre possibilitarão a conversão pessoal e pastoral, conduzindo a busca das respostas para as diversas soluções que surgem. Somos convidados a nos anteciparmos, privilegiando o diálogo com todos e todas. Assim, fazendo compreensível e atraente o Evangelho de Jesus. Trata-se de caracterizar o caminho pastoral com a prática do Deus que se envolve e se mistura nas nossas misérias, se fez próximo.

A proximidade se antecipando as questões hodiernas é modelo evangélico para a práxis eclesial. Aceitando o convite para a aplicação desse princípio, a Igreja viverá a sua simplicidade fiel ao seu mandato missionário. A Igreja poliedricamente nos seus dons e carismas se vê desafiada a se envolver e ser envolvente, consistindo isso o gesto kenótico de se esvaziar de poderio mundano para a práxis da exoudia do amor concreto e transformador. Essa proximidade em construção sinodal, propondo repensar a participação dos batizados, pois “na maior parte dos casos depende da qualidade dos párocos ou do bispo para que os conselhos paroquiais e diocesanos ou de outro tipo fomentem ou prejudiquem a vida cristã” (25).

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As crises humanitárias serão momentos oportunos para a Igreja exercer a sua proximidade, promovendo a fraternidade e amizade social da Fratelli Tutti. Essa teologia “em saída” compreendendo e assumindo como sua as dores humanas, e não o perigo eminente da teologia da prestação de serviço acadêmico. Assim se supera o obstáculo de alfândega ou do supermercado da fé (26), realizando a teologia de joelhos quando se abaixa para servir. O esvaziar-se de si mesmo possibilitará sairmos das nossas receitas prontas, e acreditar que essa dinâmica está longe dos portos seguros, zonas de conforto e contas bancárias dos fiéis.

Primeirear os passos de novas características na missão da Igreja-comunidade como materna, acolhedora e misericordiosa exige um constante discernimento comunitário e aberto ao Espírito Santo. Essas características remetem a exemplos que a levem a sair em direção das periferias das ruas, dos enfermos, das crianças marginalizadas, dos jovens explorados e dos pobres descartados. Dessa maneira, a paciência, ousadia e a coragem farão a Igreja dialogar, e não buscar se defender e responder ataques. A sua ousadia implica estar ciente dos riscos de sair sem medos, para buscar e favorecer a cultura do encontro. Aos teólogos e teólogas caberá trabalhar na direção de um Pentecostes teológico, permitindo aos seres humanos escutarem na sua língua a busca da vida plena (27).

Em todas as mudanças de época, seremos desafiados a primeirearmos novas oportunidades, que nos desinstalará dos nossos esquemas, modalidades e estruturas fixas. O vínculo comunitário criado se tornará transformador dessas realidades, acontecendo nessa perspectiva da vida nova através do amor. Assim, os novos vínculos promoverão a aproximação, provocando a antecipação da comunidade em sua missão. É ter a iniciativa audaciosa e com a presença de romper os pragmatismos, renunciando ao protagonismo fútil das instabilidades do poder.

A imagem do protagonismo da Igreja que sai para primeirear é a do “homem e mulher ânfora” (28) sempre preparados e prontos para se abaixarem para se anteciparem e aproximarem-se no serviço aos irmãos e irmãs que encontrarem. São gestos de proximidade não programados ou previstos nas agendas eclesiásticas ou pastorais, pois ocasiões novas exigirão atitudes novas. Comunidades de homens e mulheres ânforas criarão ambientes da “escola do amor de Deus e do próximo” (29).

A Igreja “em saída”, através da leitura dos sinais dos tempos, procura compreender os diversos elementos sociais, culturais, ambientais e humanos para testemunhar a mensagem do Evangelho. Diante desses sinais e as situações de problema e sofrimento das pessoas, responder contrapondo com a força da misericórdia. O Papa Francisco insiste à Igreja realizar a leitura dos sinais dos tempos, onde estão as questões humanitárias e a sua relação com a Casa Comum. Assim envolver-se kenoticamente nessas questões será cultivar a misericórdia propondo uma forma humanizada de convivência com a política e economia que priorize os pobres.

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O profetismo misericordioso proporcionará a cultura do encontro com valores éticos e humanos, incluindo os feridos com a compaixão inclusiva. Trata-se de misericordiar construindo a fraternidade universal e a amizade social. A Igreja a serviço da misericórdia visa superar a corrupção para o cuidado com os pobres e da terra (30), primeireando profeticamente a esperança de sermos capazes de construir um novo começo ou sustentar as forças para tentar outra vez.

A misericórdia é a compaixão que possibilita a transformação social, e não um subjetivismo, pois ela se torna práxis. Ela é por essência livre para ir em direção ao outro, e diante das situações que marginalizam, humilham e lhe é tirada a dignidade, denunciar o que desumaniza e anunciar o que é próprio da identidade divina, o amor construtor das relações altruístas e justas. Profetizar com misericórdia permite a Igreja deixar de ser autorreferencial para poder estar sensível à necessidade concreta da humanidade, dando sempre a prioridade às vítimas das injustiças, descartes e manipulações da economia que mata. A justiça é o mínimo que devemos fazer para respeitar a dignidade do ser humano, enquanto, a misericórdia é o máximo, pois transcende a justiça e se torna atitude ativa (31).

A Igreja “em saída” se manifesta através da misericórdia, com a sua capacidade de olhar, sentir e curar os míseros e as suas fraquezas humanas, com a sua total dedicação de ter compaixão, assumindo o cuidado com todos os que clamam por libertação. A primazia da misericórdia na Igreja a faz ser o lugar gratuito, onde todos possam sentir-se acolhidos e amados, perdoados e animados a viverem segundo a Boa Nova de Jesus. O significado de profetizar a misericórdia está em não permitir a exploração religiosa e humana dos fiéis, transformados em clientes de mercado e subjugados aos sistemas políticos e econômicos. O tempo, com as suas urgências, precisa que acreditemos nessa força, como diz o papa Francisco:

Eu creio que este seja o tempo da misericórdia. Esta mudança de época e também os muitos problemas da igreja – como um testemunho não bom de alguns padres, problemas mesmo de corrupção na Igreja, também o problema do clericalismo, só para exemplificar – deixaram muitos feridos. E a Igreja é mãe: deve ir e curar os feridos, com misericórdia. Mas, se o Senhor não se cansa de perdoar, nós não temos outras escolhas além desta: em primeiro lugar, curar os feridos. È mãe, a igreja, e deve seguir por esse caminho de misericórdia. E encontrar uma misericórdia para todos. (32).

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Por isso, misericordear será a atitude profética com atitudes diante das dores e das desconfigurações humanas, pois misericórdia é a profecia de um mundo novo onde ninguém é privado do essencial (33). Esse profetizar misericordioso acontece ao nos aproximarmos dos pobres, doentes, descartados que necessitam que lhes abram as portas de inclusão. O caminho dessa atuação propõe pensar e atuar sobre as possibilidades de mudanças reais, em busca do mundo novo. As obras de misericórdia previstas em Isaías 58 – 61 e em Mateus 25 mostram a direção profética da Igreja pelos que clama serem escutados nas suas dores e misérias: os presos, nus, feridos, famintos, sedentos, oprimidos, pobres, mortos, enfermos, aflitos. Esses textos remetem a justiça social em obras concretas e alívio contra as forças desumanizadoras.

Ver e sentir compaixão são realidades proféticas motivadoras da “saída” missionária da Igreja em direção as periferias reais e existenciais, que clamam pela justiça social, moral e humanizadora. A ousadia de aproximar-se na compaixão das necessidades humanas, tocando as chagas abertas para curá-las. O Papa Francisco primeirea o tempo da misericórdia com a proximidade do serviço evangélico, convidando a nos movermos juntos para relações sócio-transformadoras. Escutar e não ser legalista permite realizar esses passos misericordiosos, integrando, acompanhando e se colocando ao lado dos descartados, marginalizados e feridos.

São desafios pastorais e missionários que a Igreja é chamada a responder com compaixão e misericórdia. Por isso, será necessário ela se abaixar, conhecer, compreender e experimentar as dores reais. Estamos em uma época de urgências antropológicas que nos provocam discernimento para as escolhas a serem feitas. O compromisso profético necessitará viscerar, comover-se e compartilhar (34) para transformar a realidade.

3. Construir os processos desse caminho kenótico

A melhor maneira para a Igreja entender-se a si mesma e se colocar “em saída” será a simplicidade do modus operandi sinodal, e desse modo criar uma consciência eclesial do diálogo. Esse modus acontece à luz da Palavra de Deus e do Espírito Santo, apontando novos caminhos e maneiras de nos relacionarmos como comunidade de batizados. A chave para a leitura sinodal deverá se avançar com a construção de espaços de participação e de decisão envolvendo todos os participantes ativos das nossas comunidades.

O consenso a ser construído nos processos comunitários exigirá um processo de consulta, escuta, diálogos e discernimentos conjuntos, propondo a mudança instalada nas decisões dos modelos clericais. A sinodalidade não poderá ser instalada como uma “legalização” ou “institucionalização”, e sim uma construção capaz de superar as relações verticais. Esse momento “em saída” propõe o paradigma inclusivo para o ser e o agir eclesial, recuperando o sensus ecclesiae, possibilitando que surjam os campos de decisões e o engajamento do povo de Deus.

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Os novos horizontes sem rigidez possibilitarão à Igreja ser promotora de encontros unindo os povos como fez o Senhor no seu evento pascal através da força do Espírito. A sinodalidade oferece a Igreja se repensar no seu serviço e na constituição hierárquica piramidal, contudo, isso implica mais do que um local ou momento de dar opinião, é nova oportunidade de construir junto a vivacidade missionária (35). A compreensão dos elementos teológicos da continuidade conciliar permite evitar o perigo de transformar a sinodalidade em instância de poder e política eclesiástica.

A forma orgânica da Igreja na sua constituição patrística explicitava a maneira clara de decidir e agir (36). Esse paradigma ajudará a valorizar onde o clérigo se torna mais um membro participante das decisões e incentivador da rica contribuição do povo de Deus presente nas mais diversas cultura (37).  São nos passos de processos colegiais, como modalidade de decisões eclesiais participativas, que está a eclesiogênese “em saída”, partindo da realidade para a sua constituição comunitária. Como consequência as próprias estruturas eclesiásticas e jurídicas deverão se reorganizar a partir da eclesiologia existente, como afirma Alfhonse Borras: “a práxis jurídica ou canônica é sempre em função da ação” (38). Tratando-se da catolicidade exercida na fraternidade e na ministerialidade convergindo para passos conretos, ou seja, além de um colégio consultivo, que seja participativo e deliberativo.

A eclesiologia do povo de Deus traz intrinsecamente a maneira sinodal de caminhar a atuar, abrindo os novos horizontes construtores da unidade concreta, onde se pode livremente expressar a opinião particular (39). Dessa maneira, poderemos “perceber o Espírito que anima esta grande selva de papel” (40), saindo da dinâmica de remendar os desafios para enfrentá-los. O sínodo será um instrumento de renovação, criando a cultura da participação. Será a oportunidade do aprendizado de se construir consensos, que fazem a Igreja ir ao encontro do outro e se transformando cotidianamente nesta relação (41).

As locuções “das periferias” ou “hospital de campanha” são sinônimas da Igreja “em saída”, revelando onde deve ir, vir e iniciar os seus processos renovadores. É, sobretudo, reconhecer que ela não é o centro, por isso, atua descentrada em direção às pessoas e às questões emergentes. Para isso, seria um caminho novo, provocando e descobrindo as mudanças eclesiais, saindo da verticalidade doente do piramidal. Esse processo exigirá paciência, ousadia e coragem capazes de cultivar a consciência comunitária, tratando-se de ser missionária e não de autopreservação (42). É uma renovação eclesial inadiável no cotidiano das comunidades, com a sua presença em meio as casas, edifícios ou nos locais rurais, proporcionando e fortalecendo os vínculos.

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O processo renovador requer sairmos e de não voltarmos às estruturas ultrapassadas, e sim possibilitar a todos serem participantes das novas decisões. Contudo, os processos transformadores em uma Igreja que sempre estará se reformando não serão fáceis, exigindo parresia para lidar com o presente, sem descuidar da memória histórica e poder caminhar fazendo o futuro. Dessa maneira, o Papa Francisco prossegue insistindo para sermos abertos ao sopro do Espírito Santo, e não temermos os novos caminhos e suas surpresas.

A postura do Papa Francisco tem garantido essa realidade renovadora  diante das exibições egocêntricas (43), ataques e divisões (44), fomentando processos de participação (45), discernimento (46), diálogo (47), proximidade (48) e missão (49). Por isso, a Igreja “em saída” está pensando e superando passo a passo os individualismos (50), pastores administradores (51), mundanismo espiritual (52) desânimos (53), pragmatismos (54), segurança doutrinal, narcisismos (55), funcionalismo empresarial, fascínio pelo poder (56), discursos vazios (57) e o clericalismo doentio (58). Assim, reafirmou nos votos natalinos da cúria romana o diagnóstico das doenças eclesiásticas acrescentando o martalismo, emperdenimento espiritual e mental, alzheimer espiritual, rivalidade e vanglória, bisbilhotices murmuradoras, divinização dos líderes, indiferentismos, cara fúnebre, acumulação, círculos fechados (59). Diante desse diagnóstico a renovação “em saída” não é uma ideologia, e sim uma mudança teológica concreta para se avançar nos processos curativos necessários.

A força do Espírito Santo alimenta o projeto eclesiológico proposto pelo Papa Francisco para conduzir a Igreja em constante saída missionária. Essa experiência pneumatológica-eclesiológica propõe o caminho a ser frutificado e festejado nas pequenas comunidades, pois a conversão comunitária fecunda a missão dos discípulos missionários. As novas urgências globais desafiam toda a Igreja em suas comunidades espalhadas pelo mundo a repensar uma nova pastoral. O sopro do Espírito sempre fará a Igreja “em saída” a primeirear sua missão e profetismo.

A cátedra exercida pelo Papa Francisco é a pastoral, e dela busca ensinar que as renovações e mudanças estruturas acontecerão com a das pessoas. Assim, a abertura do comunitário ao Espírito Santo permite a pneumatologia “em saída” promover o agir conjunto, primeireando a criatividade as novas formas ministeriais e pastorais. Por isso, o Papa Francisco observa para a Igreja não se fechar ao Espírito Santo, domesticando-o. “Em saída” é uma Igreja do Espírito que avança através dos seus constantes sopros, levando-a a novos lugares, que possam receber uma mensagem nova partindo do testemunho evangélico.

Esse testemunho evangélico terá a questão da Igreja estar a serviço da comunhão do Espírito, estando pronta aos improvisos e sem esquemas programados, acontecendo de forma nova (60). Somente com uma nova mentalidade e sem a obsessão dos números missionários a possibilitará caminhar segundo o Espírito Santo. Esse caminhar é ter a doçura de ir ao encontro da fragilidade do outro, buscando superar os desencontros. Desse modo, a Igreja como povo de Deus e templo do Espírito Santo necessita de homens e mulheres abertos ao convívio fraterno a luz do Evangelho com todos.

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Esse pontificado propõe à Igreja pós conciliar se redescobrir na eclesiologia povo de Deus segundo o Espírito, e não se fixar numa visão eclesiológica jurídico-eclesiástica. Movidos e nutridos pelo Espírito Santo as relações humanas serão questionadas e incomodadas para propor novos caminhos para um novo tempo e instituição eclesial. O Espírito nunca deixa de despertar novas formas eclesiais, para ousar novos caminhos que criem a concretude missionária da Igreja. Ele é o primeireador da Igreja que se põe “em saída”, sendo o protagonista de cada iniciativa sem repetições. Dessa maneira, somos convidados a viver em constante presença com o Espírito Santo, sem medos de fazer o caminho com Ele.

A Igreja constituída em pequenas comunidades missionárias possibilitará sua evangelização indo ao encontro com cuidados de todos e todas. Por isso, a Igreja “em saída” provoca a cada comunidade discernir o apelo de sair em direção a todas as periferias (61). Essa clareza teológica pastoral proposta pelo Papa Francisco parte da base de cada comunidade. O escopo é fazer a passagem da igreja massificada para o convívio evangélico em pequenas comunidades no mundo urbanizado. As sementes das comunidades apostólicas e das Cebs prosseguem a semear e frutificar o horizonte para as novas comunidades evangelizadoras. Essas possibilitarão a chave missionária como uma resposta a paroquialização vertical e burocrática, que não responde as necessidades da evangelização.

A Igreja “em saída” para as periferias reais e existenciais reascende a importância da fé para a capacidade de compreender os problemas do mundo de hoje. Contudo, não se trata de revitalização de dimensões paroquiais, e sim uma nova forma transformadora da eclesialidade dos laços comuns e do ecumenismo. A paróquia necessita ser descentralizada e proporcionar a vida das comunidades, para que sejam espaços coesos e de convivência, consequentemente possibilitadora de diálogo e não engessada em procedimentos. Esses novos processos comunitários evitarão o perigo da comercialização da fé, pois é concretude da dimensão da “kenosis eclesial” com as exigências missionárias de estar ao lado dos desfavorecidos e descartados.

A renovação da práxis conjugada com a experiência comunitária será o lócus teológico para se compreender o primeirear kenótico da Igreja “em saída”:

As experiências comunitárias evangelizadoras de que o Senhor tomou a iniciativa, precederam-na no amor (cf. 1Jo 4,10), e por isso sabe dar o primeiro passo, sabe tomar a iniciativa sem medo, sair ao encontro, procurar os que estão longe e chegar a uma encruzilhada para convidar os excluídos. Ele experimenta um desejo inesgotável de oferecer misericórdia, fruto de ter experimentado a misericórdia infinita do Pai e seu poder difusor. Ousemos um pouco mais para tomar a iniciativa (62).

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Esse horizonte presente na Evangelii Gaudium é o itinerário da evangelização “em saída”, apontando a necessidade da verificação da vida paroquial, pois se ela não for comunitária e evangélica na sua vivência e práxis pastoral, não será missionária. Assim cabem os passos ousados em direção ao desafio de superar o paroquialismo clerical, evitando os caminhos enrijecidos da fé descompromissada com o Evangelho (63). As novas lideranças poderão suscitar comunidades missionárias à luz de seu tempo e serão constituídas ministerialmente, conduzindo os membros comunitários ao exercício do serviço de comunhão e orientação pastoral com redução de poderes clericais e clericalizadores. Os dons e carismas serão os anticorpos e ativadores dos processos transformadores, possibilitando sonhar, pensar e construir pontes para um catolicismo pós-paroquial.

O papel do presbítero ou futura presbítera será de ser e favorecer lideranças da comunidade missionária como novas alternativas de vivências eclesiais. Assim, um catolicismo pós-paroquial caminhará descentralizado da administração, prevalecendo a missão mais próxima da vida cotidiana da vida das pessoas. A teologia “em saída” primeirea novos caminhos pastorais e missionários transformando as mentes e os corações. Dessa maneira, as pequenas comunidades poderão soprar as cinzas institucionais e reascender as brasas presentes nas suas bases. Essa perspectiva afirmada e questionada por muitos é, contudo, sinal visível da “Igreja rede-de-comunidades-de-base que configura uma alternativa de organização e de poder, um verdadeiro projeto popular de Igreja” (64).

Considerações

O projeto popular e comunitário de Igreja sempre possibilitará a primavera eclesial, necessitando fazer as passagens da estrutura de poder institucional para o serviço evangélico e pastoral na vida da comunidade. A sinodalidade será a propulsora da organização pastoral mais simples do ser e atuar, saindo da estrutura legalista, complexa e vertical. Esse novo modo de configurar não é uma tendência, e sim uma abertura à escuta do Espírito nos nossos tempos, alicerçada na base da chave missionária que é a comunidade. E o seu proceder o exercício pastoral materno e misericordioso, que nos fazem crescer e redescobrir a força curativa dos feridos (65). Esse procedimento enriquecido pela teologia encoraja as comunidades atuarem no mundo:

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edifica a Igreja com o consenso dos grupos de base, sem esperar em princípio nada de Roma, e tão pouco, provavelmente, de nenhuma instituição. As comunidades abertas e estimuladas a congregar-se em “comunidade de cooperação” para formar uma “Igreja aberta”, correndo também o risco” (66).

As comunidades “em saída” se constroem em processo artesanal com a proximidade e não a massificação, pois imbuídas da Palavra de Deus enfrentam os dilemas do século atual. Elas promovem a missão com a participação e responsabilidade dos batizados, incluindo os pobres e abertas ao diálogo. A sua presença no mundo possibilita a existência de “um pequeno oásis” (67), irradiando novas formas de responder aos desafios presentes. Nesse contexto podemos pensar que a Igreja “em saída” saia das igrejas para novas relações e “fazer a Igreja” nos lugares da vida, descentralizando-se e reativando relações.

Por isso, primeirear a Igreja “em saída” possibilitará um novo caminho teológico e pastoral, acontecendo através do seu abaixar-se eclesial. Essa sua característica provocará mudanças e horizontes, para evitar os adoecimentos construindo a cultura do encontro através da “pastoral de orelha”. Ela continuará caminhando e respondendo as indagações dos sinais dos tempos, pois será Uma Igreja a fazer a sua teologia de joelhos ao primeirear e abaixar-se.

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Notas

(1) Primeirear é o neologismo usado pelo Papa Francisco sobre a Igreja “em saída” na Evangelii Gaudium 24.

(2) FRANCISCO. Exortação Apostólica Evangelii Gaudium: sobre o anúncio do Evangelho no mundo atual. São Paulo: Paulus, 2013, 41.

(3) FRANCISCO. Exortação Apostólica Amoris Laetitia: sobre o amor na família. São Paulo: Loyola, 2016, 307-312.

(4) AL 297.

(5) AL 299.

(6) BALTHASAR, H. U. von. Spirito e Istituzione. Brescia: Morccelliana, 2005, p. 41-45.

(7) FRANCISCO. Pronunciamentos do Papa Francisco no Brasil. São Paulo: Paulus, 2013, p. 77.

(8) EG 46.

(9)FRANCISCO. Audiência Geral em 17 de setembro de 2014. Disponível em: <https://www.vatican.va/content/francesco/pt/audiences/2014/documents/papa-francesco_20140917_udienza-generale.html>.

(10) EG 76-108.

(11) EG 114.

(12) FRANCISCO. Intervuste e conversazione con giornalisti:due anni di pontificato. Cità del Vatican: Libreria Editrice Vaticana, 2015, p. 21.

(13) BALTHASAR, H. U. von. Spirito e Istituzione. Brescia: Morccelliana, 2005, p. 41.

(14) Ibid.

(15) Ibid.

(16) Ibid 42.

(17) EG 49.

(18) EG 24.

(19) REPOLE, R. O sonho de uma Igreja evangélica. A eclesiologia do Papa Francisco.Brasília: Edições CNBB, 2018, 21.

(20) BALTHASAR, H. U. von. Spirito e Istituzione. Brescia: Morccelliana, 2005, p. 21.

(21) EG 236-237.

(22) BALTHASAR, H. U. von. Razing the bastions. San Francisco: Ignatius, 1994, p. 71.

(23) EG 24.

(24) FRANCISCO. Viagem apostólica a Portugal: recitação do rosário com jovens enfermos . Disponível em: < https://www.vatican.va/content/francesco/it/events/event.dir.html/content/vaticanevents/it/2023/8/5/portogallo-rosario.html>.

(25) BALTHASAR, H. U. von. A Los Creyentes desconcertados. Madrid: Biblioteca de Autores Cristianos, 1998., p. 73.

(26) EG 47.

(27) FRANCISCO. Discurso do Papa Francisco na Pontifícia Universidade Teológica da Itália Meridional sobre a Veritatis Gaudium em 21 de junho de 2019. Disponível em: <http://www.vatican.va/content/francesco/pt/speeches/2019/june/documents/papa-francesco_20190621_teologia-napoli>.

(28) FRANCISCO. Nei Tuoi Occhi è la mia Parola: Omilie e discorsi di Buenos Aires 1999-2013. Milano: Rizzoli, 2016, p. 77.

(29) Ibid.

(30) FRANCISCO. Intervuste e conversazione con giornalisti:due anni di pontificato. Cità del Vatican: Libreria Editrice Vaticana, 2015, p. 122.

(31) KASPER, W. Testemunha da Misericórdia:a minha viagem com Papa Francisco. São Paulo: Paulinas, 2016, p. 15.

(32) FRANCISCO. A Misericórdia sustenta a vida da Igreja. São Paulo: Fons Sapientiae, 2016, p. 43.

(33) Ibid. 90.

(34) FRANCISCO. Nei Tuoi Occhi è la mia Parola: Omilie e discorsi di Buenos Aires 1999-2013. Milano: Rizzoli, 2016, p. 244.

(35) SEVILHA, J. M. M. Sinodalidad para sanar la parálisis eclesial. Religión Digital. Disponível em: <https://www.religiondigital.org/el_coraje_de_levantarse_jose_maria_marin/Sinodalidad-sanar-paralisis-eclesial_7_2380631914.html>.

(36) BALTHASAR, H. U. von. El complejo antirromano. Madrid: Biblioteca de Autores Cristianos, 1981, p. 173.

(37) Ibid. p. 37.

(38) BORRAS, A. Sinodalità ecclesiale, processi partecipativi e modalitá decisionali. In: SPADARO, A.; GALLI, C. M. (Orgs.). La Riforma e le Riforme nella Chiesa. Brescia: Queriniana, 2017, p. 213.

(39) BALTHASAR, H. U. von. El complejo antirromano. Madrid: Biblioteca de Autores Cristianos, 1981, p. 235.

(40) BALTHASAR, H. U. von. A verdade é sinfônica: Aspectos do pluralismo cristão. São Paulo: Paulus, 2016, p. 80.

(41) PACHECO, J. A. Abertura do Sínodo. Religión Digital. Disponível em: < http://www.ihu.unisinos.br/maisnoticias/noticias/78-noticias/613726-a-igreja-nao-pode-aprender-por-si-mesma-entao-busque-o-encontro-com-aqueles-que-estao-nas-margens-afirma-o-teologo-rafael-luciani>.

(42) EG 27.

(43) EG 95

(44) EG 98

(45) EG 31

(46) EG 30

(47) EG 28

(48) EG 28

(49) EG 25

(50) EG 78

(51) EG 63

(52) EG 93

(53) EG 82

(54) EG 83

(55) EG 94

(56) EG 95

(57) EG 207

(58) EG 102-104

(59) FRANCISCO.Discurso do Papa Francisco à Cúria Romana na apresentação de votos natalícios de 2019. Disponível em:<https://www.vaticannews.va/pt/papa/news/2019-12/papa-francisco-discurso-natal-curia-romana.html>.

(60) EG 11.

(61) EG 20.

(62) EG 24.

(63) RINALDI, F.; SEGHEDONI, I., O que o Espírito diz às paróquias. IHU. Disponível em: <http://www.ihu.unisinos.br/78-noticias/609994-o-que-o-espirito-diz-as-paroquias>.

(64) BOFF, L. Eclesiogênese:a reinvenção da Igreja. São Paulo: Record, 2008, p. 230.

(65) FRANCISCO. Pronunciamentos do Papa Francisco no Brasil. São Paulo: Paulus, 2013, p. 54.

(66) BALTHASAR, H. U. von. El complejo antirromano. Madrid: Biblioteca de Autores Cristianos, 1981, p. 125.

(67) FRANCISCO. AudiênciaGeral do Papa Francisco em 14 de abril de 2021. Disponível em: <http://www.vatican.va/content/francesco/pt/audiences/2021/documents/papa-francesco_20210414_udienza-generale.html>.

Fonte: https://www.religiondigital.org/opinion/Primeirear-Iglesia-salida-kenosis-eclesial-Papa-Francisco_0_2586341356.html

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