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Reflexão da Palavra | 28º Domingo do Tempo Comum – Ano C

Por: Quininha Fernandes Pinto, regional Leste 1

Leituras: 2Rs 5,14-17 – Sl 97 – 2Tm 2,8-13 – Lc 17,11-19

O anúncio do Reino de Deus é anúncio de salvação, proclamado não só com a palavra, mas também com ações. Os milagres de Jesus – e também os nossos! – confirmam o triunfo do Espírito sobre o mal/demônio que se faz presente no mundo. Assim, Jesus inaugura o Reino messiânico, destruindo as forças do mal. O milagre é a antecipação do Reino escatológico, futuro, que só será revelado definitivamente quando último inimigo, a morte, for vencido. Os milagres são formas de vivificar = trazer à vida, algo que não vivia mais… são sinais do poder de Deus sobre a morte e o mal, para dizer o que nos espera na realidade futura, na Terra Prometida, na Terra sem Males, na Nova Jerusalém, no Paraíso sonhado por Deus. Neste intervalo de tempo, os milagres/sinais antecipam para o agora/já aquilo que nos espera no “Céu”!

A mensagem das leituras deste domingo não é apenas um simples ensinamento sobre o dever moral do reconhecimento/gratidão humano. O sírio Naaman – 1ª leitura – e o leproso do Evangelho deram graças, não tanto por ficarem curados, mas porque compreenderam que Deus está em Jesus e nele atua. Jesu Cristo é o Salvador em quem Deus opera não só a salvação do corpo, mas a do ser humano todo. Isto é fé. A frase com que Lucas termina este Evangelho, dita por Jesus ao samaritano que foi curado da lepra e que voltou agradecido “Levanta-te e vai! Tua fé te salvou.”, salvou-o não só da lepra, mas salvou-o no sentido cristão do termo.

A gratidão humana e a ação de graças divina não se identificam, porém há uma continuidade entre uma e outra. A mentalidade utilitarista e egocêntrica desvirtua os atos religiosos… se tivermos perdido o senso de gratuidade, se só agirmos movidos pela esperança de algo ou pelo direito à recompensa, muito provavelmente não poderemos ter a experiência eucarística, a experiência de comunhão com o Outro, com o Mundo, com Deus, consigo mesmo. Hoje, mais que nunca, precisamos redescobrir o sentido da receptividade, para, assim, nos abrirmos ao agradecimento. Só assim poderemos cantar com o salmista: “Cantai ao Senhor Deus um canto novo, porque ele fez, ele faz maravilhas”. Que saibamos, como o samaritano curado “sermos gratos ao Senhor” mas também que tenhamos coragem de praticar os sinais/milagres cotidianos que Jesus nos ensinou e enviou a fazer, para que o mundo creia que Ele está no meio de nós! Que seja assim. Que assim seja.

 Bjs no coração.

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