Leituras: Br 5,1-9 – Sl 125 – Fl 1,4-6.8-11 – Lc 3,1-6
Se no domingo passado a liturgia nos convidava à vigilância, hoje o apelo é à conversão. O Advento é tempo de conversão, tempo para preparar os caminhos do Senhor, para endireitar as veredas, a fim de que chegue o Reino de Deus. Os seres humanos da modernidade não são muito atentos a estes temas, acham-no piegas ou coisas de fanáticos religiosos. Mas diante dos muitos temas que nos são impostos pela realidade como a fome, o desemprego, a pandemia, a intolerância e a discriminação que mobilizam as nossas forças, vencemos nosso comodismo e somos obrigados a uma conversão diária: a conversão a mim mesma, àquilo que há de mais nobre no meu coração, à minha essência humana. Muitos de nós vivemos isto nesta pandemia… muitos se perguntaram pelo sentido da morte e da vida, muitos questionaram o porquê de tudo isto, e as respostas, ainda que diversificadas, levaram-nos a relativizar umas tantas coisas e a valorizar tantas outras esquecidas.
Neste tempo propício de conversão, os cristãos devem estar conscientes que têm o dever de contribuir para a realização do desígnio de Deus e a solução dos problemas do mundo, colaborando na obra da criação, e dando o melhor de si mesmo nesta tarefa….
Com João Batista, o Precursor, Deus vai visitar seu povo. A voz severa que clama no deserto nos prepara para o juízo de Deus, não com atos puramente exteriores e rituais, mas com a conversão do coração. Jesus nos convida à uma conversão de adesão ao Reino, a uma mudança radical de vida. O convite para preparar os caminhos e endireitar as suas veredas passa pelo compromisso para com os pobres, com os discriminados, com as minorias da nossa sociedade. Aplainar os caminhos é diminuir as desigualdades, derrubar os muros que separam irmãos, as diferenças sociais que rotulam e humilham, passa pela luta de extinguir o racismo, devolver a cidadania aos invisíveis do nosso mundo… a lutar pelo respeito à dignidade de todos.
O convite para que percorramos caminhos menos íngremes e mais planos significa dar acessibilidade aos nossos irmãos de se aproximarem da mesa do banquete a que têm direito. O mundo está “grávido” deste Menino, e sabemos que as dores do parto são inevitáveis. Tenhamos força e coragem…
A celebração do Natal passa, portanto, pelo compromisso de fazer “renascer” este sonho no nosso coração e no coração dos muitos outros, no maior número possível de pessoas. Só assim podemos celebrar o Natal do Senhor… só assim Ele vem… Bjs no coração.
Parabéns! Excelente!
Parabéns! Linda reflexão.