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A importância da Comunicação para as CEBs e a Igreja

 As CEBs  exercerão um papel decisivo, recriando espaços de anúncio, denuncia, crescimento na Fé e transformação da sociedade.

CEBs Leste II

As comunidades eclesiais de base, com sua cultura e sensibilidade das bases vivem a alegria do encontro e da participação na vida e na fé. Um dos grandes desafios é como articular comunicação de massa e pequena comunidade, mídia e encontro interpessoal.

O seguimento de Jesus tem de levar a uma Caridade ancorada no compromisso com os pobres e com a justiça social e à criação de comunidades, no esforço de unir Fé e vida efetivamente na construção do Reino e de um mundo mais justo, fraterno e mais humano.

As CEBs são vitais, assumem pastoralmente diversas atividades e compromissos comunitários. Elas são a própria Igreja que se experimenta na base, de várias maneiras, sem intenção de exclusividade ou de privatizar para si os apoios ou incentivos. Elas sobreviverão, não pela aprovação que recebam, e hoje com o Papa Francisco, a abertura em especial pelo exemplo que se observa constantemente, muito tem contribuído para o seu fortalecimento, mas é preciso corresponder a uma necessidade vital e profunda da vida eclesial, comunitária, social e ecológica. E como as próprias necessidades mudam, também se abrem aos novos desafios e novas perspectivas, tem que ser atento e flexível.

As CEBs nasceram junto com as lutas populares dos anos 70 e à resistência contra o regime autoritário e concentrador de riqueza. Na medida em que novos horizontes se vislumbram a partir diversas situações de exclusão, como gênero, raça, ecologia, dentre outros, elas vão ampliando sua visão, às vezes com dificuldade, mas sempre no marco de suas opções irrenunciáveis diante do conflito social.

Ainda falta muito no que se refere ao gênero, numa Igreja em que o sabor é ainda dado pelo masculino, para usar expressão de Ivone Gebara. Mas é inquestionável que as CEBs são sustentadas basicamente pelas mulheres. E vão adquirindo uma cor e um jeito das raças e das culturas do país. O que não impede que sigam ocorrendo dificuldades, trocas de cartas e denúncias, falta de comunicação.

Não é o caso de apresentar um panorama unilateral e otimista. Há que reconhecer momentos de indecisão, desesperança, regressão e desaparecimento de experiências. A crise ideológica do fim do socialismo, trouxe desorientação para quem tinha apostado em certos modelos sociais e políticos. Custou e custa ainda para muitos, adaptar-se a outra postura de construção aberta e não dogmática do futuro. Podem confundir o fim de certos projetos com o fim de qualquer utopia ou sociedade alternativa. E nem sempre os velhos hábitos são fáceis de superar, tais como o machismo, racismo e outros.

Além disso, o país atravessa uma situação política extremamente difícil e degradante, causando imensa descrença, em deterioração crescente, onde as políticas governamentais tornam as desigualdades cada vez mais dramáticas. Os membros das Comunidades Eclesiais de Bases são obrigados a lutar por uma sobrevivência imediata, num clima de insegurança, desalento e medo diante da exclusão, dos desafios no acesso ao trabalho, segurança, saúde, educação, dentre outros.

É interessante constatar a capacidade de resistência e criatividade, especialmente das mulheres. Vão surgindo assim, nas bases, experiências de empreendimentos comunitários, como uma nova economia solidária. Há uma energia vital e profunda que retira, das mesmas dificuldades, forças para superá-las. Isso se reflete nas práticas novas de produção, convivência, compromisso, luta e de viver a Fé. Fica visível nos gestos de Esperança das celebrações, leitura bíblica que busca uma terra prometida por Deus.

Em toda história e apesar de toda crise, a humanidade e a Igreja podem renovar-se pelas refundações, espiritualidade, santidade e pela prática dos fiéis. Isso não se dá na repetição, mas na urgência de novas atitudes e de reconstrução permanente.

Não será este o sentido profundo que esperamos da Evangelização? Para além dos diagnósticos sombrios, como uma constatação de que as CEBs certamente exercerão um papel decisivo atualmente e nos anos futuros, recriando espaços de anúncio, denuncia, crescimento na Fé e transformação da sociedade.

E a COMUNICACÃO para as Comunidades Eclesiais de Base do Brasil e para a Igreja é de suma importância, no entanto, extremamente desafiador é conseguir chegar aos rincões de nosso imenso País. Estamos buscando alcançar um numero elevado de pessoas com as informações do site Cebs do Brasil, e diversas formas de comunicação, mas infelizmente, ainda não se tem acesso em todo território e por todas as pessoas, maior dificuldade são os habitantes de áreas de difícil acesso e rurais.

Magda Melo
Nelito Dornellas

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