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CEBs em Mato Grosso – Prioridades para 2018: laicato e comunicação

Investir na formação do laicato e na comunicação são as prioridades das Comunidades Eclesiais de Base (CEBs) do Regional Oeste 2 para 2018. As ações também serão voltadas a um permanente processo de capacitação em Fé e Política, à denúncia dos malefícios do agronegócio e à defesa da democratização da terra. As definições foram feitas em Reunião Ampliada realizada no sábado, 14, no Centro Pastoral da Paróquia São Cristóvão, no município de Primavera do Leste.

O fortalecimento do protagonismo de leigas e leigos tem relação como o Ano do Laicato para a igreja católica do Brasil, celebrado em 2018. Além de intensificar ações desenvolvidas nas comunidades, será possível aprofundar conhecimentos e ocupar espaços na estrutura da igreja. Os trabalhos serão orientados pelos documentos da CNBB e exortações do papa Francisco, na constituição de uma igreja em saída em direção aos descartados da sociedade.

Já em novembro deste ano representantes das CEBs das dioceses de Cuiabá, Cáceres, Rondonópolis-Guiratinga, Primavera do Leste-Paranatinga, Barra do Garças, Juína, Sinop e da prelazia de São Félix do Araguaia devem participar da Assembleia Regional de Leigos em Cuiabá. As CEBs também estarão presentes nos cursos de teologia sobre laicato oferecidos pela CNBB em 2018. Outro desafio é que membros das CEBs integrem os conselhos de Leigas e Leigos onde já existem e ajudem a criar nos locais em que não há. Além disso, os encontros interdiocesanos terão a importância do laicato como tema central.

“A nossa igreja é fundamentalmente de leigos e ano que vem é o ano do laicato. Então devemos fazer esse trabalho casado com a formação de Fé e Política, pois quase todas as decisões da sociedade estão ligadas a esses dois princípios. Por isso precisamos estar inseridos nesse contexto”, comentou Juvenal Paiva da Silva, 53 anos, coordenador das CEBs da Diocese de Rondonópolis-Paranatinga.

Um assunto que terá destaque nos trabalhos de 2018 serão os prejuízos causados à população de Mato Grosso por conta do desenvolvimento baseado no agronegócio, que prejudica reforma agrária, demarcação de terras de quilombolas e indígenas. “Outra coisa é o excesso de agrotóxico nas plantações, que chegam nas beiras das cidades. Causa câncer em adultos e crianças (pelo leite materno)”, completou Maria Conceição Figueiredo, da Diocese de Primavera -Paranatinga. Ela trabalha no Conselho Municipal de Educação e disse que o trabalho de denúncia e conscientização vai continuar em pela parceria entre escolas, CEBs, conselhos municipais e sociedade civil organizada.

COMUNICAÇÃO

A comunicação foi colocada como prioridade para o ano que vem pela percepção do efeito destrutivo da mídia comercial no Brasil. Isso se manifesta de diversas formas. No apoio dos grupos de comunicação ao golpe contra a presidenta Dilma Rousseff, retirada do poder sem crime de responsabilidade. No espaço dado ao governo Temer e sua política de ataque aos direitos sociais da população. Na defesa da Terceirização em todas as áreas, da Reforma Trabalhista e do congelamento de investimentos por 20 anos em saúde, educação e assistência social (Emenda Constitucional 95).

“Por isso não basta ficar só reclamando. Devemos entender como funciona a mídia comercial e construir a nossa mídia, que defenda os interesses dos excluídos, dos movimentos sociais, o nosso projeto de igreja em saída”, explicou Ana Paula Carnahiba, 43 anos, uma das autoras do projeto de comunicação para as CEBs de Mato Grosso.

Os cursos de formação serão organizados pelas dioceses e pela prelazia e terão apoio da Coordenação Regional. As atividades vão contemplar uma parte teórica e uma prática e serão abertas a sindicatos, associações comunitárias e movimentos populares. Na primeira, o foco são os conceitos de mídia hegemônica e contra-hegemônica, interesses que defendem e como funcionam. Na segunda, os integrantes vão produzir conteúdos conforme os equipamentos e mídias que possuem nos locais onde atuam.

“Percebemos a necessidade de trabalhar a comunicação tanto nas coordenações como nas comunidades. Uma boa comunicação ajuda no diálogo e garante que as decisões sejam resultado de ações democráticas”, pontuou Maria Cleuza Feriani, 60 anos, coordenadora regional das CEBs de Mato Grosso.

 

Por Gibran Lachowski com fotos da assessoria, dioceses e prelazia

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