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Comunista, marxista, blasfemo e herege?

Comunista, marxista, blasfemo e herege?
Não! E sim “sal da terra e luz do mundo”

Como está o mundo e, mais precisamente, o Brasil? Nele se pode ver ao mesmo tempo coisas boas e coisas ruins. As boas são sinais do Reino dos Céus. As ruins, sinais do ante – Reino. Neste cenário cada pessoa tem papel importante para melhorar a realidade em que vive ou continuar a mantê-la, caso seja boa.

Um pouco mais de 2000 anos atrás um jovem ousado, chamado Jesus de Nazaré, subiu à montanha e começou a falar a seus discípulos e também as multidões que ali se encontravam (cf. Mt 5, 1-7, 29). Num determinado momento do seu discurso ele diz aos seus discípulos que eles são “o sal da terra” e “a luz do mundo” (Mt 5, 13-14).

O “Nazareno” ao usar os símbolos “ἅλας” (“sal”) (Mt 5, 13)) e “φῶς” (“luz”) (Mt 5, 14)) mostra não somente para aqueles discípulos mas aos discípulos e discípulas de todos os tempos que devem servir.

Hoje cada discípula/discípulo deve ter certeza absoluta que faz parte de sua missão ser sal e luz do mundo. Esta certeza é essencial para que se possa fazer acontecer ao seu redor o Reino dos Céus, que representa o oposto da desigualdade social que hoje se vive.

Na sociedade que vivemos uns poucos tem altos salários e, além disso, recebem auxílio moradia, auxílio paletó, etc. Enquanto isso, do “Outro lado do paraíso”, os que são muitos ganham um mísero salário mínimo e, dentre estes, a grande maioria não tem moradia própria ou mora na rua.

Recentemente a sociedade brasileira ficou sabendo que os juízes recebem auxílio moradia (é um direito constitucional). Segundo uma notícia compartilhada pelo padre Júlio Renato Lancellotti, um jornal publicou a história de um Juiz que é dono de 60 casas, e mesmo assim recebe auxílio moradia. Sabe-se que os deputados e senadores também recebem esta ajuda.

Quem paga para que senadores, deputados e juízes tenham estes “auxílios”? O povo brasileiro.

Este carrega nos ombros um enorme peso.

Diante desta triste realidade, uns com tanto e outros com quase nada, como pode um/uma discípula/discípulo de Jesus ficar calado?

Como fazer jus ao ser “sal e luz do mundo” se não estiver a serviço dos pequenos, se doando a estes, e levando-os a tomarem consciência?  O discípulo deve está ciente de que ser “sal e luz do mundo” é renunciar à própria vida para viver em prol do próximo, pois:

Nem o sal, nem a luz, nem a Igreja e nenhum cristã vive para si mesmo. Sua missão é sair de si, iluminar, se doar, dar sabor e se dissolver. Os cristãos leigos e leigas, na Igreja e na sociedade, devem ter olhares luminosos e corações sábios, para gerar luz, sabedoria e sabor, como Jesus Cristo e seu Evangelho (Doc. 105, 13).

É papel do(da) discípulo(a) de Jesus dar sabor e clarear. Há tantas vidas precisando deste sal e desta luz. Um povo que sofre pela falta de emprego, de teto, de um salário melhor, etc., são vidas sem esperanças de dias melhores. Elas precisam de luz e de sal.

Luz para enxergarem uma saída. Sal para temperarem e assim adquirirem o sabor em suas vidas, além de conservar aquilo que de bom cada pessoa carrega. Não se deixarem corromper por nada!

Que cada discípula e discípulo viva a sua missão de ser “sal e luz do mundo” para que possa acontecer o “Reino dos Céus” tão proclamado por Jesus de Nazaré. Ele que enfrentou os poderes políticos, militares, econômicos e religiosos que oprimiam as pessoas de sua época em prol dos ricos. Jesus foi classificado como herege, blasfemo, inimigo e perigo mortal pra nação. Morto, porém, “ressuscitou”. O discípulo que fizer hoje o mesmo será chamado de comunista, marxista, blasfemo, herege. Contudo, é assim o “sal da terra e luz do mundo”.

 Ribamar Portela, teólogo e assessor do Centro de Estudos Bíblicos
Fonte: cebi.org.br

Fonte: Ribamar Portela é teólogo e assessor do CEBI. Enviado pelo autor.

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