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Jesus o Deus amigo do ser humano, o Pai de todos os povos, o defensor dos últimos, a esperança dos perdidos. José Antonio Pagola

Ao longo deste novo ano litúrgico, os cristãos iremos lendo aos domingos o evangelho de Marcos. O seu pequeno escrito começa com este título: «Início da Boa Nova de Jesus, o Messias, Filho de Deus». Estas palavras permitem-nos evocar algo do que encontraremos no seu relato.

Com Jesus «começa algo de novo». É o que em primeiro lugar quer deixar claro Marcos. Todo o anterior pertence ao passado. Jesus é o começo de algo novo e inconfundível. No relato, Jesus dirá que «o tempo cumpriu-se». Com Ele chega a boa nova de Deus.

Isto é o que experimentam os primeiros cristãos. Quem se encontra vitalmente com Jesus e penetra um pouco no Seu Mistério sabe que com Ele começa uma vida nova, algo que nunca se tinha experimentado anteriormente.

O que encontram em Jesus é uma «Boa Nova». Algo novo e bom. A palavra «evangelho» que utiliza Marcos é muito frequente entre os primeiros seguidores de Jesus e expressa o que sentem ao encontrar-se com Ele. Uma sensação de libertação, alegria, segurança e eliminação de medos. Em Jesus encontram-se com «a salvação de Deus». , sabe que não encontrará uma notícia melhor. Quando conhece o projeto de Jesus de trabalhar por um mundo mais humano, digno e feliz, sabe que não poderá dedicar-se a nada maior.

Esta Boa Nova é Jesus mesmo, o protagonista do relato que vai escrever Marcos. Por isso a sua intenção primeira não é oferecer-nos doutrina sobre Jesus nem contribuir com informação biográfica sobre Ele, mas sim seduzir-nos para que nos abramos à Boa Nova que só poderíamos encontrar Nele.

Marcos atribui a Jesus dois títulos: um tipicamente judeu; o outro, mais universal. No entanto, reserva aos leitores, algumas surpresas. Jesus é o «Messias» a quem os judeus esperavam como libertador do Seu povo. Mas um Messias muito diferente do líder guerreiro que muitos desejavam para destruir os romanos. No seu relato, Jesus é descrito como enviado por Deus para humanizar a vida e encaminhar a história para a sua salvação definitiva. É a primeira surpresa.

Jesus é «Filho de Deus», mas não dotado do poder e a glória que alguns poderiam ter imaginado. Um Filho de Deus profundamente humano, tão humano que só Deus pode ser assim. Só quando termine a Sua vida de serviço a todos, executado numa cruz, um centurião romano confessará: «Verdadeiramente este homem era Filho de Deus». É a segunda surpresa.

José Antonio Pagola

 

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