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Mensagem Final da Ampliada das CEBs Regional Nordeste 3

 Quente é o chão desta terra que nos acolhe nesta Ampliada, quente como o coração do povo que segue e confia em Jesus ungido, encarnado e revelado a nós, por Deus.

Mensagem Final da Reunião Ampliada do Regional Nordeste 3 das CEBs em Livramento de Nossa Senhora
Chegamos em Livramento cinquenta e oito pessoas representantes de quinze dioceses e arquidioceses (Jequié, Vitória da Conquista, Caetité, Camaçari, Livramento, Alagoinhas, Feira de Santana, Irecê, Rui Barboza, Juazeiro, Serrinha, Barra, Bom Jesus da Lapa, Ilhéus e Salvador), com as presenças de D. Itamar Vian, bispo referencial das CEBs (Arquidiocese de Feira de Santana) e D. Armando Bucciol (Diocese de Livramento) e de membros da CPT, Pastoral da Juventude e do Conselho Nacional de Leigos do Brasil – CNLB, para refletir sobre nossa conjuntura política e social e nosso papel perante aos desafios que nos são impostos frente à atual crise que assola nosso país. No campo e na cidade, na vida das CEBs, sermos protagonistas, este foi o chamado.
Antes do crepúsculo quente do dia 06 de outubro, iniciamos os trabalhos cheias e cheios de esperança e assim seguimos durante os dias deste nosso Encontro, vimos que o exemplo de Jesus ungido, encarnado e vindo ao mundo, é nosso grande motivo para construir uma Igreja em saída, uma Igreja cujo campo de ação é o mundo, exortadas e exortados pela Palavra que diz: “Eu vi e ouvi os clamores do meu povo e desci para libertá-lo” (Ex. 3,7). Assim, nossa ação evangelizadora e transformadora, deve passar pelo cuidado com a formação à luz das novas perspectivas abertas desde Puebla, e retomadas pelo Documento de Aparecida e todos os outros que se seguiram desde lá, levando o Evangelho para as estruturas do mundo, com respeito à alteridade.
Nossa mensagem evangelizadora deve ser permanente e ter a essência do Cristo que viveu e vive entre nós, e que por vezes, o esquecemos e transferimos para os ídolos criados pela ação da mídia, inclusive de nossa própria Igreja. Deve ter o perfil de Maria, como uma mãe que cuida dos seus e do nosso amoroso Pai que nos conduz à vida comunitária e ao cuidado com a nossa Casa Comum. Ser concreta, corajosa, criativa e ousada a partir da escuta do Espirito Santo para dar testemunho do Cristo, fazendo a experiência da fé a partir de uma vida comunitária, sendo o que precisa ser, para além do jogo das aparências.
A Igreja – nós, é chamada a ser Corpo de Cristo na história, para não deixar cair a profecia, como denúncia e anúncio de esperança do bem viver. Lembramos que a identidade e a dignidade laical está na máxima de sobretudo sermos Igreja e não apenas pertencermos a ela, pois dar testemunho da Igreja é fonte para a leiga e o leigo como protagonistas eclesiais, superando e fazendo o enfrentamento dos desafios criados pelas forças limitadoras da vivência da fé, vistas na oposição entre a fé e a Vida, entre o sagrado e o profano, entre a Igreja e o mundo e entre a identidade eclesial e o ecumenismo, ultrapassando o ranço da crítica e partindo para a ação a qual somos convidadas e convidados pelo Batismo e pela Crisma.
Como leigas e leigos, devemos atender o chamado da Igreja do Cristo que nos anima a sermos a eclesia, como um corpo que não entende separação entre ministros ordenados e povo, que em comunhão, segue em harmonia na construção do Reino, mantendo os olhos fixos no UNGIDO, sem promover um modelo de Igreja que não humaniza, não liberta e não emancipa.
Assim, fomos animadas e animados a sermos uma Igreja que caminha contrária à idolatria do dinheiro, que alerta para as forças condutoras de desesperanças e descréditos na vida e em Cristo, e que se faz, a exemplo de Francisco de Assis, Santa Terezinha, Maria e São Judas instrumento para a construção de outras formas de viver.
A espiritualidade vivenciada nestes dias, nos faz enxergar caminhos e acreditar que é possível construir um futuro com esperança e alternativo para uma crise que se prolonga e é agravada com a perda de direitos conquistados historicamente, que no momento nos é imposta, e se torna imperativo vencê-la. Tomarmos esta crise como nossa messe se faz importante e imediato, pois o dono da vinha caminha conosco e se faz morada em nós.
Entusiasmadas e entusiasmados, seguimos para as nossas comunidades construindo a celebração do 14º Intereclesial da CEBs em Londrina, imbuídas e imbuídos do Espírito Santo, entendendo que é na luta diária que Cristo se faz em nós, para compreendermos e vivermos neste tempo desafiador que pede diálogo e respeito para tornarmos nossos lugares espaços potencializadores à cultura do bem viver.

Equipe de Coordenação das CEBs, Região Nordeste 3.

por Caroline  Teixeira e Maura Evangelista CEBs NE 3

fotos  IVO  Arquivos CEBs do Brasil

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