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“Nos desafios da cidade, as CEBs já são uma resposta!”, diz Dom Sérgio, presidente da CNBB

 

O sol ainda não tinha raiado e as delegações e equipes de serviço já estavam a caminho do Moringão para o quarto dia do 14º Intereclesial das CEBs do Brasil. No ritmo dos tambores, flautas e maracás, os Regionais da região Nortão – os primeiros a chegarem na Grande Plenária – trouxeram os sons, as cores e cheiros da Amazônia, com uma animação que contagiou a todos e todas que iam chegando para começar os trabalhos com a oração da manhã.

Cantando o Salmo Amazônico, produzido por Antônio Pureza, de Eldorado dos Carajás-PA, a assembleia reunida entoou o seu louvor ao Deus da Vida pela diversidade étnica-cultural, exprimindo sua gratidão: “Pelos índios da Amazônia damos glória ao Senhor. Todas as raças e etnias cantam alegres um louvor. Somos filhos dessa terra, Deus é Pai e Criador.”.

A coordenação dos trabalhos, assumida por Magda Melo (Leste 2) e Pe. Geraldino Rodrigues (Sul 2), repassou a programação do dia e acolheu ao cardeal Dom Sérgio Rocha, arcebispo metropolitano de Brasília e Presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Saudando a Grande Plenária, o arcebispo reiterou que a CNBB está bem presente no Intereclesial por meio dos mais de 60 bispos, e assim desejou: “Que o Intereclesial seja portador de esperança e animação da missão evangelizadora, sobretudo nos desafios da cidade. A Comunidade Eclesial de Base já é uma resposta!”.

Afirmando que as CEBs respondem ao desafio da Igreja em ser comunidade de comunidades, Dom Sérgio frisou que a partir deste espaço da Comunidade Eclesial de Base os leigos e leigas são sal da terra e luz do mundo. “As CEBs não são coisa do passado! Elas estão vivas e presentes na vida da Igreja!”, disse. Os bispos presentes no Intereclesial foram convidados para o centro da Plenária, onde foi feito o agradecimento e registro do apoio e acompanhamento pastoral às Comunidades e pela participação no 14º encontro.

Um momento significativo foi o agradecimento feito pela presença fraterna dos irmãos e irmãs evangélicos e pela atuação do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs (CONIC), representado pela sua secretária geral, a pastora luterana Romi Bencke. “Que todos sejam um para que o mundo creia!” (cf. Jo 17), foi o grito proclamado pela grande Plenária.

Em seguida, os povos indígenas, participantes do Intereclesial e acompanhados pelo Conselho Indigenista Missionário (CIMI), dançaram o toré, entoaram cânticos e reforçaram o clamor pela defesa de sua vida e cultura, contra o genocídio e o massacre que perdura na sua história. “Muito importante o grito profético que eles fizeram denunciando toda a violência que têm sofrido, perdendo suas terras e nascentes, causando desesperança”, disse o padre Niraldo Lopes, da Arquidiocese do Rio de Janeiro, expressando a solidariedade das CEBs com os povos tradicionais.

A assessoria sobre as iniciativas das CEBs frente aos desafios do mundo urbano ficou por conta de Solange Rodrigues, do Instituto de Estudos da Religião (ISER Assessoria) e o professor Sérgio Coutinho, que refletiram como as Comunidades podem ser “lugares” de construção de laços humanitários, também defendendo os direitos sagrados, como diz o Papa Francisco: terra, teto e trabalho. Sobre isso, a delegada do Regional Norte 1, Jaqueline da Silva, partilhou: “Estamos aqui porque precisamos de estudo mais aprofundado, como este que está acontecendo agora, que está servindo muito para nosso aprendizado e aumentamos mais a nossa reflexão, aprendemos junto com nossos irmãos aqui presentes para levar para nossas cidades, paróquias e comunidades.”.

A programação do quarto dia do Intereclesial continua com a Tarde Cultural e a reflexão sobre o agir das CEBs nos Regionais e sua Articulação no Brasil e América Latina.

Elson Matias e Gleice Francisca
Com informações de Denilson Mariano.

 

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