” Igreja deve lutar pacificamente junto como companheira de todos os movimentos sociais que lutam por uma política mais libertadora e por um novo mundo possível.”
Marcelo Barros
Nesse domingo, em várias cidades do Brasil e do mundo, grupos ligados ao movimento internacional “Nós também somos Igreja” fazem uma celebração para lembrar os 500 anos do 31 de outubro de 1917 no qual Martinho Lutero fixou nas portas da catedral de Winttemberg as suas 95 teses que pediam a reforma da Igreja Católica.
Atualmente, os grupos que fazem essa celebração, cumprem um gesto simbólico. Pregam nas portas de várias Igrejas seis propostas para uma reforma atual e necessária da Igreja Católica. Essas cinco propostas são:
1 – Seguir antes o Evangelho do que o Código de Direito Canônico
2 – Restituir a todos os batizados e não apenas à hierarquia, o direito de participação na organização de nossa Igreja, em suas diferentes instâncias de decisão, conforme já sugerido na Lumen Gentium e, mais recentemente muito bem sublinhado pelo Papa Francisco, em sua Exortação Apostólica Evangelii Gaudium.
3 – – Participação, ao lado dos clérigos, na tomada de decisão relativa ao conjunto dos católicos e católicas, em toda as instâncias eclesiais.
4 – Reconhecimento da legitimidade das mulheres vocacionadas a exercerem, assim como os homens vocacionados, todos os ministérios eclesiais, ordenados e não ordenados.
5 – Reconhecimento da legitimidade de católicos e católicas, ordenados e não-ordenados, de escolherem livremente seu estado civil.
6 – Aprimorar e aprofundar o esforço ecumênico de unidade dos cristãos, a partir de iniciativas tomadas na base das distintas Igrejas Cristãs.
É um gesto simbólico e seria importante que os pastores e ministros pudessem aprofundar essas propostas. Se eu pudesse colocaria como segunda proposta, logo depois do seguir o Evangelho, ou até como consequência disso, a proposta da Igreja viver o testemunho do amor divino em diálogo fraterno com a humanidade e no compromisso de transformar esse mundo de acordo com o projeto divino. Por isso, a Igreja deve lutar pacificamente junto como companheira de todos os movimentos sociais que lutam por uma política mais libertadora e por um novo mundo possível.
Marcelo Barros de Sousa (Camaragibe, 27 de novembro de 1944) é um monge beneditino, escritor e teólogo brasileiro. Nasceu numa família de operários e, quando adolescente, sonhava tornar-se veterinário.
fonte: arquivos web
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