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Pacto das Comunidades pela Casa Comum: Da Amazônia à Praia do Futuro

Nos primeiros anos depois de Cristo, os que aprenderam seus ensinamentos de fraternidade e partilha, contrários às ideias dominantes da época, eram perseguidos pelo poderosos do Império Romano. Pobres e trabalhadores se organizavam em Comunidades.

De acordo com Atos 2:43-47, naquela época, os cristãos “eram unidos e colocavam em comum todas as coisas”. Criaram muitas comunidades mesmo no coração do Império. Para escapar das perseguições, se reuniam secretamente nas Catacumbas, passagens subterrâneas e cemitérios.
No século XX, retomando o espírito dessa tradição dos primeiros cristãos, foi realizado o primeiro Pacto das Catacumbas no dia 16 de novembro de 1965, ao final do Concílio Ecumênico Vaticano II. Esse Pacto reorientou parte da Igreja em favor da luta dos pobres por sua libertação.
Em 20 de outubro de 2019, bispos e missionários/as da Amazônia, presentes no Sínodo em Roma, refizeram o Pacto das Catacumbas, em um compromisso com os povos originários e com a defesa da mãe Terra, nossa Casa Comum. Renova-se a luta pela libertação dos pobres de toda opressão social e exploração econômica.

O novo pacto reúne essa luta pela defesa do planeta, ameaçado por essa mesma exploração capitalista, representada por governantes perversos como Bolsonaro, que estimulam a degradação ambiental, o aquecimento global, a invasão das terras indígenas pelo latifúndio, os assassinatos dos povos originários e suas lideranças. Esse governo dos ricos favorece empresários que realizam incêndios criminosos na Amazônia, enlameiam nossas praias irresponsavelmente, assim como protege as grandes mineradoras, destruidoras da vida e aos que envenenam nossa comida e nosso solo com a liberação de agrotóxicos.
Dramas semelhantes nós também enfrentamos na terra onde moramos, na bela e cobiçada Praia do Futuro. Aqui, a especulação imobiliária está por trás do aparente ‘descaso’ da prefeitura de Roberto Cláudio e do governo de Camilo Santana com saneamento, drenagem, coleta de lixo, saúde, educação e lazer da população. Estranhamente, quase nenhuma família consegue obter a escritura da casa que mora há várias décadas. Querem expulsar os pobres da praia.

Cada obra pública conquistada, cada melhoria em nossas condições de vida, é um passo a frente na luta pela libertação, é uma derrota dos exploradores e uma vitória da vida e da esperança pelo futuro nessa praia.

Editorial do CEBs Informa das CEBs Praia do Futuro Fortaleza-Ceará – Janeiro de 2020.

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