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Sentimentos dos/as companheiros/as do CIMI e dos indígenas que estiveram em Londrina nesses dias de 14° Intereclesial

“Os índios precisam de aliados e é no povo das CEBs que os índios tem que buscar. Porque as mulheres e os homens que conhecemos nesses dias tem um coração bom, lutam pela causa dos mais pobres e são teimosos como nós.” Josias Kaingang, do RS

Caro Pe. Dirceu bom dia e um abraço.

Escrevo a você, mas meus agradecimentos vão a todos e todas que possibilitaram a realização do 14º Intereclesial. O trabalho de todos vocês foi valioso para que o evento fosse conduzido até o fim de forma extremamente positiva.

Creio   interpretar também os sentimentos dos/as companheiros/as do CIMI e dos indígenas que estiveram em Londrina nesses dias.

Estava relendo a Nota da Ampliada que teve a intenção de pedir desculpas pelos erros… Num evento do porte do 14º seria pretensioso querer que tudo desse certo. O que mais valia era viver um intenso momento de fraternidade. E, a meu ver, esse objetivo foi alcançado de forma estupenda.

Sábado de manhã, reunidos na casa das irmãs Oblatas, os indígenas aproveitaram do tempo para realizar uma reflexão-avaliação da experiência vivida em Londrina. Uns nunca tinham participado de um encontro tão cheio de conteúdos, dinâmico e repleto de sentimentos fraternos.

O Sr. João Macuxi, cacique e catequista em Roraima, ficou tão emocionado ao relatar sua experiência que, no fim da fala, me deu um colar de presente que pertenceu ao seu avô (e eu usei na Celebração de encerramento). O Sr. João tem 67 anos e chegará em casa terça feira, depois de ter pego avião, ônibus e barco para voltar á sua aldeia. Mas ele disse que faria tudo de novo.

Uma senhora Mundurucu (pelo visto, muito católica), lamentou o fato de nunca ter participado a um Intereclesial. Segundo ela,  o estilo de vida das CEBs se parece muito com a maneira do povo Mundurucu viver. O Josias Kaingang, do RS, afirmou – ele também emocionado – que “os índios precisam de aliados e é no povo das CEBs que os índios tem que buscar. Porque as mulheres e os homens que conhecemos nesses dias tem um coração bom, lutam pela causa dos mais pobres e são teimosos como nós”.

Os Guarani, que conservam uma tradicional e profunda espiritualidade, ficaram encantados com as liturgias, os momentos de oração. Os Kaingang de Laranjeiras do Sul me deram uma bronca porque “é dessa gente que nós precisamos e poderíamos ter conhecido antes”!

Sábado de manhã os agradecimentos á comunidade das irmãs Oblatas de São José se estenderam por mais de duas horas. Os indígenas, acostumados a se acomodarem em espaços reduzidos, ficaram admirados com a disponibilidade das irmãs “vocês deixaram sua casa totalmente a nossa disposição. Nunca aconteceu isso com a gente. Vocês trabalharam para nós o dia e a noite inteiros”.

Enfim, aqui vai o nosso agradecimento por tudo o que vocês fizeram para que se chegasse ao 14º, pela condução do mesmo e pelos resultados que ele proporcionou. Certamente vocês terão muito a contribuir também para a realização do 15º. A experiência que vocês acumularam, a meu ver, precisa ser compartilhada.

Pe. Diego

Cimi-Sul

28 de janeiro 2018

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