Shadow

31º Domingo do Tempo Comum – Ano C –

Leituras: Sb 11,22-12,2 – Sl 144 – 2Ts 1,11-2,2 – Lc 19,1-10

Por: Quininha Fernandes Pinto, Leste 1

Neste domingo as leituras nos levam a refletir sobre o risco de ficarmos presos pela atração irresistível ao dinheiro, pois o nosso desejo insaciável de bem-estar material pode levar à morte muitas pessoas. Todavia o evangelho de Lucas também constata que Jesus “veio procurar e salvar o que estava perdido”. O episódio de Zaqueu descreve dois traços que lhe são característicos: é chefe dos publicanos cobradores de impostos e é rico. Em Jericó todos sabem que é um pecador. Um homem que não serve a Deus, mas sim, ao dinheiro. A sua vida, como tantas outras, é pouco humana. Mas Zaqueu quer ver Jesus, quer saber o que tem este profeta que tanto atrai as pessoas. E é este desejo que vai mudar a sua vida! Para “ver Jesus” ele terá que vencer vários obstáculos, é de baixa estatura; terá que superar os preconceitos sociais… mas ele prossegue com simplicidade e sinceridade. Sobe numa árvore: quer vê-lo!

E Jesus, que também o procurava, surpreendentemente lhe diz: “Zaqueu, desce depressa! Hoje eu devo ficar na tua casa”. Lucas não descreve o encontro. Diz apenas da transformação de Zaqueu que mudou a sua forma de ver a vida; já não pensa só no dinheiro mas no sofrimento dos outros. Muda seu estilo de vida: fará justiça aos que explorou e partilhará os seus bens com os pobres. Encontrando o Amor, descobrindo-se amado, torna-se alguém capaz de encontrar os outros. Capaz de olhá-los como diferentes, não mais como objetos de sua exploração, mas como pessoas a quem amar. E Jesus, tornando-se hóspede de Zaqueu, esclarece essa transformação e a interpreta no sentido de graça e de libertação: “Hoje a salvação entrou nesta casa.”

O gesto de Zaqueu foi mais que um simples “dar aos pobres”, porque dar, como todo gesto humano é um gesto exterior ambíguo! A oferta/caridade/esmola de uma pessoa fechada em si mesma, é, muitas vezes, apenas um gesto para se autoafirmar ou ser visto com simpatia, é egoísmo camuflado. A beneficência dessas pessoas pode ser, muitas vezes, um modo de ocultar a exploração, ou um meio para continuá-la. Ao restituir em quádruplo aos que havia defraudado e dar metade dos seus bens aos pobres, nasce de novo, nasce da conversão interior, da mudança de vida provocada pelo encontro com Jesus. E, assim, o evangelho nos dá normas de como fazer justiça. O dinheiro muda de direção, o gesto de extorquir é substituído pelo de dar, livre e gratuitamente. E assim, o dinheiro se transforma de objeto de posse em sinal de comunhão.

Temos então um exemplo de como Jesus procura e espera pela conversão e salvação de todos. Ama a todos, dá oportunidade a todos. Quer a felicidade de todos. A 1a leitura deste domingo é como um poema sobre este amor de Deus – cf. Sb 11,22-12,2 – “Sim, amas tudo o que existe, e não desprezas nada que fizeste; porque, se odiasses alguma coisa não a terias criado”. Jesus veio para procurar e salvar o que nós, muitas vezes, consideramos já perdido. Para Jesus não há casos perdidos. Temos chance! Amém.

Bjs 🥰no coração ❤️

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.