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ANÁLISE DE CONJUNTURA ECLESIAL COM MARCELO BARROS

No dia 8 de abril de 2022, os membros da Colegiada das Comunidades Eclesiais de Base do Regional Sul 1 da CNBB, com outros companheiros e companheiras da caminhada e o nosso irmão, o monge beneditino Marcelo Barros, que nos proporcionou a análise da conjuntura eclesial, tivemos a oportunidade de ratificar a nossa missão nas CEBs, como povo de Deus pascal, na força do Espírito, abraçando e cumprindo o projeto anunciado por Jesus de Nazaré.

Segue um resumo esquemático sobre a fala, via remota, do frei Marcelo Barros, elaborado por Ranulfo Peloso, do CEPIS, Centro este que assessora a Colegiada das CEBs de nosso Regional.

QUAL É O SEU MODELO DE IGREJA?

  1. Seria o modelo da “Igreja Pascal”? Que fez e que faz da festa pascal uma história de libertação. Nesse modelo de igreja…
    • O sinal da fé e espiritualidade é o compromisso social.
    • Há engajamento na luta contra a fome, pandemia, violência…
    • A misericórdia está acima de qualquer preceito “moral”.
    • “Ecclesia” é a Igreja local, “povo de Deus em marcha”, a “Igreja em saída”.
  • Seria o modelo da “Igreja Templo”? Internacional, legalista, moralista; Jesus combatia duramente esse comportamento. Nesse modelo de Igreja…
    • Existem pastorais que não são sociotransformadoras; todas deveriam ser.
    • O acento é clerical, doutrinário, centralizado, autoritário.
    • Faz da Eucaristia uma devoção, não uma celebração da vida.
    • A Campanha da Fraternidade tornou-se apenas um “chapéu”.
    • A maioria de seus membros vota na extrema direita.
    • Tem cardeal que anda de mãos dadas com a dominação.
  • Na história da Igreja, após 1958:
    • Antes havia uma igreja sacramental, dogmática, autoritária, fora do mundo.
    • O Papa João XXIII chama a Igreja para inserir-se no mundoVaticano II.
    • Rebrota a “igreja Povo de Deus” que vive uma “primavera”.
    • Medellin, CEB’s, CIMI, CPT, PO, Teologia da Libertação… Puebla, Movimento Popular, luta contra ditaduras, freiras inseridas, bispos-profetas…
    • Por que? Havia “sementes” que brotaram com “essa chuva” – ACO, JAC, JEC, JIC, JOC, JUC, padres operários, biblistas, teólogos…
      • Após 1978, voltam os sinais do “inverno eclesial”, da cristandade.
  • Em 2013, esperança retomada da Igreja povo de Deus.
    • O profeta Francisco estimula o “diálogo” da Igreja com o mundo.
    • Escreve cartas, viaja, encontra movimentos populares, muda orientações.
    • Promulga a Constituição “Praedicate Evangelium” sobre a Cúria Romana.
    • Mas, parte da hierarquia católica não o imita e cresce o fundamentalismo religioso e o clericalismo.
    • Em vez de adesão, fazem oposição dura, aberta, sistemática, inclusive por cardeais.
    • Por que? O “resto” do povo de Deus está fragilizado, despreparado.
  • E agora? É hora de voltar ao “primeiro amor”, resgatar a mística da libertação.
    • As “Ecclesiae” não podem e não vão nascer da estrutura eclesiástica.
    • Assembleias locais só existem se inseridas na lutapopular; são os espaços onde se vive, convive e celebra a fé; são as “minorias abraâmicas”: CEBs, Pastorais Sociais, Movimentos Populares…
    • Católica é a comunhão de “Igrejas locais”; e o Papa, um entre iguais.
    • Urge retomar a missão de anunciar a “Boa Nova”, a Ressureição, a mística da caminhada, do Reino; do compromisso social = Fé e Vida.
    • Essa missão exige a formação de “missionários de base”.
    • O modo de agir da militância é a “conspiração”, já nas madrugadas, feita com a força das mulheres.

O Desafio é anunciar a Ressurreição, como serviço solidário e fraterno, mesmo com um mundo em guerra, promovida pelo império; 28 guerras nacionais e guerras cotidianas, diretas e midiáticas, dentro ou fora da Igreja. Seguir sem temor, com fé, realismo e esperança, porque Deus está no meio de nós!

PEDRO PAULO – COMUNICAÇÃO SUL 1

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