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Carta às Comunidades nº 13 | Viver é a Arte de se Encantar

Carta às Comunidades nº 13 – Rondonópolis, 15 de novembro de 2022.

Amadas companheiras, amados companheiros da caminhada,

Chegamos a mais um apontamento de nossa caminhada rumo ao 15º Encontro Intereclesial das CEBs. E, quero começar esta conversa através da poesia do nosso companheiro, apaixonado dos Círculos Bíblicos, daqui de Ananindeua (Belém/Pará), Luiz das Cebs da Silva: A arte de ver e viver o Céu.

Sim, viver é a arte de se encantar. Se encantar a cada dia com o tema do 15º Intereclesial que nos coloca em profunda sintonia com o Papa Francisco quando nos exorta a “ser uma Igreja em saída, que vai ao encontro das periferias sociais, culturais e existenciais … para que todos e todas tenham vida plena”. Se encantar é se comprometer a ser Igreja – Comunidades abertas, inclusivas e acolhedoras das diferenças, das raças, das culturas, dos credos. A ser Igreja – Comunidades missionárias que saem de si mesmas para ir ao encontro dos pequenos, dos pobres, dos desvalidos e sofridos da humanidade; ao encontro dos povos. A ser Igreja – Comunidades que pisam com respeito, amor ao chão e cuidam da Casa Comum. Se encantar com uma Igreja que ajuda as Comunidades Eclesiais de Base, as pastorais, os serviços, os movimentos eclesiais e populares a abraçarem as causas fundamentais que sustentam a Comunidade, a Humanidade e a Casa Comum, interpelando-as a uma evangelização de proximidade e cuidado. Se encantar com a política, a boa política, “como a forma mais elevada da caridade” (Papa Francisco).

Sim, viver é a arte de se encantar. Se encantar a cada dia com o lema: “Vejam! Eu vou criar um novo céu e uma nova terra” (Is 65,17). As palavras do Profeta-poeta Isaías se tornam palavras vivas para nós hoje nas palavras do Poeta-profeta Luiz das Cebs que nos convidam a se encantar. Se encantar é alimentar a esperança que o tempo da Igreja – Comunidades em saída, é agora, tempo de reconstruir, de recomeçar, de esperançar.

Se encantar sempre de novo, caminhando com Jesus de Nazaré e com Ele acreditar que um novo tempo é possível. Se encantar sempre mais com o convite de Jesus de Nazaré a ser fermento na massa. O fermento faz brotar o ar, o sopro, o vento no próprio interior da massa, abrindo e, às vezes rasgando nela espaços necessários ao seu crescimento, dando leveza e sabor. A ser fermento que faz brotar o ar dentro da massa, criando novos espaços, colaborando com a elevação ética da humanidade, ajudando as pessoas e as sociedades a se comprometerem com a Vida. Porém, rasgar novos espaços numa massa compacta, embora seja fundamental, não será sempre uma atividade confortável. É necessário dar nome a tudo aquilo que prende esta massa ao solo, que não lhe permite ganhar a leveza e o sabor aos quais ela é chamada: “fiquem para sempre alegres e contentes, por causa do que vou criar” (Is. 65,18).

O fermento não existe em função de si, mas voltado à existência de um pão nutritivo, saboroso. O pão, não existe em função de si mesmo, mas para nutrir a vida e proporcionar mais prazer e alegria. Do mesmo modo, como o pão e o fermento,  só podemos desejar e colaborar ativamente com isso em nossa vida: a nova humanidade que está sendo gestada aprenda que a partilha de tudo o que somos e possuímos com quem não é e não possui; que nós somos a condição para o surgimento de um mundo mais bonito, diverso, humano e divino, onde todos possam crer, esperar e amar: novo céu e terra nova.

Amém, Axé, Awerê, Aleluia, Óino Gódo!

Secretariado para o 15º Intereclesial

                                                                                   Colaboração de: Tea Frigerio

                                                                  Missionaria de Maria – Xaveriana

                                                                       Assessora Nacional das CEBs

Para refletir: 1- Como podemos encantar nossas comunidades para um “Igreja em saída” para as periferias?

2- Como podemos encantar as comunidades para que haja “novo céu e nova terra” para todos e todas?

3- Como podemos ser o fermento que faz a comunidade lutar por vida digna para todos e todas?

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