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Carta do Encontrão Diocesano das CEBs Rui Barbosa BA.  “Eu vi e ouvi os clamores de meu povo” (EX 3, 7-10. )  

Mais de 200 delegados e delegadas (cristãos leigos e leigas, vida consagrada e religiosas, bispo e padres), caravanas das redes de comunidades e os indígenas Payayás; advindos das comunidades eclesiais de base da Diocese de Ruy Barbosa, estivemos presentes no Encontrão diocesano, de 24 a 26 de agosto de 2018, na Paróquia de Mairi. Iluminados pela Palavra de Deus e assumindo a missão da Igreja no Brasil, que nos convoca a sermos comunidades discípulas, missionarias, proféticas e misericordiosas, e atendendo ao apelo do Santo Padre, o Papa Francisco para sermos uma Igreja em saída ao encontro das periferias existenciais.

Neste encontrão refletimos o tema: Identidade e missão das CEBs na Diocese de Ruy Barbosa, reafirmando a identidade destas como lugar privilegiado de vivência do Evangelho, para uma prática pastoral e sócio transformadora em realidades e ambientes nas quais as comunidades estão inseridas.
Olhando e analisando nossa realidade, sentimos o sopro do Espirito nas diversas atuações:
* das mulheres na luta pela igualdade e sua presença massiva e animadora nas comunidades;
* das juventudes com seus sonhos e suas lutas;
* da urgente necessidade de termos consciência ecológica integral cuidando da casa comum e seus biomas, particularmente da caatinga, bem como dos mais fracos, desfigurados e marginalizados;
* constatamos também diversas experiências de entrega, de serviços e solidariedade de homens e mulheres nos diversos campos da vida, como sementes vivas do Reino;
* a luta das organizações, dos movimentos e diversas entidades defendendo a democracia participativa e ampliação de politicas públicas voltadas para as populações menos favorecidas.

Analisando nossa realidade, constatamos a presença do pecado: crises político-econômico-financeiras, o aumento crescente das violências, dizimando pessoas, famílias e comunidades; desestruturação das famílias e uma sociedade que, cada vez mais, se afasta de Deus, fortalecendo o individualismo, o egoísmo e o consumismo que dilaceram a vida das famílias, das comunidades, destruindo o bem viver.
Diante desse contexto refletimos as características que nos identificam como CEBs:
* comunidades centradas na Palavra, abertas ao mistério de Deus que ilumina o mistério do mundo a caminho de ser mais eucarístico;
* comunidades todas ministeriais, que creem na Igreja “Povo de Deus”, conforme o Vaticano II, em que existe o protagonismo dos leigos;
* comunidades que se identificam com Maria como serva discípula missionária;
* comunidades com trabalho de base e sonho sócio-transformador.
Partindo da identidade de CEB´s, descobrimos que o Espirito nos impulsiona para vivermos nossa missão hoje:
* descobrindo e vivendo as vocações especificas;
* numa prática pastoral de conjunto, missionária e misericordiosa;
* formação bíblico-catequético, litúrgico-pastoral e sócio-política;
* formar novas lideranças abertas e inclusivas na visão das CEB’s;
* protagonismo das juventudes e das mulheres;
* defesa permanente da vida diante das violências;
* reafirmando a opção pelos pobres na luta pela defesa e conquista dos direitos de cidadania, fomentando processos de mudanças estruturais.

Na fé no Cristo crucificado-ressuscitado, servo sofredor de Javé, com os pés fincados no chão, coração e mente para o alto, assumindo a retomada do trabalho de base, reafirmamos a nossa esperança – articulada – para que possamos resgatar a vida em todas as suas dimensões.

Pela intercessão da Mãe das Dores, rogamos à Trindade Santa que possamos continuar a caminhada a serviço do Reino, para que todos tenham vida e vida em abundância.

Por Lia Ferraz.

 

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