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É NATAL: Boas Novas de Alegria, Nasceu um Menino Libertador na Periferia

“Nascia um Deus pobre e para os pobres. Não tinha onde repousar a cabeça, sujeito livre de propriedade privada, de bens acumulados.”

Nasceu um menino revolucionário na periferia. Um menino refugiado político, filho de uma corajosa mãe solteira que fugiu para escapar do horror do genocídio de crianças pobres da palestina sob opressão de Herodes. Menino pobre, filho de camponeses, sua estalagem foi em um estábulo, lugar onde se colocava alimentos para os animais. Da periferia da Galileia vem a libertação do seu povo. Jesus nasceu em um contexto de exploração, preconceito e exclusão dos mais pobres. Certamente desde menino Jesus viu a exploração dos trabalhadores, a violência contra as mulheres, a exclusão dos que tinham doenças contagiosas, as crianças famintas, a concentração de renda dos comerciantes ricos, os que viviam nas calçadas e beira de estrada, os sem teto e sem-terra, os camponeses explorados.

Nascia um menino que seria um adulto revolucionário e subversivo. Denuncia o estado por sua opressão ao povo que vivia sob o domínio de Roma, decidiu desmantelar as estruturas de opressão do templo que alienava as pessoas explorando-as sem piedade, o templo era lugar do sumo sacerdote, centro do poder religioso que em conluio com o estado, usurpavam os direitos do povo. Não por acaso Jesus decidiu fazer bagunça no templo. Virou as mesas e com chicote botou para correr os exploradores da fé que comercializavam os animais e objetos de sacrifício oferecidos no templo. Sua ação revolucionária deixou o recado aos religiosos que bastava de exploração, de centralização de poder no templo, de opressão e domínio, de hierarquias dominadoras, de coronéis da religião, de doutrinação, de alienação. A referência para a adoração a Deus não seria mais o projeto fracassado do templo, mas uma vida abundante no Jesus de Nazaré, para o serviço de amor e luta política.

Nascia um Deus pobre e para os pobres. Não tinha onde repousar a cabeça, sujeito livre de propriedade privada, de bens acumulados. Entrou em Jerusalém aclamado como Rei em uma jumentinha emprestada. Em meio a uma recepção simples com ramos de arvores e vestes usadas como tapete iniciou a revolução na Palestina. Em suas andanças pelas ruas empoeiradas das periferias da palestina, recebe as crianças e lhes dá como presente o reino de Deus, abraça e coloca no colo como um pai, ou uma mãe que ama o filho, acolhe os funcionários pobres da alfandega, come e bebe com gente excluída, recebe as mulheres sem machismo e preconceito, chama pescadores para serem seus discípulos, faz amizade com publicanos, prostitutas e pecadores. Não estava preocupado com a classe média. Acusado de subversão e desobediência ao estado e as leis do sinédrio, foi preso, torturado e assasinado pelos fundamentalistas de sua época, ao terceiro dia ressuscitou para trazer vida libertária em abundância para todos e todas.

Qual Jesus estamos seguindo hoje? Qual o Deus que estamos celebrando neste Natal? O revolucionário, ou o conformado com a injustiça? O dos grandes templos ou a da periferia? O dos opressores poderosos ou o do povo? O da Galileia ou o dos grandes centros luxuosos? É Natal, nasce um menino pobre, subversivo, revolucionário e libertador.

Marcos Aurélio dos Santos

Imagem: arquivos web

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