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Reflexões da Palavra | Solenidade da Assunção de Nossa Senhora

Leituras: Ap 11,9a;12,1.3-6a.10ab – Sl 44 – 1Cor 15,20-27a – Lc 1,39-56

Por Quininha Fernandes Pinto, do Regional Leste 1.

Celebramos hoje a festa da Assunção de Nossa Senhora. Nós ignoramos como e quando se deu a morte de Maria. Desde muito cedo este evento foi festejado como “dormição” e é considerada a principal festa da Virgem Maria. As três leituras deste domingo apresentam muito concretamente os valores da Assunção de Nossa Senhora, o lugar que ela tem no plano da salvação e suas mensagens à humanidade. Maria é a verdadeira “arca da aliança” – quem carregou aquele que concretizou as promessas e o plano de Deus para com seu povo: é a mulher vestida de sol. Maria está no céu em sua integralidade humana, nos oferece Jesus, o proclamador da lei do amor, o que realizou a nova aliança da salvação. N’Ele o Pai nos fala e nos escuta. A Virgem da Assunção é o anúncio da meta final da redenção, ou seja, a humanidade glorificada em Cristo.

Mas o texto revolucionário da liturgia desta festa é o Magnificat, um sério convite à reflexão, atual e apropiado para o momento que vivemos. Neste texto, colocado na boca de Maria por Lucas, vislumbramos a celebração jubilosa e o resumo de toda a história da salvação que, por Maria e em seu Filho, encontra seu acabamento, retomada e refeita em suas etapas… uma história, conduzida por Deus, sem interrupções, com o critério do Amor misericordioso, à exaltação dos humildes e dos pobres.

A leitura do Evangelho nos leva a percepção de que Deus realizou uma tríplice inversão de falsas situações humanas para restaurar a humanidade:

No campo religioso – Deus derruba as autossuficiências humanas, confunde os planos dos que nutrem pensamentos de soberba e erguem-se contra Deus, oprimindo os seus irmãos…

No campo político – Deus destrói os injustificáveis e aviltantes desníveis humanos, abate os poderosos dos tronos e exalta os humildes, repele os que se apoderam do que é de todos pelo poder exercido em benefício próprio…

No campo social – Deus transforma as elites estabelecidas sobre o acúmulo, enchendo de bens os necessitados, os pobres, os afastados do bens comuns e despede os ricos de mãos vazias, instaurando, assim, uma verdadeira fraternidade entre os povos, porque todos, sem distinção são seus filhos. Um sonho? Sim, o sonho de Deus para todos nós, não apenas para alguns…

Maria, glorificada na Assunção, é a criatura que atingiu a plenitude da salvação, até a transfiguração do corpo. Maria assunta ao céu é garantia de que o ser humano todo se salva – não apenas a “alma” – de que os corpos ressurgirão, ressuscitarão numa outra dimensão, sem sequelas, sem os limites impostos pelas limitações e contingências a que estamos submetidos agora: a doença, a fome, o frio, a dor… A salvação é a ressurreição dos corpos, num mundo novo e numa terra nova. Nosso corpo, unido de forma inseparável ao nosso espírito, nos identifica de forma inigualável e é assim que gozaremos do grande banquete da vida com todos os que nos antecederam, com os que virão, com Maria nossa mãe santíssima e com Jesus, nosso amado irmão.

Que acreditemos nisso e que seja assim! Bjs no coração.

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